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Matérias / Arte

'Arte degenerada': Bauhaus, a icônica escola alemã fechada pelos nazistas

Fundada por Walter Gropius em 1919, a instituição moldou o design, arte e arquitetura do mundo, mesmo tendo se tornado alvo dos nazistas

Paola Orlovas, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/11/2021, às 09h00 - Atualizado em 06/05/2022, às 18h48

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Alunos da Bauhaus em uma sacada da escola, ponto de encontro entre os jovens da época - Stiftung Bauhaus Dessau
Alunos da Bauhaus em uma sacada da escola, ponto de encontro entre os jovens da época - Stiftung Bauhaus Dessau

A Staatliches Bauhaus, criada por Walter Gropius, proeminente arquiteto e artista prussiano, em 1919, leva em seu nome o termo “casa de construção”.

Ensinando novos artistas, arquitetos e designers, em plena Alemanha do cenário pós Primeira Guerra Mundial, a criarem por meio da construção de novos princípios e da inovação, não levou muito tempo até a escola chamar a atenção dos nazistas, que abominavam as vanguardas, enxergando-as como “arte degenerada”.

Walter Gropius, em 1919
Walter Gropius, em 1919 / Crédito: Carl Heinrich Louis Held via Wikimedia Commons

O ambiente não apenas trazia uma nova abordagem, baseada em "construir" aquilo que estava sendo criado, mas também novas estéticas, experimentações, e acima de tudo o industrial dentro dos trabalhos de alunos e professores.

Com a chegada das fábricas e indústrias, o modo de vida havia mudado dentro dos países europeus, e a Bauhaus tomou como uma missão ser parte do reflexo deste momento dentro da arte, de uma forma política e nada isenta, também se diferenciando de outras escolas técnicas da época, focadas apenas na parte manual do trabalho e da criação. 

A Bauhaus também se manteve em meio de outras mudanças no continente, mas principalmente as internas, de dentro do país, que parava cada vez mais de abrir portas para seus esforços, até não ser mais capaz disso.

Quando a instituição foi fundada, a Alemanha ainda era a República de Weimar, e quem estudasse lá poderia aprender um pouco de tudo, passando pelo ensino integrado, contando com técnicas como cerâmica, costura de livros e confecção de cartazes.

Fachada de um dos prédios da Bauhaus
Fachada de um dos prédios da Staatliches Bauhaus / Crédito: Wikimedia Commons

Assim permaneceu, mesmo com vários contratempos, como com a eleição do general conservador Paul von Hindenburg em 1925. Isto é, até a chegada de Adolf Hitler ao poder, no ano de 1933.

O tirano nazista, altamente motivado pela política polarizada da Alemanha na época, fechou a escola em meio de um esforço político, tentando silenciar visões que se opunham aos ideais do nazifascismo, de acordo com a BBC.

Adolf Hitler aperta a mão do general Paul Von Hindenburg
Adolf Hitler aperta a mão do general Paul Von Hindenburg / Crédito: Theo Eisenhart via Wikimedia Commons

Teria sido a perseguição do estado nazista que fez com que a Bauhaus atingisse seu sucesso e continuasse a influenciar artistas por todo o mundo, inclusive na atualidade.

Nomes de grandes professores que se tornaram inimigos do Terceiro Reich e tiveram que ser exilados, como o húngaro Laszlo Moholy-Nagy, o alemão Walter Peterhaus e o austríacoHerbert Bayer, passaram a ser conhecidos internacionalmente, assim como o nome da própria escola, que jamais foi esquecido.

Algumas das marcas deixadas pela escola ainda permanecem, e podem parecer extremamente óbvias para aqueles que não presenciaram as mudanças, vivendo no século 21.

Exemplos delas, que se fazem mais presentes em nossas vidas do que nunca, inspirando pessoas em todas as esferas, são: o ensino complementar do Design, da Arte e da Arquitetura, feito de forma plural e pensando em mais do que apenas cálculos, objetos desenhados para cumprirem funções, no lugar de objetos estilizados e sem propósito claro e inovações gráficas e tipográficas.