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Matérias / Cinema

Como Interestelar transformou Christopher Nolan em um fazendeiro de verdade

Obsessão de Nolan por cenário impecável do filme lhe rendeu um ótimo retorno além das telonas

Fabio Previdelli Publicado em 16/05/2021, às 09h00 - Atualizado em 25/07/2023, às 15h55

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A plantação (à esqu.) e Christopher Nolan (à dir.) - Divulgação e Getty Images
A plantação (à esqu.) e Christopher Nolan (à dir.) - Divulgação e Getty Images

Christopher Nolan é um dos diretores contemporâneos mais talentosos de Hollywood, os números e suas produções dizem isso. Segundo a Far Out Magazine, do Reino Unido, o britânico já recebeu 34 indicações ao Oscar, conquistando 10 estatuetas. 

Além disso, suas produções já arrecadaram mais de 4,2 bilhões de dólares, o que o torna o diretor mais bem-sucedido comercialmente da Hollywood atual, como aponta a The Street.

Não é para menos, já que Nolan carrega grandes filmes em seu currículo, como “Amnésia” (2000); “A Origem” (2010); “Dunkirk” (2017); isso sem falar de seus grandes sucessos: como a trilogia de "Batman" (2005 – 2012) e “Interstellar” (2014). 

Heath Ledge como Coringa em "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (dir. Christopher Nolan)/ Crédito: Divulgação/Warner

O último, inclusive, gerou um caso curioso para a carreira do diretor, afinal, o longa fez com que Christopher se tornasse fazendeiro de verdade. 

Interstellar 

O futuro não é do jeito que imaginávamos. Em 2067, a humanidade parece dar seus passos finais para o fim da vida humana na Terra. Por aqui, uma enorme catástrofe climática corroborou com o surgimento de diversas pragas, que praticamente dizimaram plantações espalhadas pelo mundo. Somente milho e quiabo se tornaram safras viáveis, sendo que esta última também luta para prosperar. 

Como se não bastasse, uma gigantesca tempestade de areia paira por diversas regiões, o que torna tudo ainda mais apocalíptico. É nesse pano de fundo que Nolan imaginou a vida por aqui em Interstellar.  

No longa, os efeitos ecológicos mudaram a vida das pessoas, que passaram a ser fazendeiros para não só sustentar suas famílias como para prover alimento para a população.

Como consequência, o enredo gira em torno de Joseph Cooper (interpretado por Matthew McConaughey), um ex-engenheiro espacial que descobre acidentalmente uma base secreta da NASA. 

A partir daí, ele embarca numa missão sem precedentes para encontrar um novo planeta habitável para os humanos. O resto do longa envolve viagens interplanetárias, buracos negros, noções de tempo espaço e uma rica reflexão filosófica sobre a vida, o que nossos atos impactam no meio ambiente podem causar e como o amor — e a física — pode ajudar em situações como esta.  

Nolan, o fazendeiro 

Como já explicado acima, o milho era peça importante para o cenário daquela sociedade e justamente por conta disso que Nolan fez o impensável para que ele se tornasse um ‘protagonista’ oculto no cenário do longa. 

Para isso, entretanto, o diretor achou que não seria o suficiente retratá-lo apenas por computação gráfica, o famoso CGI, ele precisaria de algo mais concreto. Assim, Christopher se inspirou num artifício usado por Jack Snyder para a construção do filme “O Homem de Aço” (2003). 

Cena de Interstellar (dir. Christopher Nolan)/ Crédito: Divulgação/ Paramount Pictures

Em prol do realismo cinematográfico, Snyder havia plantado cerca de 500 acres de milho. Ao Hollywood Reporter, Nolan comentou o fato: “Zack [Snyder] havia plantado um monte de milho, então eu disse: 'Quanto você pode realmente plantar na prática? Eles fizeram algumas centenas de acres [para o Homem de Aço], então examinamos isso; descobrimos que queríamos construir nossa casa de fazenda bem perto das montanhas do Canadá [bem longe de Calgary, onde a maior parte do longa foi rodado] ”. 

Segundo o cenário imaginado por Nolan, a locação deveria ficar em um local com montanhas visíveis ao horizonte. O orçamento previsto para isso ficou em torno de 100 mil dólares, o que parecia pouco para um filme que custou mais de U$D 165 milhões, como diz o site especializado em cinema.  

Ainda assim, como explica o Far Out Magazine, tudo isso era uma grande incerteza, já que diversos especialistas alertaram Christopher sobre o risco da plantação não vingar naquele local. Porém, ainda assim, ele seguiu com o projeto. 

Por sorte, como revela Nolan ao Hollywood Reporter, o milho não só rendeu uma fotografia incrível para o longa, como gerou um bom lucro sendo vendido depois. “No final, obtivemos uma safra muito boa e realmente ganhamos dinheiro com isso”.