Durante o Evento Tunguska, a energia como resultado da explosão era 185 vezes maior que a da bomba que atingiu Hiroshima
Giovanna de Matteo Publicado em 04/10/2020, às 09h00
Era uma manhã comum no dia 30 de junho de 1908 quando um enorme asteroide explodiu na atmosfera do planeta Terra. O estrondo aconteceu a apenas 6km da superfície, em uma região da Sibéria distante dos centros urbanos, perto do Rio Tunguska, do qual o evento levou o nome.
A explosão foi tão grandiosa que estudiosos apuraram que o asteroide tenha atingido o correspondente a 185 vezes do impacto direto da bomba de Hiroshima. Por dias o céu ficara iluminado e milhares de árvores naquela área foram derrubadas por conta da coalizão.
Somente 19 anos depois do evento é que descoberto o motivo daquele acontecimento tão raro. Em 1921, Leonid Kulik, curador do acervo de meteoritos do museu de São Petesburgo, na Rússia, decidiu abrir uma pesquisa de campo a respeito, onde liderou uma expedição até Tunguska. Infelizmente, as condições climáticas do local impediram que ele e a equipe conseguissem chegar até o ponto da explosão.
Não contente com as provações, ele voltou em 1927, e finalmente conseguiu chegar onde queria. No início, os nativos da área se recusaram a falar com Kulik - para eles, o evento se tratava de um evento sobrenatural, onde o deus Ogdy se materializou, e teria amaldiçoado suas terras. Mas, após insistir muito, as testemunhas que presenciaram o episódio começaram a contar sobre o que teriam visto naquele dia em 1908.
Os relatos que coletava condiziam com as ondas sísmicas registradas pela Inglaterra na época. Também se falava sobre os tremores da Terra e sobre o céu. Após uma forte luz, que durou 1 minuto, uma grande explosão foi responsável pela destruição de janelas e a derrubada de inúmeras árvores.
"O céu estava dividido em dois e, acima da floresta, toda a parte norte do céu parecia coberta de fogo", afirmou uma das pessoas que presenciou o impacto.
As evidências ainda permaneciam lá: era possível encontrar cerca de oito milhões de árvores caídas na horizontal, deitadas em um padrão aureolar - que apontavam quase que em perfeita sincronia para o epicentro da explosão. 37 anos depois, o mesmo tipo de padrão iria ser registrado em Hiroshima.
As árvores caídas de Tunguska, 1927 / wikimedia commons
Depois de muita pesquisa, a teoria mais condizente passou a ser a de que uma grande rocha espacial de aproximadamente 36 metros entrou na atmosfera da Sibéria e explodiu no céu.
Sua velocidade perante a queda teria sido impressionantes 53 mil km/h, atingindo uma temperatura de 24 mil ºC. Também foi descoberto que não havia rastros da cratera, pois a maior parte dos fragmentos do corpo celeste teriam sido consumidos ao cair.
Eventualmente, estima-se que o episódios como o de Tunguska possam acontecer a cada 300 anos.
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