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Matérias / Curiosidades

Acusadas de bruxaria: O curioso caso das "Bruxas de Jundiaí" no século 18

Julgadas por um tribunal que avaliou a relação das envolvidas com o diabo, o destino final das mulheres chamou atenção pela violência

Giovanna de Matteo, atualizado por Wallacy Ferrari Publicado em 31/10/2021, às 11h00

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Retratação de bruxa sendo condenada a forca - Domínio Público
Retratação de bruxa sendo condenada a forca - Domínio Público

No ano de 1754 em Jundiaí, Thereza Leyte (mãe) e Escolástica Pinta da Silva (filha) foram acusadas pelo tribunal do Santo Ofício da Justiça Eclesiástica de terem feito um pacto com o diabo, que teria acabado na morte do primeiro marido da filha, Manoel Garcia. O óbito seria resultado de feitiçarias realizadas pela dupla.

A Inquisição - um movimento da Pontifícia Católica, a fim de combater ameaças ao Cristianismo - apesar de ter tido seu epicentro na Europa desde o século 12, também conseguiu chegar ao Brasil no começo do período colonial.

A atividade no Brasil se consolidou depois do estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício, que recebia visitas exclusivas de portugueses inquisitores, responsáveis por investigar comportamentos e práticas que se desviavam dos estabelecidos pelo catolicismo.

Esta história foi resgatada pela pesquisadora e filóloga Narayan Porto durante a pesquisa de mestrado Feitiçaria paulista: transcrição de processo-crime da Justiça Eclesiástica na América portuguesa do século 18, comentada no Jornal USP.

A pesquisa teve como base manuscritos originais da Cúria Metropolitana de São Paulo, que traziam um processo criminal que envolvia as duas mulheres, revelando a história das supostas feiticeiras. O trabalho também buscou esclarecer como o Tribunal do Santo Ofício agia na América portuguesa, focalizando a sua atuação no Brasil Colônia.

A perseguição

As conspirações contra essas mulheres começaram quando Manoel Garcia voltou adoecido de uma viagem para Goiás. Desse modo, os parentes do homem incriminaram a esposa e a sogra de terem conjurado a doença através de bruxarias, a fim de pegaram alguns bens dele que estavam em disputa com os familiares, segundo o que foi registrado no processo, que data de 1754, oito anos depois da morte de Garcia

O estudo explicou como a bruxaria era vista naquela época, sendo repudiada e as acusações, quase sempre, usadas como forma de vingar alguma pessoa. A intenção dos parentes de Manoel Garcia seria assumir a posse de seus escravos após sua morte.

Para isso, eles bolaram um plano com um escravo negro conhecido como feiticeiro para espalhar os boatos de que Thereza e Escolástica estavam envolvidas em técnicas de feitiçaria para morte do homem, que, na verdade, teria sofrido de lepra.

As práticas mencionadas nos documentos acusaram a esposa desse homem de causar feridas em suas pernas e cegueira apenas ao tocá-lo. A mulher também teria causado dores estomacais após mexer com as mãos em um prato de comida dele.

Além disso, o tribunal considerou que a mulher teria feito um "feitiço enterrado", como era chamado na época, após encontrarem os sapatos e as vestimentas de Garcia enterrados em frente à porta de sua casa.

Através desses registros, foi colocado à mesa a situação fragilizada em que as mulheres da época enfrentavam, ao terem todos os seus atos perseguidos e facilmente podendo serem comparados com técnicas demoníacas. Neste caso, as provas não foram  suficientes para condenar as duas mulheres, que foram absolvidas do caso.


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