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Matérias / Brasil

Neurocientista avalia suposto assassinato do garoto Henry: 'Há muitos fatos nebulosos no caso'

Segundo o neurocientista Fabiano de Abreu, a psicologia explica uma possível relação entre Jairinho, Monique e a morte do menino

Pamela Malva Publicado em 08/04/2021, às 17h00 - Atualizado às 19h10

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Fotografia do pequeno Henry na piscina - Divulgação/Leniel Borel
Fotografia do pequeno Henry na piscina - Divulgação/Leniel Borel

Na madrugada do dia 08 de março, uma segunda-feira, o engenheiro Leniel Borel recebeu uma ligação da ex-esposa, Monique Medeiros. Ao telefone, a mulher afirmava que seu filho de 4 anos, o pequeno Henry, havia sofrido um acidente assustador.

Naquela mesma manhã, depois que a trágica morte do menino foi constatada, os médicos que atenderam a criança questionaram a veracidade da versão contada por Monique e seu namorado, o vereador Dr. Jairinho. Desconfiados, os profissionais sugeriram que Leniel desse entrada em um Boletim de Ocorrência, segundo a Veja.

Uma vez abertas as investigações sobre a suspeita morte da criança, o caso tomou conta da mídia brasileira. Principalmente depois que Monique e Jairinhoforam presos temporariamente pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 08.

Fotografia do pequeno Henry com seu pai, Leniel, na igreja / Crédito: Divulgação/Leniel Borel

Versões de um caso

O que, afinal, aconteceu com o pequeno Henry? Essa é a pergunta que diversos profissionais, como o neuropsicólogo Fabiano de Abreu, tentam responder, tendo em vista que a polícia já está falando na possibilidade de um assassinato.

Desde que o pequeno foi levado ao hospital, os investigadores já ouviram cerca de 18 testemunhas, reunindo provas o suficiente para descartar a teoria de que a morte do menino foi um acidente — como Monique e Dr. Jairinho teriam alegado inicialmente.

"Hoje temos todos os elementos probatórios e podemos sim afirmar que temos provas que essa criança (Henry) foi assassinada e não foi vítima de um acidente doméstico", explicou Antenor Lopes, que atualmente é diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), em coletiva. "As demais provas técnicas da simulação e laudos médicos legais estão sendo finalizados e serão oportunamente juntados aos autos".

Pensando nisso, Fabiano explica como alguém cometeria um crime tão brutal contra uma criança. É importante lembrar, contudo, que o inquérito ainda não foi fechado e, dessa forma, os oficiais não apontaram formalmente o nome de qualquer suspeito.

Monique Medeiros sendo levada pela polícia / Crédito: Divulgação/Youtube/Rede Globo

Um caso brutal

Em um mês de investigações, o caso de Henry Borel já comoveu o Brasil, trazendo à tona a morte de outras crianças, como da pequena Isabela Nardoni. Da mesma forma, o mistério gera reflexões, já que coloca em xeque a própria sanidade dos envolvidos.

Para muitos, contudo, o que mais gera indignação na morte de Henry é o fato do menino viver com o padrasto, Dr. Jairinho, um médico bastante conhecido. Como algo tão fatal poderia acontecer com a criança, sendo que ela mora com um profissional da saúde?

Acontece que, segundo as investigações e algumas descobertas recentes — como o fato de que o menino teria sofrido agressões, das quais a mãe sabia —, existe a possibilidade do vereador ter relação direta com a morte do menino, explica Fabiano.

Fotografia de Henry com sua mãe, Monique / Crédito: Divulgação/Monique Medeiros

Um problema complexo

Segundo o neurocientista, a psicopatia é um dos distúrbios mentais mais difíceis de se diagnosticar. Dessa forma, ela se manifesta sem que muitas pessoas percebam e, silenciosa, pode gerar falta de consciência e empatia naqueles que a detém.

“Todo psicopata tem um narcisismo patológico, mas nem todo narcisista é psicopata”, ressalta o pesquisador. Mas ele lembra que, juntos, a “estrutura mental da perversão” e o narcisismo podem acarretar em “disfunções que prejudicam a racionalidade”.

Só que, no caso de Henry, muito além de um possível assassinato, as teorias ainda sugerem que Monique sabia de todas as agressões, tornando-se cúmplice do suposto homicídio. Para Fabiano, o envolvimento da mãe também se explica com a psicologia.

Fotografia do pequeno Henry na casa do pai / Crédito: Divulgação/Leniel Borel

Um silêncio ensurdecedor

“No caso de uma mãe tornar-se cúmplice, esta submissão está vinculada ao poder de sedução, envolvimento e persuasão do parceiro psicopata”, narra o neuropsicólogo. Dessa forma, caso as investigações comprovem o envolvimento de Jairinho na morte do menino, Monique poderia ter mantido o crime em segredo em respeito ao namorado.

Ainda mais, segundo as teorias do neurocientista, a própria relação entre Jairinho e Monique teria levado ao trágico desenrolar dos fatos. “O modo como ele exerce influência negativa sobre a namorada, faz com que a produção de ocitocina, o hormônio do vínculo, responsável pelo vínculo afetivo entre mãe e filho, fique disfuncional.”

Fabiano não descarta, contudo, a possibilidade de que Monique não estivesse consciente no momento das supostas agressões, o que teria impedido suas reações em defesa do filho. "Há muitos fatos nebulosos no caso, porém a estrutura perversa do Dr. Jairinho é um fato inquestionável", conclui o neurocientista.


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