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Matérias / EUA

Cereal matinal surgiu como cura para a masturbação

O puritano John Kellog achava que o mal solitário arruinava a saúde. Ele tentou a cura pelo café da manhã

Maria Carolina Cristianini Publicado em 06/05/2019, às 05h00

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Fábrica da Kellogg Company - Reprodução
Fábrica da Kellogg Company - Reprodução

O sobrenome do médico John Harvey Kellogg virou, há tempos, sinônimo de café da manhã. Mas algo que as pessoas não relacionam a ele é uma forma particularmente radical de puritanismo sexual. 

Kellogg era um médico adventista do sétimo dia, extremamente devoto, que viveu um casamento de 40 anos sem sexo. Ele acreditava que doenças e pecado andavam juntos: a decadência da alma causa a decadência do corpo. E, desses vícios, um dos mais letais seria a masturbação. Chegou a catalogar 39 sintomas de quem se masturbava, incluindo acne, má postura, epilepsia e palpitações.

Mas havia uma saída para esse mal terrível. Induzindo um estado mental “saudável”, as tentações podiam ser amenizadas. Para o médico, o fim dos desejos passava por uma dieta sem carne e sem sabor. Enquanto trabalhou num sanatório em Battle Creek, Michigan, EUA, dedicou-se ao tema usando alimentos sem graça supostamente inibidores da libido. Como o milho puro. 

John Harvey Kellogg / Crédito: Reprodução

Uma das versões da história relata um erro do irmão mais novo do dr. Kellogg: Will Feith teria esquecido no forno, em 1894, uma maçaroca de milho a ser servida aos pacientes. Os dois trituraram tudo e obtiveram flocos. Sucesso! Não tinha a menor graça. Corpos e almas seriam salvos.

Em 1897, os irmãos criaram a Sanitas Food Company, que seria rebatizada de Kellogg Company quando Will adquiriu o controle acionário. Ele tinha outra ideia para o cereal: adicionou açúcar, tornando o produto muito mais excitante — e, certamente, tentador. A ideia de John Kellogg fora pervertida: sucrilhos nunca curariam ninguém do mal manual. E os irmãos nunca mais se falariam.