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Matérias / Hollywood

Butterfly McQueen, a atriz que foi proibida de entrar na estréia de seu filme por ser negra

No lançamento de "...E o Vento Levou", a intérprete de Prissy foi alvo de um dos momentos mais racistas de Hollywood

Wallacy Ferrari Publicado em 18/06/2020, às 13h00

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Butterfly McQueen como Prissy no filme "...E o Vento Levou" - Divulgação / YouTube
Butterfly McQueen como Prissy no filme "...E o Vento Levou" - Divulgação / YouTube

Nascida em 1911, Thelma McQueen sempre foi desinibida, desde sua infância, com facilidade para se comunicar. Com esse dom, a jovem negra foi orientada por uma professora a deixar de lado o plano de ser enfermeira e aproveitar o talento para atuar. Com ajuda do ballet, ela passou a se apresentar e ganhar uma autoridade local pelo seu expressionismo e carisma.

Com o hábito de mexer muito as próprias mãos, foi apelidada de "borboleta" e, posteriormente, aderiu Butterfly como o seu nome artístico, chegando a mudar legalmente. Na segunda metade da década de 1930, passou a se apresentar nos consagrados palcos da Broadway, chamando atenção do público pela voz fina e delicadeza.

Em 1938, um dos interessados no seu trabalho foi Kay Brown, produtor de David O. Selznick, o que observou a moça atuando e a convidou para fazer um teste em um filme que estava sendo produzido pela MGM. Quando David observou o teste da jovem, cancelou os outros testes e cravou McQueen como a detentora do papel na obra. Para a surpresa da atriz, ela estava escalada naquele que seria um dos maiores sucessos da história do cinema.

Papel degradante

A proposta era para a personagem Prissy, uma empregada doméstica responsável por momentos relacionados ao lado cômico do filme '...E o Vento Levou'. Com muita ingenuidade, a personagem tem frases que servem de escada para a demonstração de inteligência de outras figuras na obra.

Trecho do filme Mildred Pierce com Butterfly interpretando uma doméstica / Crédito: Divulgação / YouTube

Embora sua personagem seja notada no filme como uma das mais carismáticas e bem recebidas pelo público, Butterfly não gostou de interpretar Prissy. De acordo com a atriz, suas características delicadas contribuíram para que sua participação demonstrasse submissão dos negros em relação aos personagens brancos do filme: “Não me importei de ser engraçada, mas não gostei de ser estúpida”.

Em entrevista à JET, a atriz não manifestou problemas com colegas de trabalho sofrer algum tipo de racismo pela produção, mas externou indignação pela maioria dos convites em trabalhos relacionados aos afazeres doméstico. "Eu odiei. A parte da Prissy foi tão apagada. Mas agora eu fico feliz por ter feito o filme, pois hoje vivo dele", disse Butterfly.

A estreia e reestreia

Apesar de ser bem recebida pela equipe, um infortúnio marcou a conclusão do filme, durante a sessão de lançamento em Atlanta, na Georgia. Sendo uma das estrelas, McQueen foi orientada a não comparecer ao evento, visto que o teatro recebia apenas pessoas brancas e orientou a equipe a fazer o mesmo. Dessa maneira, a atriz não teve a oportunidade de ver a obra no cinema.

Butterfly em depoimento na festa de 50 anos do lançamento de "...E o Vento Levou" / Crédito: Divulgação / YouTube

Em 1989, na comemoração de 50 anos da estreia, a atriz não apenas foi convidada, como foi a homenageada da noite, com um banner e uma ala do salão exclusivamente dedicada aos seus convidados. Buttlerfly aproveitou o espaço para agradecer o avanço de Hollywood e pediu ainda mais amparo para os artistas negros.

Além da carreira no cinema, a atriz se tornou bacharel em ciências políticas na New York City College, aos 64 anos de idade. Morreu aos 84 anos, em 1995, após sofrer um acidente doméstico com um aquecedor, sofrendo queimaduras de segundo e terceiro grau em mais de 70% de seu corpo.


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