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Matérias / Crimes

Como funciona a mente sádica de maníacos sexuais?

Em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, o neurocientista e neuropsicólogo, Fabiano de Abreu, analisou este distúrbio mental

Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 18/04/2021, às 08h00 - Atualizado em 30/04/2022, às 08h00

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Mugshots de Jeffrey Dahmer - Getty Images
Mugshots de Jeffrey Dahmer - Getty Images

Entre 1978 e 1991, o sádico serial killerJeffrey Dahmeraterrorizou os Estados Unidos após cometer uma série de assassinatos contra jovens. A maioria dos crimes ocorreu entre os anos de 1989 e 1991, envolvendo estupros, necrofilia e atos de canibalismo. 

O assassino tinha o costume de abordar jovens em bares e, em seguida, atraí-los para o seu apartamento. Depois o maníaco os drogava e os matava. 

Para apagar as evidências, o psicopata dissolvia com ácido os ossos e restos mortais de suas vítimas. Contudo, os crânios eram guardados e os órgãos genitais eram conservados com o uso de formol.

Os crimes foram descobertos em 1991, quando uma das vítimas conseguiu fugir e denunciar o estuprador. Dahmer, por sua vez, foi condenado à prisão perpétua. Contudo, em 1994, foi atacado e morto por outro detento.

Mas afinal, como funciona a mente de maníacos sexuais? Pensando nisso, a Aventuras na História convidou o Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l'Homme de Paris, Fabiano de Abreu Rodrigues, para explicar este tipo de distúrbio mental.

As características de um maníaco sexual 

De acordo com o neurocientista, uma das características mais comuns entre os maníacos sexuais é a capacidade de sedução, envolvimento e fascínio. Por meio de personalidades aparentemente atraentes e inteligentes, os psicopatas conquistam suas vítimas. 

Jeffrey Dahmer, o serial killer / Crédito: Divulgação / Youtube / Jaqueline Guerreiro

Em geral, são indivíduos simpáticos, que simulam ter interesse pela vítima, utilizando a persuasão para convencê-las. Contudo, não possuem nenhuma empatia, culpa ou remorso pelos seus atos. 

“O padrão comportamental de um psicopata é ser cruel, portanto, completamente insensível ao outro. O outro só existe para ele, não como ser humano, mas como meio para ele conseguir o propósito egoísta, dessa forma o psicopata não tem amigos, não ama. Porém o que fica exposto e visível é um perfil extremamente sedutor, ele estuda a sua vítima e passa a fazer tudo por ela, ele busca saber do que ela gosta, do que ela precisa e prontamente aparece com o objeto ou a solução para a pessoa que ele escolheu como vítima. Ele trata esta pessoa muito bem e a vítima do psicopata pensa que teve muita sorte em conhecer alguém que é tão gentil. Assim, o psicopata faz tudo para a pessoa, a tratando muito bem. Até o momento em que passa a ‘arrancar’ tudo dela”, explicou Fabiano de Abreu Rodrigues.

Conforme revelou o especialista em exclusiva ao site Aventuras na História, no caso de psicopatas sexuais, existem diversas características, que podem variar de acordo com cada caso.

“No caso dos psicopatas sexuais as características comuns são: o charme superficial, tendência ao tédio, produção de mentira perseverante, manipulação, ausência de culpa ou remorso, insensibilidade afetiva, indiferença, impulsividade, descontrole comportamental, ausência de objetivos reais a longo prazo, irresponsabilidade e incapacidade de aceitar seus próprios erros, promiscuidade sexual, entre outras características que podem variar. É importante ressaltar que o portador da psicopatia não é um enfermo, na interpretação estrita do termo, como é comum se pensar”, completou o neurocientista. 

O distúrbio mental

De acordo com o estudioso, todo transtorno mental tem causas biológicas, psíquicas e sociais. Isto é, a psicopatia é um transtorno de personalidade, que pode envolver outros fatores, como traumas de infância ou anomalias cerebrais. 

Jeffrey Dahmer ainda adolescente / Crédito: Wikimedia Commons

“No psicopata o córtex pré-frontal sofre intensa maturação e 'poda' sináptica durante a infância. Teoricamente, experiências emocionais e estímulos ambientais nesse período seriam capazes de influenciar a neuroarquitetura cortical, com resultado final no volume de substância cinzenta medido na ressonância magnética. A mente do sociopata não trabalha com a culpa, tem completa ausência de empatia. Por isso é denominado como personalidade antissocial, pois representa perigo e ameaça à sociedade. No caso específico de um maníaco sexual, geralmente, sofre de impotência sexual e quando não conseguem fazer sexo se tornam agressivos ao ponto de matar suas vítimas”, afirmou Fabiano de Abreu Rodrigues.

Para o neurocientista é importante ressaltar que a psicopatia não é uma doença, mas sim, um transtorno global de personalidade. Portanto, é um dos distúrbios mentais mais graves e um dos mais difíceis de diagnosticar. 

“A psicopatia, seja sexual ou não, é um 'modo de ser'. Não há como mudar sua maneira de ser, de ver, de sentir o mundo e de agir. Não há tratamento e não há cura. Sem afeto, o psicopata não possui nenhum problema cognitivo, a razão funciona bem e ele tem a capacidade plena de distinguir o que é certo e o que é errado. Ele tem certeza que está infringindo a lei, mas não se importa com isso e até calcula os danos para saber o custo-benefício da ação. Portanto, ele faz uso da razão, do intelecto para agir do modo que quer, tirando proveito de todos. Não quer mudar. Não há terapia nem medicação que o faça ser de outra forma”, concluiu o pesquisador.


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