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Matérias / África

Capítulo esquecido da Corrida Espacial: Afronautas, o inacreditável programa espacial da Zâmbia

Estados Unidos e União Soviética tiveram um esquecido concorrente: a Zâmbia. No entanto, o programa do país africano tinha ousadas particularidades

Fabio Previdelli Publicado em 04/08/2020, às 10h50

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Imagem ilustrativa do lançamento de um foguete - Pixabay
Imagem ilustrativa do lançamento de um foguete - Pixabay

Pós Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética deixaram a aliança de lado e começaram uma intensa disputa pela influência política e econômica no mundo.

Apesar de nunca terem entrado em conflito militar, os dois países se confrontavam de maneira indireta em diversos campos, como o cultural, esportivo e tecnológico. Esse último, inclusive, foi uma das faces mais visíveis dessa disputa e pode ser visto de maneira mais concreta durante a Corrida Espacial.

Iniciada em 1957, a competição tecnológica pela disputa do espaço foi vencida pelos Estados Unidos em 20 de julho de 1969, quando Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins chegam em nosso satélite natural pela primeira vez. Entretanto, um ousado e esquecido programa espacial africano também participou dessa disputa. Conheça os afronautas!

A inacreditável saga de Nkoloso

Edward Festus Mukuka Nkoloso nasceu em 1919 na região norte da Rodésia do Norte — uma colônia britânica criada em 1911 e controlada pela British South Africa Company em 1923 —, onde atualmente fica a Zâmbia.

Nkoloso serviu como sargento na corporação de sinalização da Rodésia na Segunda Guerra e, após o conflito, se tornou tradutor na colônia. Posteriormente, acabou se juntando ao movimento de resistência e foi preso em 1956 e 1957.

Após o período em cárcere, fundou a Academia Nacional de Ciências, Pesquisa e Filosofia do Espaço da Zâmbia, em 1960. Durante quase uma década, até meados de 1969, a instituição tinha um ousado projeto: enviar Matha Mwambwa, de 17 anos na época, e dois gatos à Lua. Além do mais, também havia outro programa espacial que planejava uma viagem para Marte. Por mais maluco que seja, Nkoloso realmente planejava vencer os programas espaciais americanos e soviéticos.

Entretanto, o projeto passava por algumas dificuldades de estrutura. A primeira delas, por exemplo, se diz respeito ao treinamento dos “astronautas”, que faziam seus exercícios de preparação em uma instalação em uma fazenda abandonada.

Lá, eles eram jogados morro abaixo em um tambor de óleo de 200 litros. Isso, segundo Nkoloso, os treinaria para não sentirem ausência de peso tanto na viagem espacial quanto na reentrada na Terra. Além disso, a equipe também usava um balanço de pneu para simular, de certa maneira, a gravidade.

Mukuka declarou que os objetivos do programa eram: 1°) estabelecer um ministério cristão para os marcianos "primitivos"; 2º) fazer a Zâmbia se tornar "controladora do espaço do Sétimo Céu Interestelar". No entanto, ele teria instruído a equipe a não forçar o cristianismo aos possíveis habitantes nativos de Marte.

Para tal missão, eles contavam com o foguete chamado D-Kalu 1, que mais parecia um tambor de 3 por 2 metros. Segundo seu projetor, a nave era feita de alumínio e cobre, e o espaço para os viajantes era considerado digno. A data planejada de lançamento foi em 24 de outubro de 1964, no Dia da Independência, e ocorreria no Estádio da Independência, mas isso acabou não acontecendo por falta de permissão.

Para a realização do programa, Nkoloso chegou a pedia a Unesco a doação de 7.000.000 de libras da Zâmbia. Além do mais, ele também solicitou cerca de 1.9 bilhão de dólares de "fontes estrangeiras privadas". No entanto, o Ministério do Poder, Transporte e Comunicação do país declarou que esses pedidos não foram feitos em nome da Zâmbia e o dinheiro jamais lhe foi entregue.

Entrevistado em 2016, o ex-presidente da Zâmbia Kenneth Kaunda disse sobre o programa espacial, que se referia aos seus participantes como Afronautas, "não era algo real... Era algo mais divertido do que qualquer outra coisa".

No entanto, Nkoloso afirma que o programa só falhou devido à falta de fundos e à gravidez de Martha, que posteriormente deixou a missão para retornar para a casa de seus pais. Além do mais, ele também diz que o foguete foi sabotado por “elementos estrangeiros” e que o governo do país se distanciou de todo o esforço.


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