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Matérias / Crimes

A Caravana da Morte de Pinochet

Responsável por mortes violentas, o famoso esquadrão chileno continua sendo uma mancha na história do país

Joseane Pereira Publicado em 20/11/2019, às 17h42

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O ditador Augusto Pinochet em evento oficial - Divulgação
O ditador Augusto Pinochet em evento oficial - Divulgação

Entre os dias 30 de setembro e 22 de outubro de 1973, o Chile vivenciou um momento trágico de sua história. Após o recente golpe de estado, ocorrido em 11 de setembro, o ditador Augusto Pinochet enviou um esquadrão do sul ao norte do país, para exterminar indivíduos contrários ao seu regime.

ESQUADRÃO LETAL

A Caravana da Morte realizou a execução de pelo menos 75 indivíduos, em sua maioria da Unidad Popular (UP), partido eleito democraticamente e que caiu após o golpe. A caravana era liderada pelo general Sergio Arellano Stark, viajando em um helicóptero da Puma para realizar sangrentas campanhas.

O esquadrão foi ativado sob a demanda de que comandantes de províncias estavam sendo muito amistosos com seus prisioneiros. Arellano tinha a missão de unificar “critérios na administração da justiça aos prisioneiros”, com ordens diretas de Pinochet. Entretanto, essa fachada escondia mortes lentas e extremamente dolorosas de seus adversários.

Pinochet e Arellano em 1973 / Crédito: Wikimedia Commons

Além da execução de oponentes, vários oficiais foram punidos por não serem duros o suficiente com seus prisioneiros. Em 19 de outubro de 1973, o general Joaquín Lagos Osorio apresentou sua renúncia a Pinochet, diante das execuções atrozes que presenciou na cidade de Antofagasta, ao norte do Chile.

Dezenas de presos tinham sido executadas sem seu consentimento, e alguns foram fatiados com facões antes do fuzilamento. Para a ONG chilena Memoria y Justicia, a denúncia de Lagos teria sido essencial para “interromper a espiral de assassinatos”.

Anos após o ocorrido, em uma entrevista para o canal TVN, o oficial Lagos revelou o porquê de não ter devolvido os corpos dos 14 prisioneiros executados em Antofagasta a suas famílias: “Eu tinha vergonha de vê-los, pois tinham sido rasgados em pedaços. Então, eu queria reuni-los, pelo menos deixá-los em forma humana. Sim, seus olhos foram arrancados com facas, suas mandíbulas quebradas, suas pernas quebradas... No final, eles lhes deram golpes de graça. Eram impiedosos".

Em 2008, Arellano foi condenado a seis anos de prisão pelo envolvimento na execução dos presos de Antofagasta. Apesar de terem durado pouco tempo, as atividades da Caravana da Morte marcaram definitivamente a história do Chile, em um dos momentos mais icônicos da ditadura no país.


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