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Matérias / Entretenimento

'Clonar' o BTS? A curiosa parceria entre a agência de k-pop e uma empresa de inteligência artificial

Recentemente, a Big Hit investiu quase quatro milhões de dólares em uma companhia capaz de “criar uma voz super realística e expressiva, que não pode ser distinguida do humano original”

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/03/2021, às 17h27

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O grupo sul-coreano BTS - Wikimedia Commons
O grupo sul-coreano BTS - Wikimedia Commons

O BTS foi o primeiro grupo de k-pop a ser indicado ao Grammy. Eles também foram os primeiros artistas asiáticos a chegarem ao topo da Billboard Hot 100 com “Dynamite”, single lançado no ano passado inteiramente em inglês. Ainda em 2020, o grupo quebrou outro recorde: os artistas venderam mais de 1 milhão de cópias do álbum BE em apenas 30 minutos.

Gigantes na indústria da música, os sete artistas são alguns dos mais importantes não só da Coreia do Sul, seu país natal, mas do mundo: o sucesso internacional do grupo é visível e impressiona. Além das conquistas notáveis, o número de fãs parece crescer cada vez mais. 

Isso é algo que não passa despercebido pelos empresários responsáveis pelo grupo sul-coreano. A Big Hit Entertainment teve, apenas no ano passado, um crescimento de 36% em sua receita anual, conforme divulgado pelo portal Music Business Worldwide. 

Aproveitando essa alta, a agência decidiu investir na Supertone, uma empresa da Coreia do Sul que é especializada em inteligência artificial. Conforme explicado pelo mesmo portal, a companhia afirma que é capaz de “criar uma voz super realística e expressiva, que não pode ser distinguida do humano original”.

E o BTS?

O grupo sul-coreano BTS / Crédito: Wikimedia Commons

Porque a Big Hit teria investido em uma empresa que consegue reproduzir a voz de uma pessoa sem ela estar presente? O próprio diretor de operações da Supertone, Choi Hee-doo, usou o grupo sul-coreano BTS como um exemplo importante para essa parceria, em entrevista à CNN. 

"Por exemplo, o BTS está muito ocupado atualmente, e seria uma pena se eles não pudessem participar do conteúdo por falta de tempo. Portanto, se o BTS usar nossa tecnologia ao fazer jogos ou audiolivros, ou dublar uma animação, por exemplo, eles não teriam necessariamente que gravar pessoalmente”, explicou.

Os artistas, assim, não precisariam estar juntos para que suas vozes pudessem ser reproduzidas. Eles nem ao menos necessitariam estar no local de gravações para tal, um problema gerado pela agenda lotada de um dos mais importantes grupos de k-pop do mundo. 

A Supertone poderia providenciar a Big Hit vozes “hiper-realistas e expressivas” de seus próprios cantores. É provável que este tenha sido o motivo do elevado investimento da agência na empresa: o valor foi de quase quatro milhões de dólares, um investimento de 4 bilhões de KRW, o que dá por volta de US $ 3,6 milhões.

A empresa do BTS já é conhecida por usar o “envolvimento indireto de artistas” em suas ações comerciais. Lenzo Seokjun Yoon, CEO global da Big Hit, escreveu no Corporate Briefing da empresa no ano passado: 

“Em tempos desafiadores como agora, quando os artistas não podem se apresentar offline, o Artist Indirect-Involvement Businesses nos permite fornecer aos nossos fãs experiências totalmente novas”. A partir dessa prática, é possível vender a marca ou algo que lembre ao artista sem que ele mesmo precise estar presente.

A tecnologia

A primeira vez que a tecnologia de inteligência artificial foi mostrada ao público foi no programa de TV Competition of the Century: AI vs Human, no mês passado. Eles apresentaram a voz do cantor sul-coreano Kim Kwang-seok, que morreu em 1996, e os resultados foram notáveis.

No site da Supertone, é possível ler: “Desenvolvido por meio de pesquisas originais de longo prazo, a rede neural de clonagem e síntese de voz do Supertone possui a melhor qualidade hiper-realista do mundo.” Por meio dessa tecnologia, é possível reproduzir artificialmente nuances e timbres diferentes de artistas.

Como toda inteligência artificial, o projeto da empresa apresenta questões éticas, afinal, a partir desse meio, é possível emular a voz de qualquer pessoa. Ainda no site da companhia, eles afirmam: “também estamos profundamente preocupados com os problemas que podem surgir quando essa tecnologia é usada para fins errados”.

A Supertone atesta ainda que “a pesquisa não comercial é limitada àqueles que têm publicidade ou já faleceram” e que “nunca irá monetizar qualquer voz sintética sem a permissão do titular do direito”.


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