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Matérias / Primeira Guerra

Como a Primeira Guerra Mundial revolucionou os relógios

Mesmo que essa seja uma invenção antiga, o relógio de pulso passou por impressionantes melhorias durante a Grande Guerra

André Nogueira Publicado em 26/09/2019, às 13h14

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Reprodução
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Hoje em dia, temos interiorizado que o lugar do relógio é exatamente no pulso. Entretanto, nem sempre foi assim: anteriormente, eles eram colocados nos bolsos. A mudança de posição do relógio foi uma importante solução que o utensílio pudesse ser discreto e ao mesmo tempo em que podemos checar as horas com as mãos ocupadas.

Há relatos sobre a mudança desde o início do século 19, mas sabe-se que ficou plenamente disseminado entre os homens europeus após o uso por Alberto Santos Dumont na aviação.

Todavia, foi na Guerra que o relógio apareceu como solução ideal, tornando-se uma tendência. Isso teria começado na Guerra dos Bôeres, quando os britânicos perceberam a utilidade de liberar as mãos - usadas para checar as horas durante a batalha. Na transição do século 19 para o 20, esse processo ganhou espaço, passando pela popularização proporcionada por Santos Dumont até culminar na Primeira Guerra, marco do uso dos relógios de pulso.

Crédito: Reprodução

Com a disseminação do relógio de pulso entre os sodados, os exércitos começaram a incrementar sua prática de guerra, tornando o item tendência não somente no campo de batalha, mas também entre os civis, que a partir de então associavam o relógio à bravata masculina.

Assim foi iniciado um movimento de inovações no design dos relógios. Nas trincheiras, as pulseiras, como eram chamadas, tinham uma estética radical, herdada dos relógios de bolso. Como o cenário era de violência, a proteção do objeto passava pelo uso do cristal como elemento de contenção de choques, não deixando o corpo do relógio exposto, normalmente revestido por dobradiças para não obscurecer os numerais.

Crédito: Reprodução

Esse apelo estético, belo e harmonioso, descambava num problema para os soldados - a proteção do relógio muitas vezes podia atrapalhar na hora de ver as horas. A elegância irônica dos relógios da Primeira Guerra demonstra como a manutenção da beleza estética pôde surgir de um simples problema de durabilidade - esta também podia ser complicada, pois o cristal de revestimento era consideravelmente frágil, só sendo substituído em 1930 pelo acrílico.

Outro aspecto comum dos relógios na Guerra era a incrementação de nomes, títulos, fotos e outros detalhes no corpo do objeto. Mesmo que as plaquetas de identificação militar tivessem sido inventadas na Primeira Guerra, os relógios eram formas importantes de reconhecimento dos soldados.

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O design atual dos relógios de bolso permanece pouco mudado desde a metade do século passado. Ao mesmo tempo, muitas inovações da Guerra para os relógios não permaneceram como o caso dos relógios da Enicar, que possuíam um item acrescentado, em forma de lágrima, que guardava uma bússola de prata esterlina. Estética e praticamente, era maravilhoso, mas não foi para a frente.