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Matérias / Personagem

Camila O'Gorman, a socialite que largou tudo para namorar um padre

Em meio a uma crise política na Argentina, a moça da alta sociedade pagou com a própria vida após conhecer Ladislao Gutiérrez

Wallacy Ferrari Publicado em 03/05/2020, às 09h00

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A jovem, em fotografia (à esq.) e uma pintura retratando o momento de sua execução (à dir.) - Wikimedia Commons
A jovem, em fotografia (à esq.) e uma pintura retratando o momento de sua execução (à dir.) - Wikimedia Commons

Sendo a penúltima filha de uma família de classe alta de Buenos Aires, Camila O’Gorman era neta de Ana Périchon, amante do vice-rei da La Plata, Santiago de Liniers. Além disso, com a Argentina governada pelo general Juan Manuel de Rosas, a influência de Camila se tornou ainda maior graças a melhor amiga Manuelita, filha de Juan, que a inseriu em eventos da alta sociedade argentina.

Dona de uma beleza jovial e educada nas melhores escolas da capital argentina, Camila impressionava até os mais velhos, sendo convidada em comemorações na residência de governantes. Em um dos eventos, no entanto, deixou um influente homem impressionado com seu comportamento.

O padre jesuíta Ladislao Gutiérrez se aproximou de Camila no final de sua adolescência e se impressionou com as opiniões protestantes da jovem, condizentes com a igreja administrada pelo padre, a La Compañía de Jesús. Na época, a instituição era a única católica no país que ainda manifestava publicamente contra as táticas policiais de Juan Manuel de Rosas.

A resposta de Rosas foi automática: jesuítas contrários seriam banidos na Argentina. Com Camila ao seu lado, Ladislao começou a nutrir uma parceria que, posteriormente, se tornou uma união amorosa clandestina. Visto que o padre não poderia atuar — ou ao menos ser descoberto atuando — o casal fugiu para o nordeste do país, em Goya, província de Corrientes.

Retrato de Camila O'Gormon / Créditos: Divulgação

Com poder aquisitivo alto, aproveitaram para estabelecer negócios locais, como a primeira escola da cidade. Usando nomes falsos, ainda se aliaram ao governante da província, Benjamín Virasoro, que também era contrário à Rosas e tentou ocultar o casal da família e do governo.

A descoberta

O escândalo foi descoberto por um padre irlandês que, viajando em Goya, identificou Ladislao se apresentando com uma identidade falsa. No dia seguinte, as autoridades do governo já estavam na região para prendê-los. O pai da jovem, Adolfo O’Gorman, manifestou por carta a decepção com o relacionamento, afirmando que Gutierrez seduziu filha “sob o disfarce de uma religião”.

Levados para Buenos Aires, Camila insistiu em negar as afirmações públicas de que estaria sendo sequestrada e estuprada pelo padre; do contrário, assumiu a autoria da decisão de sumir e que acompanhou Ladislao voluntariamente.

Após pedidos de Rosas, foram separados de celas e levados para alas distintas da prisão de Santos Lugares.

A jovem chegou a pedir ajuda a amiga Manuelita, que por sua vez, pediu clemência ao pai. O general não aceitou os pedidos da filha e afirmou que era necessária uma “Demonstração de seu poder indiscutível, visto que os valores morais e normas religiosas sagradas de toda uma sociedade estava em jogo”. Camila também tentou pedir ajuda para a família, mas seu pai concordava com o presidente e exigia uma punição pública.

O casal / Crédito: Wikimedia Commons

A pena foi assinada por via de um decreto de Rosas: ambos seriam executados. Com a execução ordenada, Camila revelou que estava grávida na prisão e solicitou uma cerimônia de batismo do bebê, que ainda estava em seu ventre.

No dia anterior ao cumprimento de sua pena, um padre foi até a capela da prisão junto a jovem, orientou a mesma a beber água benta e colocou cinzas consagradas em sua testa.

No dia seguinte, o padre, com 24 anos, e a moça, com 20, foram levados ao pátio da penitenciária, com os olhos vendados e em seguida, amarrados em cadeiras. O general foi pessoalmente até a ocasião e observou o fuzilamento de ambos.

De acordo com Antonio Reyes, secretário de Rosas, os dois corpos foram colocados no mesmo caixão, por compaixão, e entregue à família da jovem.


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