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Matérias / Cotidiano

Como fazíamos sem partituras?

Quem sabia tocava de ouvido! Antes das partituras com as quais estamos tão acostumados, todo mundo fazia ao vivo

Redação Publicado em 24/06/2019, às 00h00 - Atualizado às 09h00

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Reprodução
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Na falta de notação musical, exatamente assim como acontecia com a escrita, tudo tinha de ser passado de boca a boca – ou de flauta a flauta, no caso. A diferença é que a pré-história da música durou até por volta de 2 000 a.C., quando os sumérios começarama anotar, em escrita cuneiforme, quais cordas de uma lira o artista devia tocar. A ideia não pegou. Quase 15 séculos mais tarde, e os gregos tiveram de recriar a notação musical, chegando a sua forma definitiva no século 5 a.C. Também não foi dessa vez. O sistema se perdeu no fim do Império Romano, levando a mais um período de analfabetismo musical. No século 9, monges católicos criaram as neumas, sistema de notação usado para o canto gregoriano. Finalmente chegou-se à origem da notação moderna.

Nenhum desses sistemas antigos era tão completo quanto o de hoje. O sistema mesopotâmico distinguia cordas, não notas. O grego não marcava o tempo – isto é, o ritmo e a duração das notas. Isso era dado pela métrica dos versos cantados, que determinava uma cadência específica. As neumas medievais nem mesmo marcavam notas, mas apenas a variação entre elas, mais grave ou agudo em relação ao que veio antes. 
A própria música era mais simples. Cantores e instrumentos davam as mesmas notas ao mesmo tempo, de forma que podiam usar a mesma partitura. É o que se chama homofonia, típica do canto gregoriano e toda a música do começo da Idade Média. Por volta do século 13, começaram a surgir partituras separadas para diferentes instrumentos. Essa é a polifonia, que chegou a ser banida da Igreja em 1322, considerada vulgar, mas logo depois adotada universalmente.

Ludwig von Beethoven, marco da música moderna / Crédito: Reprodução

No século 16, os madrigais já tinham suas partituras impressas com partes separadas para diferentes instrumentos.

Mas o sistema de notação não era ainda completo. As imperfeições não eram vistas como um grande problema, mas como parte do trabalho do artista em interpretar e improvisar. O surgimento dos primeiros compositores superstars, como Bach e Mozart, levou a uma espécie de culto da perfeição, em que a ideia era reproduzir a música exatamente como estaria na cabeça deles.

As partituras então se tornaram cada vez mais detalhadas, chegando à forma atual. Ainda hoje, nem toda música é feita com partituras e nem todo músico sabe lê-las. Quem aprendeu violão ou guitarra conhece bem as tablaturas, um sistema simplificado e específico para certos instrumentos, mas que funciona bem com música popular.