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Matérias / Inglaterra

Boy Jones, o stalker que roubou a calcinha da Rainha Vitória

O estranho rapaz Edward Jones foi flagrado diversas vezes invadindo o Palácio da rainha e teve um final, no minimo, insólito

Redação Publicado em 05/01/2020, às 08h00

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Imagem meramente ilustrativa de um homem segurando uma roupa íntima - Divulgação
Imagem meramente ilustrativa de um homem segurando uma roupa íntima - Divulgação

Existem aqueles momentos da História que mais se parecem uma comédia britânica do que qualquer outra coisa. É como o caso em que um jovem entrou no Palácio de Buckingham e roubou a roupa íntima da Rainha Vitória.

Este rapaz era Edward Jones, cujos feitos foram estudados durante cinco anos pelo pesquisador Jan Bondeson, da Universidade de Cardiff e resultou no livro Queen Victoria & the Stalker (A Rainha Vitória e o Stalker). Ele comenta que o episódio é, possivelmente, o primeiro caso de stalker de celebridade.

De acordo com relatórios e  jornais da época, Edward era um personagem solitário da Inglaterra vitoriana e, mesmo não tendo nenhum transtorno psicológico, parecia estranho. Alé disso, "ele era extremamente feio, com a boca larga e a sobrancelha baixa, e nunca se lavava, e é por isso que as pessoas achavam que ele era um limpador de chaminés”, disse Bondeson.

O pesquisador declarou que é muito difícil imaginar ou saber a razão da obsessão de Jones por Vitória, mas pode-se dizer que o menino, aos 14 anos, começou a mirá-la como alvo a partir de sua estadia em Buckingham, onde a Rainha governou entre 1837 e 1901.

Charge sobre Jones em jornal brtânico / Crédito: Domíno Público

O feito pelo qual Jones entrou para a História teria sido possibilitado por uma facilidade da época: ele podia, tranquilamente, entrar no Palácio, pois as portas eram destrancadas e as janelas do térreo, não pavimentadas. Essa questão com a segurança não existia na época.

Ele foi pego quatro vezes bisbilhotando o Palácio. Edward admitiu três invasões que realizou, no entanto, é provável que foram mais vezes. Alguns momentos foram difíceis de explicar: na primeira vez, ele foi encontrado com a calcinha da monarca enfiada nas calças, e na terceira, com a comida da cozinha. Em outras duas, foi flagrado sentado no trono.

O stalker foi julgado por um conselho particular em segredo, mas, por não ter cometido um crime, não poderia permanecer na prisão por muito tempo. Em seguida, foi sentenciado a três meses de reclusão por ladinagem e vagabundagem, mas continuou perseguindo Vitória até que o governo se livrasse da sua presença.

Membros do governo sequestraram Edward e o colocaram num barco para o Brasil. Entretanto, ele voltou para a Inglaterra. Ao ser capturado pela segunda vez, foi aprisionado e permaneceu em reclusão por seis longos anos.

Barco-carcaça usado como prisão na Inglaterra / Crédito: Getty Images

Lá, ficou famoso como Boy Jones, tornou-se alcoólatra e, após o fim de sua sentença, seguiu a vida como ladrão. Por essas características, foi deportado para a Austrália, onde viveu pouco tempo vendendo tortas até retornar (novamente) para a Inglaterra - contudo, seu irmão o convenceu a voltar para a Austrália.

No final, a jornada surreal acabou numa reflexão de pouco sentido: Jones passou os seus dias finais reclamando da fama de perseguidor da Rainha e foi obrigado a conviver com diversas piadas sobre o caso.


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