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Matérias / Brasil Império

A saga dos brummers, os alemães a serviço do Brasil império

O típico mercenário alemão era turbulento e reagia por vias de fato, indiferente aos riscos. Assim, recebia a alcunha de resmungão – brummer, em alemão

M. R. Terci Publicado em 19/03/2021, às 11h00

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Pintura da época do Brasil imperial - Wikimedia Commons
Pintura da época do Brasil imperial - Wikimedia Commons

No entardecer do ano 1850, o governo imperial do Brasil despachou para Hamburgo, na Alemanha, o tenente-coronel Sebastião do Rego Barros, incumbido da missão de contratar uma legião de mercenários e lhes adquirir o correspondente em armamento e equipamento. Rego Barros atuou dentro do espírito do parágrafo do artigo 17 da lei nº 586/1850, que consistia no seguinte: “Fica autorizado o governo, para em circunstância extraordinária, fazer as despesas necessárias a fim de elevar a 26 mil homens a tropa de primeira linha, podendo contratar nacionais e estrangeiros, e distribuir-lhes terras segundo o contrato”.  

A tal circunstância extraordinária era a preparação para a guerra iminente contra Oribe, do Uruguai, e Rosas, da Argentina, que ameaçavam a integridade e a soberania brasileira no Sul.

Na Alemanha, contudo, persistia a aversão à imigração para o Brasil. A maior parte dos estados alemães reagiu contrariamente ao recrutamento brasileiro. Mas Rego Barros havia recebido autorização para agir da maneira que melhor lhe conviesse, fazendo uso, inclusive, de agências de recrutamento clandestinas.

D. Pedro I, imperador do Brasil / Crédito: Wikimedia Commons

Além disso, o Império oferecia, pelo prazo de quatro anos, a quem quisesse se alistar, polpudas vantagens, incluindo: fornecimento de transporte pelo governo do Brasil, ajuda de custo na hora do embarque e pagamento de 67.600 réis (já incluídas as rações). Ao final do contrato, cada legionário ainda receberia um lote de 25 mil braças quadradas, ou transporte para voltar à Alemanha com um prêmio em dinheiro. Aos oficiais mais graduados, eram estendidos benefícios ainda mais irresistíveis. Rego Barros pretendia atingir seus objetivos com essas promessas.

Os mercenários alemães eram em grande parte voluntários recrutados para a guerra alemã contra a Dinamarca; outros haviam participado como atiradores, na Revolução de 1848, contra os ideais medievais de Frederico Guilherme IV. Mas ao final dos conflitos, com a desmobilização do Exército alemão, milhares de jovens com treinamento militar primoroso ficaram sem emprego. Nesse contexto, muitos assinaram o contrato de Rego Barros – uns por idealismo ou espírito de aventura, outros por motivos menos honrosos.

O típico mercenário alemão era rixento, turbulento, indisciplinado, não se submetia e reagia por vias de fato, indiferente aos riscos. Assim, recebia a alcunha de resmungão – brummer, em alemão.

Dom Pedro II em uma das pinturas oficiais / Crédito: Wikimedia Commons

Mas os resmungões deram conta do recado.

Chegaram ao Rio de Janeiro na manhã de 21 de junho de 1851. Em 17 de dezembro do mesmo ano, embarcaram em Montevidéu, subiram o Rio Paraná e desembarcaram em Diamante, após terem forçado a passagem por Tonelero. Dali atravessaram o rio com o auxílio da esquadra brasileira e marcharam por terra até travarem a batalha em Monte Caseros, em 3 de fevereiro de 1852.

Avançaram com seus fuzis Dreyse de agulha, certeiros e de longo alcance, com os quais caçaram à bala os artilheiros inimigos que bloqueavam o avanço brasileiro. Ação que foi considerada a mais decisiva naquela última batalha.


M.R. Terci é escritor e roteirista; criador de “Imperiais de Gran Abuelo” (2018), romance finalista no Prêmio Cubo de Ouro, que tem como cenário a Guerra Paraguai, e “Bairro da Cripta” (2019), ambientado na Belle Époque brasileira, ambos publicados pela Editora Pandorga.


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