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Matérias / Personagem

Che Guevara foi enviado para a Bolívia para morrer?

Para comandante que capturou o guerrilheiro, Fidel Castro passou a considerar o argentino um incômodo e queria “livrar-se dele”

Redação Publicado em 20/11/2020, às 08h00

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Líder revolucionário Che Guevara - Divulgação/Olga Shirnina
Líder revolucionário Che Guevara - Divulgação/Olga Shirnina

Depois que Che Guevara, Fidele Raúl Castro consolidaram a Revolução Cubana na ilha caribenha, parecia que aquele era o momento de tornar a guerrilha uma prática internacional. Os socialistas queriam aproveitar o momento de êxito para espalhar os ideais ao redor do mundo.

Enquanto toda a América Latina se tornava um tabuleiro da Guerra Fria, em que alguns países eram apoiados pelos Estados Unidos e os outros pela União Soviética, o plano era trazer a revolução que ocorreu em Cuba para novas regiões. Guevara estava pronto para essa tarefa.

O argentino foi ao Congo na tentativa de ajudar seus camaradas na tarefa da revolução. No entanto, diferentemente do que aconteceu na ilha, eles não foram vitoriosos. Sem sucesso, a decisão foi a de tentar levar o estilo da guerrilha para o próprio continente. Ele foi, então, enviado para a Bolívia, com o mesmo objetivo, em 1965. 

Para o general boliviano aposentado Gary Prado Salmon, que foi o responsável por capturar o comunista no país em em outubro de 1967, Che foi alvo de uma armadilha plantada pelas lideranças cubanas. Em 2017, em entrevista à EFE e à AFP, o militar afirmou que o guerrilheiro foi enviado para a Bolívia para morrer, por Fidel Castro.

O guerrilheiro / Crédito: Wikimedia Commons

“Depois de tantos anos, o que se descobriu é que no fim mandaram Che aqui para morrer. Livraram-se dele. Essa é a realidade. [Fidel] Castro livrou-se de Che]. Não só porque quis, mas porque a direção do partido comunista cubano não o suportava mais por causa de seu caráter e de seu jeito impulsivo”, explicou.

A teoria do comandante é defendida no seu livro A Guerrilla Amolada: A campanha de Che na Bolívia: Testemunho e análise de um protagonista (em tradução livre), publicado pela primeira vez em 1987. O general, mais de 50 anos após o assassinato de Che, fez uma análise sobre a queda da guerrilha na Bolívia.

A obra foi feita a partir da experiência de Prado como líder dos Rangers bolivianos, um grupo de militares que foi treinado pelos Boinas Verdes dos Estados Unidos para enfrentar a “ameaça comunista”, representada principalmente pelos guerrilheiros. Pelo menos 650 soldados foram treinados por estadunidenses.

Foi essa exata equipe a responsável por capturar Che. Em 7 de outubro de 1967, o grupo do argentino já estava dividido e com muitas baixas e foi vítima de uma emboscada. Quando uma mulher avistou os soldados e informou sua localização ao exército boliviano, era o fim da guerrilha.

Eles foram, então bloqueados de todas as rotas de fuga possíveis. Os homens de Guevara estavam encurralados no fundo da quebrada de Yuro, uma garganta de 300 metros de comprimento e menos de 50 metros de largura. Um tiroteio seguiu à movimentação, matando pelo menos metade do grupo. Já o restante foi capturado, inclusive o líder. 

Fotos do cadáver de Che Guevara / Crédito: Getty Images

Para Prado, “eles não representavam um perigo para ninguém”. O grupo, que já era pequeno, contando com por volta de 17 guerrilheiros, ficou menor ainda. O comandante disse ainda que “[Che] não conhecia nada sobre a Bolívia”, fato que considera importante para sua teoria.

Quando encontrou um dos líderes da revolução cubana, o militar afirmou que ele estava em uma situação precária. Depois de levar um tiro na perna, carregando uma arma danificada e usando sapatos de trapos, Che não estava nada parecido com a imagem que temos dele vitorioso na ilha caribenha.

Capturado, o guerrilheiro foi colocado como prisioneiro pelos Rangers, que começaram a interrogá-lo. O militar contou que, durante essa conversa, Guevara disse que não foi ele que decidiu ir para a Bolívia. “Houve uma reunião e formou-se uma equipe de cubanos para acompanhá-lo”, explicou Prado.

No entanto, a tese de Prado de que Fidel e Cuba abandonaram Che para ser morto na Bolívia não é aceita tanto por Havana quanto pela família do guerrilheiro. Eles também rechaçam a hipótese das divergências do argentino com o principal líder da revolução cubana.


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