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Matérias / Personagem

Charlie e Francie: O casal americano que decidiu morrer no mesmo dia

Em 2017, a vida do casal — que estava junto há 66 anos — foi selada para sempre como forma de amor

Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/03/2021, às 18h31

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O casal Francie e Charlie Emerick decidiram morrer juntos - Divulgação/ShareWisdomNetwork/Youtube
O casal Francie e Charlie Emerick decidiram morrer juntos - Divulgação/ShareWisdomNetwork/Youtube

A máxima “Até que a morte nos separe” pode ser levada mesmo a sério para alguns casais, desde a data do matrimônio. Uma história baseada nessa promessa de amor é a de Charlie e Francie Emerick, que viveram juntos por sessenta e seis anos.

Em 20 de abril de 2017, eles decidiram morrer juntos, de mãos dadas, e deitados na cama de casa. Residentes de Portland, estado de Oregon, nos Estados Unidos, os dois tinham doenças em estado terminal.

Graças à lei de ‘Morte com Dignidade’, do estado, o casal pôde realizar o feito de morrer juntos, ainda que não fosse a hora, por meio da ingestão de doses letais de medicação. 

Francie, de 88 anos, morreu primeiro que o marido, cerca de quinze minutos depois de ingerir os medicamentos. Charlie, 87, foi por último — uma hora depois. O caso foi repercutido pela revista Veja, em matéria de 2018.

Cena do documentário ‘Living & Dying: A Love Story’ / Crédito: Divulgação/ShareWisdomNetwork/Youtube

A decisão de morrer no mesmo dia veio do estado de saúde debilitado da dupla. Cinco anos antes, em 2012, Charlie recebeu o diagnóstico de Parkinson, sendo que ele já sofria dos sintomas da doença anteriormente. Além disso, o idoso tinha câncer de próstata e problemas cardíacos.

Francie era capaz de mascarar as mudanças causadas em seu corpo. Segundo suas filhas, sua vida não foi fácil. Ela havia sofrido vários ataques cardíacos e também recebeu o diagnóstico de câncer. 

No início de 2017, Charlie ouviu do médico que seu estado de saúde era grave, e que teria apenas seis meses de vida — ou até menos. Enquanto sua esposa reconheceu que poderia ter ‘sobrevivido’ mais algum tempo.

Documentário

Charlie fora um respeitado otorrinolaringologista — médico que cuida de áreas como ouvido, nariz e garganta. Francie, apelido para Francine, atuou nas áreas de comunicação, marketing e relações públicas.

Depois de tomarem a importante decisão de ‘suicídio assistido’, os dois permitiram que suas vidas fossem documentadas em vídeo até o dia da morte. A filha mais nova do casal, Sher Safran, que também aparece nos vídeos, e o genro Rob ficaram responsáveis pelas gravações.

Charlie e a filha mais nova Sher, em filmagem do documentário / Crédito: Divulgação/ShareWisdomNetwork/Youtube

A versão final do documentário foi nomeada de ‘Living & Dying: A Love Story’ — em tradução ‘Vida e Morte: uma história de amor’ —, e pôde ser veiculada pela produtora de vídeos Share Wisdom Network. Além dos momentos finais do casal, o vídeo coletou depoimentos de pessoas próximas a eles.

“Eles não tinham arrependimentos, nenhum negócio inacabado”, contou a filha Sher, em documentário. “Foi como se soubéssemos que já era o tempo deles e o fato de estarem juntos significou muito”, confessou.

“Achei extremamente corajoso e bonito”, relatou a amiga de Francie, Carol Knowles, de 70 anos. Elas se conheceram em um clube de livros do qual participavam. “É possível ver e entender todo o cuidado que Charlie e Francie tiveram ao tomarem essa decisão”, finalizou.

De acordo com a filha mais nova, o objetivo do casal em filmar todo esse processo foi de “ajudar as pessoas a mudar a forma como pensam em morrer”, e até estimular que outras compartilhem momentos íntimos como esses. 

Francie Emerick em depoimento gravado / Crédito: Divulgação/ShareWisdomNetwork/Youtube

Legislação

De acordo com matéria do G1, o estado de Oregon foi o primeiro dos Estados Unidos a legalizar o chamado suicídio assistido.

Desde 1997, essa prática é permitida, desde que os médicos prescrevam doses letais de medicamentos, e os pacientes tenham mais de dezoito anos. O casal Emericks esteve entre as mais de cento e quarenta e três pessoas que morreram dessa maneira, no ano de 2017. 

No processo — que é burocrático e dura no mínimo quinze dias —, Charlie e Francie tiveram assistência para passar os últimos dias de vida. A lei exige exames de dois médicos diferentes para comprovar a baixa expectativa de vida, confirmações de intenção e, por fim, a capacidade dos pacientes de engolir medicamentos.

No documentário, a idosa explicou: “Nós queremos que seja tudo absolutamente legal”.

“Se houvesse uma maneira de gerenciar suas próprias mortes, eles fariam isso”, confessou Jerilyn Marler no documentário, a outra filha do casal que foi a principal companheira nos anos finais.

++Confira o documentário na íntegra!


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