De músicas compostas em uma semana a homenagearam a Volkswagen: conheça os bastidores de uma das bandas mais icônicas do país
Mamonas Assassinas foi uma das bandas mais irreverentes e sem noção do Brasil, se munindo do rock e do brega para criar letras absurdas acompanhadas de um arranjo instrumental muito bem feito. Com músicos de qualidade e um projeto alucinante, esse grupo ascendeu meteoricamente com seu único álbum, lançado pouco antes de um trágico acidente matar todos os seus integrantes.
De jovens a adultos que cresceram nos anos 1960, o público do Mamonas era diverso e marcado pelo gosto por músicas diferentes do padrão comercial, o que não impediu o primeiro álbum do grupo, cuja capa era explicitamente pornográfica, de vender generalizadamente pelo país, chegando a fazer sucesso no estrangeiro.
Conheça 10 curiosidades dessa banda única, que faz falta até hoje no coração de muitos brasileiros.
1. Atenção Creuzebeck!
Citado em muitas músicas, Creuzebeck é um apelido carinhoso criado pela banda para seu produtor e agente, o empresário Rick Bonadio. A palavra é uma referência ao playback, sendo uma brincadeira sobre o suporte do profissional aos rapazes da equipe.
2. Apresentações
Os Mamonas ficaram tão famosos que muitas vezes eles faziam três shows por dia, em todo o país, sendo que apenas dois estados nunca receberam espetáculos da banda: Acre e Tocantins. Os shows custavam até 70 mil reais!
3. A Brasília amarela de roda gaúcha
Dois carros fizeram parte da trajetória da banda: a Brasília e a Kombi, ambas da Volkswagen. Nesse sentido, o logo da banda, que carrega das letras MA, é uma homenagem à montadora. Eles, basicamente, inverteram o VW original e cortaram o traço da letra A.
4. O único trabalho
O primeiro e único álbum dessa banda tem uma origem curiosa. Em reunião com Rick Bonadio, foi anunciado que a produtora EMI queria 10 canções no total, sendo que a banda possuía apenas três. Porém, Dinho falou que eles tinham material o suficiente e, depois, juntou a equipe para, em uma semana, escrever seus maiores sucessos em longas reuniões com muito humor. Foram 12 faixas feitas com velocidade inacreditável.
5. Robocop Gay
Uma das músicas mais características da banda, Robocop Gay traz uma versão do personagem fictício cujas características são bem claras já no título da canção. Porém, o que poucos sabem é que essa leitura do policial-robô de Detroit é uma homenagem ao Capitão Gay, figura criada por Jô Soares nos anos 1980.
6. Novelas
Duas músicas dos Mamonas fizeram parte de novelas brasileiras. “Sabão Crá-Crá” foi tema de um personagem de André Marques na edição de 1996 da novela Malhação. Já em 2007, a novela da Record, Caminhos do Coração, usou a música “Robocop Gay”.
7. Uma folia sobre a folia
Em 2011, a escola de samba Inocentes de Belford Roxo lançaram o enredo “De Guarulhos para o palco da folia, sonhos, irreverência e alegria. Mamonas para sempre!”, homenageando a banda. A apresentação não rendeu uma boa posição ao grupo, mas gerou grande emoção pela lembrança desse sucesso de um ano que foram os Mamonas.
8 Sem você vivo sofrendo, pelos boteco bebendo, arrumando confusão...
A morte dos Mamonas Assassinas, em 1996, gerou uma comoção gigantesca, e o Brasil se sentiu temporariamente órfão de seus ídolos após infeliz queda do avião da equipe. Mais de 65 mil pessoas acompanharam o enterro dos integrantes, e diversas escolas dispensaram seus alunos por conta de um luto coletivo que mobilizou a nação.
9. Números
O caso dos Mamonas Assassinas era tão particular e irreverente que seu álbum bateu diversos recordes, de maneira até hoje insuperável. O disco de 1996 é ainda o mais vendido do Brasil, além de ser o álbum como o maior número de exemplares comprados em um único dia, completando 25.000 cópias em 12 horas e 50.000 nas 24.
10. A morte
Aparentemente, a morte da equipe no acidente de avião teria sido pressentida pelo tecladista Júlio Rasec, que disse a um amigo no dia 2 de março que tinha sonhado com uma queda de aeronave durante a noite. O depoimento chegou a ser gravado, sendo que o vídeo passou a viralizar depois que a tragédia fora consumada.