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Matérias / Curiosidades

Apenas liquido: O polêmico aparelho desenvolvido para ajudar a emagrecer

Dispositivo que impede usuários de abrirem a boca fez com que pacientes perdessem mais de 6 quilos em duas semanas, porém, gerou enorme discussão

Fabio Previdelli Publicado em 29/06/2021, às 17h25

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Dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores - Divulgação/Universidade de Otago
Dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores - Divulgação/Universidade de Otago

Dieta do ovo cozido, da lua, do passarinho, enfim, cada dia mais as pessoas se submetem a diferentes maneiras de tentarem perder peso. Embora a intenção seja boa, de manter a qualidade vida, fazer isso sem o auxílio de um profissional beira a loucura.  

Como relembra matéria do El País, um dos primeiros livros destinados ao emagrecimento foi publicado em 1846, escrito pelo diretor de uma funerária, William Banting. Seu pensamento, muito difundido atualmente, se baseava em substituir alimentos como açúcar e carne vermelha por hortaliças e peixes.  

O agente funerário William Banting/ Crédito: Wikiemdia Commons

“De todos os males que afetam a humanidade, não conheço nem imagino nenhum mais angustiante do que a obesidade”, disse Banting na obra. Agora, 175 anos depois da revolução feita por William, um novo invento promete mudar a forma com que as pessoas se relacionam com os alimentos. Duvida?  

Em boca fechada... 

Quem já tentou fazer dieta alguma vez na vida, muito provavelmente, já deve ter ouvido aquela famosa frase: “Quer emagrecer? É só fechar a boca”. Pois bem, partindo desse princípio, pesquisadores neozelandeses criaram uma bugiganga justamente para isso.  

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O pesquisador Paul Brunton/Crédito: Divulgação/Universidade de Otago

O invento é como se fosse um dispositivo de travamento, que usa dois imãs super potentes para impedir que as pessoas abram completamente suas bocas. Entretanto, apesar da intenção, o objeto vem causando certa polêmica na internet.  

Como aponta a AFP, muitos internautas compararam o produto com um instrumento de tortura. Vale ressaltar que o objeto, ainda, não é comercializado para o público.

Em tese, ele é colocado nos dentes molares e, devido a atração dos imãs, os pacientes não conseguem abrir suas boconas em mais de dois milímetros.  

Segundo o pesquisador de saúde da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, Paul Brunton, o produto faz — meio que obrigando — as pessoas a consumirem apenas líquidos. Entretanto, garante que isso não interfere em nada a capacidade falar ou até mesmo de respirar.  

“É uma alternativa não invasiva, reversível, econômica e atrativa aos procedimentos cirúrgicos”, argumentou Paul. “A questão é que este dispositivo não tem consequências adversas”, defende o pesquisador. Conforme aponta sua equipe, o produto “ajudaria a combater a 'epidemia' global de obesidade”. 

Mas como funciona tudo na prática? 

Neste mês, os pesquisadores publicaram um artigo no British Dental Journal, expondo os resultados dos testes que fizeram em sete mulheres distintas. Após a inserção do DentalSlim Diet Control, como o invento é chamado, os especialistas garantiram que, em duas semanas, o grupo perdeu em média 6,36 quilos.  

Além disso, os pacientes relataram que, num primeiro momento, o dispositivo é um pouco desconfortável na boca, porém, conforme o paciente se acostuma, se torna algo classificado como “tolerável”.  

Apesar de ser comparado com ligaduras de mandíbula que eram usadas na década de 1980, o DentalSlim Diet Control é muito mais moderno. Inclusive, segundo os pesquisadores, ele até mesmo possui uma trava de segurança que permite ao usuário abrir a boca em caso de emergência, como em ataques de pânico ou até mesmo em casos de vômito.  

Mesmo assim, garantem que nenhuma das ‘cobaias’ precisou desse artifício nas duas semanas que o usaram. Porém, ainda assim, uma das participantes assumiu que conseguiu burlar o dispositivo, consumindo um pouco de chocolate derretido.  

Polêmicas  

Mesmo chamando a atenção dos mais entusiastas, o produto, obviamente, rendeu uma enxurrada de críticas, com muitos usuários das redes sociais dizendo que o dispositivo possui um caráter “repulsivo e desumanizador”.  

Com isso, a conta oficial da Universidade de Otago rebateu algumas acusações por meio de uma nota oficial. “Para esclarecer, a intenção do dispositivo não é uma ferramenta de perda de peso rápida ou de longo prazo; em vez disso, destina-se a ajudar as pessoas que precisam ser submetidas à cirurgia e que não podem fazê-las até perderem peso”. 

“Depois de duas ou três semanas, eles podem ter os ímãs desengatados e o dispositivo removido. Então, os pacientes podem ter um período com uma dieta menos restrita e, em seguida, voltar ao tratamento. Isso permitirá uma abordagem em fases para a perda de peso, apoiada pela supervisão de um nutricionista”, completam. 

Segundo Paul Brunton, depois de usarem o produto, no geral, “as pessoas se sentiam melhor com relação a si mesmas, tinham mais confiança e estavam comprometidas com sua jornada para perder peso”. 

“São jardas difíceis. Os pacientes que realmente desejam fazer isso precisam estar comprometidos. Mas para aquelas pessoas que estão realmente lutando — são milhões de pessoas em todo o mundo — esta é uma maneira de levá-las de volta aos hábitos de dieta de estilo de vida normal, realmente estimulando o processo”, garantindo que “isso pode realmente ajudar muitas pessoas.” 


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