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Matérias / Estados Unidos

Mais lidas: Casey Viner, o gamer condenado à prisão por trote fatal na Polícia norte-americana

A prática, identificada como "swatting" pela Justiça dos EUA, resultou na morte de um inocente do outro lado do país

Wallacy Ferrari Publicado em 27/06/2022, às 20h52 - Atualizado em 02/07/2022, às 00h00

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Casey entrando em tribunal - Divulgação / Vídeo / NBC
Casey entrando em tribunal - Divulgação / Vídeo / NBC

Durante a segunda metade da década de 2010, diversas plataformas especializadas em transmissões ao vivo de jogatinas foram amplificadas com a popularização de jogos multiplayers e apresentadores carismáticos, principalmente pelas plataformas Twitch e YouTube Gaming, criando a onda do streaming de games.

Contudo, com sua ascensão midiática e comercial, diversas maneiras de pestanejar seus produtores de conteúdo surgiram; desde as populares pegadinhas com nomes bizarros até os limites da brincadeira, como classifica a Justiça dos Estados Unidos com um termo relativamente recente nos registros penais norte-americanos, mas igualmente maliciosos.

O chamado "swatting" origina da sigla SWAT, que representa o esquadrão de elite das polícias locais no país. A pegadinha em si trata-se de rastrear um outro jogador ou alguém que esteja com uma transmissão em aberto, obtendo seu endereço.

Com isso, uma pessoa se encarrega de passar um trote para a polícia alegando uma situação de alto risco no endereço do jogador, como assassinatos ou sequestros, mobilizando policiais fortemente armados a invadirem, ao vivo, o quarto da pessoa que realiza a transmissão.

 Em uma 'brincadeira' como essa ocorreu um dos principais casos de 'swatting' da história criminal dos EUA, resultando na morte de um rapaz em dezembro de 2017.

Em uma 'brincadeira' como essa ocorreu um dos principais casos de 'swatting' da história criminal dos EUA, resultando na morte de um homem em dezembro de 2017. Contudo, a intriga começou fora da esfera real, mobilizada por uma briga de jogadores durante uma partida do shooter "Call of Duty".

Do virtual para o real

No jogo, o personagem controlado por um jovem, identificado como Casey Viner, acabou sendo morto por outro jogador, controlado por Shane Gaskill, e teve um acesso de raiva contra o jogador, como noticiou a ABC News em 2021.

O jovem preferiu iniciar uma discussão através de mensagens privadas, disponibilizadas pela plataforma do console onde jogavam. Shane, por sua vez, poupou sua paciência e o convidou para resolver as diferenças pessoalmente, enviando seu endereço real e escrevendo: "Por favor, tente fazer alguma besteira".

Casey não manifestou interesse no confronto, mas decidiu aplicar uma peça no rival de game e convocou uma ação de "swatting" junto a um amigo chamado Tyler Barriss. Barriss ligou para o serviço de emergência se passando pelo rival de seu amigo, afirmou que havia matado o próprio pai e mantinha a mãe refém, além de espalhar gasolina pela casa.

Trote mortal

A notícia rapidamente mobilizou a polícia da cidade de Andrew, em Sedgwick, no Kansas, muitos quilômetros de distância de Los Angeles, onde Casey estava.

Ao ter a casa cercada, um jovem chamado AndrewFinch, de 28 anos, saiu confuso e, ao ser solicitado para levantar as mãos, acabou abaixando os braços e sendo alvejado por tiros, que levaram a sua morte. Ele nada tinha a ver com a mentira criada pelos rapazes.

Ao entrarem na casa, não havia nenhuma situação de reféns ou mortos, confirmando o "swatting". Dessa forma, a polícia conseguiu rastrear a origem do telefonema, chegando aos rapazes que participaram do trote. Shane Gaskill havia passado para os outros jogadores o seu endereço antigo

O autor da chamada e Casey tentaram apagar os registros das conversas dos jogadores, e foram presos e julgados pelo trote, ameaça falsa e obstrução de justiça. Acusação que também fora encarada por Shane.

A pena maior ficou para o autor da chamada: Tyler Barriss recebeu 51 acusações, como informou a BBC News, sendo condenado a 20 anos de prisão, ele também encarou acusações por ameaças de bomba nos EUA e Canadá. Casey teve apenas 2 anos de reclusão, além de uma multa pelo caso.