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Matérias / Personagem

Caso Terri Schiavo: a luta pela morte que foi parar nos tribuinais

Durante sete anos, o marido de Terri argumentou que a esposa não iria querer ser mantida viva por máquinas, enquanto os pais dela defendiam que a filha seria contra

Ingredi Brunato Publicado em 28/10/2020, às 09h51 - Atualizado em 11/11/2020, às 19h35

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Fotografia de Terri quando nova, antes do incidente que a tornou vegetativa. - Divulgação
Fotografia de Terri quando nova, antes do incidente que a tornou vegetativa. - Divulgação

Terri Schiavo foi uma mulher nascida na Flórida, nos Estados Unidos, que após uma parada cardíaca, em que seu cérebro ficou cerca de cinco minutos sem a devida irrigação, entrou em estado vegetativo permanente.

Ela passou quinze anos sendo viva através de tubos de alimentação e hidratação, e durante a maior parte desse tempo, seu marido esteve em batalha judicial com seus pais, porque o primeiro queria desconectá-la dos aparelhos, e os segundos queriam mantê-la. 

Judicialmente, ocorreu a mobilização. Conforme noticiado pelo UOL em 2005, de um lado, existiam ativistas defensores da eutanásia para ajudar o marido de Terri, e de outro, grupos religiosos pró-vida em apoio aos pais da jovem.

O caso, que foi repleto de acusações e afirmações que mais tarde revelaram-se falsas, afinal chegou a um desfecho em 2005, tendo ganhado grande cobertura da mídia durante boa parte dele, sendo assim acompanhado de perto por um público de opiniões divididas. 

O estopim de um coma

Terri Schiavo tinha 26 anos quando sofreu uma parada cardíaca. Ela foi encontrada desacordada em sua casa, e embora tenha sido ressuscitada por médicos no pronto-socorro, nunca mais seria a mesma depois do triste episódio.

Isso porque Schiavo entrou em um coma que dois meses e meio depois seria declarado como estado vegetativo permanente, isto é, com possibilidades quase nulas de recuperação. 

No entanto, a parada cardíaca não havia sido o início de um problema de saúde para Terri, e sim uma consequência de um distúrbio alimentar com o qual ela lidava por anos: a bulimia. De acordo com o USA Today, em nota de 2005, a moça nascida na Flórida usou dietas restritivas para perder peso. 

O corpo magro foi mantido com hábitos autodestrutivos, levando a norte-americana a inclusive perder sua menstruação na vida adulta, fazendo com que não conseguisse engravidar.

A bulimia também é responsável por causar uma baixa drástica do nível de potássio no organismo, o que por sua vez pode levar à síndrome da morte súbita por arritmia - ou em outras palavras, uma parada cardíaca como a que Terri teve. 

Familiares divididos 

Durante os primeiros anos em que a mulher esteve em coma, seu marido Michael Schiavo e seus pais Robert e Mary Schindler mantiveram-se esperançosos de que ela poderia acordar, contra todas as probabilidades, e voltar a ser a Terri de antes. Inclusive, existiram diversos tratamentos terapêuticos sendo feitos nesse período, que não deram nenhum resultado. 

Então, em 1998, oito anos após a fatídica parada cardíaca, Michael decidiu que era a hora de desconectar sua esposa dos tubos. Ele acreditava que Terri não gostaria de ser mantida viva apenas através de máquinas, e como era o guardião legal dela, tinha autorização para tomar essa decisão. Mas como os pais discordavam, se teve início uma batalha judicial de sete anos. 

Fotografia de Terri no hospital. Ela muitas vezes parecia sorrir, ou abria os olhos, o que seus pais viam com esperança, e os médicos interpretavam como reflexos involuntários / Crédito: Divulgação/ Youtube 

Na justiça, contudo, o caso foi muito menos acirrado que nos jornais da época: Michael ganhou três vezes o direito de retirar as sondas. Todavia, a repercussão e as polêmicas em volta da história - que gerou protestos e ganhou envolvimento até do presidente norte-americano da época, George W. Bush - fizeram com que em duas dessas vezes, os tubos fossem recolocados. 

Revelações da autópsia 

Mesmo com o próprio presidente dos Estados Unidos tentando sancionar uma lei às pressas na tentativa de beneficiar a vontade dos pais de manter a filha viva através de tubos (lei essa que foi anulada por ser considerada inconstitucional), no fim as máquinas ao redor de Terri Schiavo foram desligadas.

Uma autópsia revelou que a mulher tinha perdido 50% da massa encefálica, uma proporção de dano cerebral que era irreversível - confirmando que ela nunca se recuperaria, como os médicos haviam desconfiado durante seus anos vegetativos. 


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