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Matérias / Brasil

Assassinato no Senado: 5 fatos sobre a morte que envolve o senador Arnon de Mello

A imprudente discussão entre o pai de Fernando Collor e Silvestre Péricles resultou na morte de um suplente que nada tinha a ver com a briga

Wallacy Ferrari Publicado em 01/09/2020, às 12h04

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Fotografia em plano retrato do então senador Arnon de Mello - Wikimedia Commons
Fotografia em plano retrato do então senador Arnon de Mello - Wikimedia Commons

1. Precedentes entre alagoanos

Arnon já tinha desentendimentos antigos com seu inimigo político, Silvestre Péricles de Góis Monteiro; ambos foram governadores do estado do Alagoas e disputavam há tempos quem era o mais influente na política nordestina. A briga no dia 4 de dezembro de 1963 iniciou com uma fala de Arnon, mas ambos estavam munidos — e municiados — para o embate. Silvestre era conhecido como o político rápido no gatilho e também portava uma arma na ocasião do tiroteio.


2. Momento do crime

Arnon era tem ocupava a tribuna para rebater as acusações de Silvestre, porém, o próprio rival chegou ao plenário e aos gritos, tomou o local de fala do orador. Mello desceu o palanque extremamente atritado e iniciou uma sequência de agressões verbais, que durou segundos até o parlamentar sacar um revólver contra o interruptor.

Senador Arnon de Mello prestando depoimento no Senado após assassinato / Crédito: Arquivo / Manoel Soares

Péricles também tentou efetuar o saque, mas um colega interrompeu o movimento e atirou seu corpo ao chão. A distância entre os desafetos era de 5 metros, mas na primeira fila estava o senador interino José Kairala, que foi atingido pelos disparos de Arnon, sendo conduzido ao hospital e falecendo, horas depois. Os alagoanos não foram atingidos.


3. Nos momentos finais

O dia de azar de Kairala era justamente seu último dia no Senado Federal; o ex-comerciante entrou como suplente do senador acreano José Guiomard que, cinco meses antes, entrou em licença. Justamente na sessão seguinte, o titular voltaria a assumir o cargo pelo PSD, e Kairala retomaria seu trabalho dentro do gabinete, sem exercer a função de senador. O rapaz tinha 39 anos de idade na época.


4. Punição e pena

Ambos foram presos em flagrante após a imobilização dos colegas, mas a punição foi quase nula; Arnon ficou sete meses preso, mas não cumpriu integralmente a pena, visto que poderia comparecer às sessões, sendo posteriormente inocentados pelo Tribunal do Júri de Brasília alegando legítima defesa.

Manchete noticia assassinato de senador Kairala no Diário da Noite / Crédito: Divulgação

A viúva de José, Creusa Kairala, processou Arnon para custear o estudo dos quatro filhos do falecido, sem sucesso. Em registros da imprensa, a ex-esposa conseguiu apenas uma pensão para compensar a estadia em Brasília, visto que não tinha a renda do esposo para continuar no local. Posteriormente, a mulher teve de trabalhar como babá e lavadeira.


5. Ainda no Senado

Apesar do episódio, os dois senadores não perderam os cargos; do contrário, Arnon ainda seria reeleito senador por mais dois mandatos, sendo o segundo como senador biônico — condição onde o mesmo foi selecionado durante o Regime Militar. Até os últimos dias de vida, exerceu a função no senado, morrendo em decorrência de uma paralisia supranuclear aos 72 anos de idade, em 29 de setembro de 1983.


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