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Matérias / Brasil

Artimanhas do cangaço: As técnicas de Lampião para despistar inimigos

Estratégias de ataque e fuga faziam parte das manobras cangaceiras, para despistar a polícia e melhorar a dinâmica grupal

Lira Neto Publicado em 24/05/2020, às 11h00 - Atualizado em 31/01/2023, às 13h10

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Bando de Virgínio Fortunato da Silva em 1936 - Wikimedia Commons
Bando de Virgínio Fortunato da Silva em 1936 - Wikimedia Commons

Embora seja inadequado referir-se aos cangaceiros como guerrilheiros — eles não tinham nenhum propósito político —, é inegável que lançaram mão de táticas típicas da guerrilha. Habituados a viver na caatinga, eles não eram presa fácil para a polícia, especialmente para as unidades deslocadas das cidades com a missão de combatê-los no sertão.

Uma das maiores dificuldades em enfrentá-los era que preferiam ataques rápidos e ferozes, que surpreendiam o adversário. Também não tinham qualquer cerimônia em fugir quando se viam acuados. Houve quem confundisse isso com covardia. Mas era apenas estratégia.

Triques cangaceiros

Os bandos do Cangaço eram sempre pequenos, de no máximo 10 a 15 homens. Isso garantia a mobilidade necessária para a realização de ataques-surpresa e para bater em retirada em situações de perigo. Os homens e mulheres se deslocavam a cavalo, percorrendo longas distâncias a pé em meio à caatinga, de preferência à noite. Para evitar que novas vias de acesso ao sertão fossem abertas, eles assassinavam trabalhadores nas obras de rodovias e ferrovias.

Todos os pertences do cangaceiro eram levados pendurados pelo corpo. Como não se podia carregar muita bagagem, dinheiro e comida eram colocados em potes enterrados no chão, para serem recuperados mais tarde.

Virgínio Fortunato, cunhado de Lampião, e o homens e mulheres de seu bando / Crédito: Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm

Os cangaceiros também eram mestres em esconder rastros — e eles tinham alguns truques, como usar as sandálias ao contrário nos pés para a polícia achar que eles iam na direção contrária; andar em fila indiana, de costas, pisando sobre as mesmas pegadas, apagadas com folhagens e pular sobre um lajedo, dando a impressão de sumir no ar.

Para resolver discórdias internas no bando, Lampião sempre planejava um grande ataque — o que causava a união contra o inimigo, deixando de lado as divergências entre si. E, com exceção de sequestrados, os cangaceiros quase nunca faziam prisioneiros em combate, pois isso dificultaria a dinâmica grupal e a capacidade de se mover com rapidez.

Outra artimanha interessante era que as principais áreas de ação do cangaço eram próximas às fronteiras estaduais. Em caso de perseguição, eles podiam cruzá-las para ficar a salvo do ataque da polícia local. E durante os combates, havia uma regra fundamental: em caso de retirada, nunca deixar armas para o inimigo e, nas vitórias, apoderar-se do arsenal dele.


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3. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil, de Frederico Pernambucano de Mello (2011) - https://amzn.to/2YQNZ3Y

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