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Matérias / Estados Unidos

Caos vermelho, azul e branco: Há 3 anos, o Capitólio era invadido nos EUA

Há exatos 3 anos, o Capitólio era invadido nos EUA. Ameaça de ataque a democracia, resultou em indignação ao redor do mundo

Pamela Malva Publicado em 07/01/2021, às 13h19 - Atualizado em 06/01/2024, às 11h30

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Manifestante ocupando palco do Capitólio - Divulgação/Globo News
Manifestante ocupando palco do Capitólio - Divulgação/Globo News

O carpete estava perfeitamente limpo e aspirado, as mesas lustrosas esperavam por seus representantes e as cadeiras estavam prontas para uma longa sessão. Faltavam poucas horas até que a história do país seguisse por um novo caminho.

Após meses aguardando o encerramento das eleições presidenciais, o dia havia finalmente chegado. Na tarde daquela quarta-feira, dia 6, os parlamentares estavam prontos para declarar a vitória de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos.

Eles não esperavam, no entanto, que a indignação de apoiadores de Donald Trump se tornaria um verdadeiro tumulto. Munidos com bandeiras do país e dos Estados Confederados e camisetas pró Trump, os manifestantes invadiram o Capitólio.

Tudo começou no meio da tarde, enquanto parlamentares e congressistas norte-americanos esperavam pela contagem oficial dos votos coletados durante o final de 2020. Presidida por Mike Pence, a sessão validaria a vitória de Joe Biden como novo líder dos Estados Unidos.

De repente, bonés vermelhos com a famosa frase “Make America great again” (“Tornar a América grande novamente”, em tradução livre) passaram pelas portas de madeira. Indignados, os manifestantes republicanos tomaram conta do lugar.

Pouco mais cedo, o grupo conseguiu passar pelos seguranças do Congresso, tendo acesso aos suntuosos ambientes da construção. Assim, as sessões no Senado e na Câmara foram interrompidas e os corredores das duas casas foram bloqueados.

Em sua posição de presidente do Senado, Mike Pence exigiu que os manifestantes recuassem, mas acabou sendo guiado às pressas para um lugar mais seguro. Parlamentares, por sua vez, abrigam-se em seus respectivos gabinetes.

Prontos para enfrentar o pior, os seguranças ordenaram que funcionários e jornalistas colocassem máscaras contra gás lacrimogêneo. Tão rápido como tudo começou, um intenso confronto tomou conta das salas do Congresso.

Receosa, a Prefeitura de Washington DC decretou um repentino toque de recolher. Ao final do episódio violento, foi constatado que quatro pessoas morreram e outras 50 foram presas.

As cenas dos manifestantes ocupando escadarias, cadeiras de lideranças e arquibancadas do Congresso tomaram conta do país. O claro ataque à democracia norte-americana tornou-se um dos assuntos mais discutidos nas redes sociais.

“A História se lembrará corretamente da violência de hoje no Capitólio como um momento de grande desonra e vergonha para a nossa nação”, escreveu Barack Obama, em seu Twitter. Tão indignado quanto, GeorgeW. Bush afirmou que “é assim que se disputam os resultados eleitorais em uma república das bananas”.

Para muitos, a maior das críticas residia no fato de que, pouco antes da invasão, o próprio Donald Trump teria instigado movimentações de seus apoiadores. "Eu estarei com vocês. Vamos andar até o Capitólio e felicitar nossos bravos senadores e congressistas", disse o republicano, durante discurso anterior ao episódio.

Manifestante sentado na cadeira de um dos gabinetes / Crédito: Divulgação/Youtube

O ápice

Interrompida pelo movimento dos manifestantes, a sessão no Capitólio foi retomada por volta das 22h (no horário de Brasília) daquele mesmo dia. Com a volta dos parlamentares, Mike Pence definiu o ocorrido como um "um dia obscuro".

"Protestos pacíficos estão no direito de todo americano, mas este ataque ao nosso Capitólio não vai ser tolerado", afirmou o vice-presidente. Ao fim da sessão, com o objetivo de "defender a Constituição", os congressistas verificaram a vitória de Joe Biden.

Cena de tumulto em um dos ambientes do Congresso / Crédito: Divulgação/Youtube

Ataque

Em meio ao polêmico episódio da invasão, Donald Trump pediu que seus apoiadores fossem para casa. "Precisamos ter paz, precisamos ter lei e ordem e precisamos respeitar nosso grande pessoal de lei e ordem", afirmou, em seu Twitter.

Para diversos políticos, todavia, foi o próprio Trump quem influenciou os manifestantes. Obama, por exemplo, afirmou que a invasão foi "incitada por um presidente em exercício que tem continuamente e sem provas mentido sobre o resultado de uma eleição legal" — Trump, por sua vez, afirma que os números comprovam sua vitória.

Ao final do episódio violento, foi constatado que pelo menos nove pessoas morreram antes ou depois do caos, repercute o portal de notícias G1. Além disso, mais de 1.230 enfrentaram acusações de crimes federais.