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Matérias / Crimes

Como um relógio inteligente solucionou um misterioso feminicídio na Grécia

Em uma reviravolta, a polícia conseguiu fazer um cruzamento de dados inédito

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/06/2021, às 09h00

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Imagem ilustrativa de relógio smartwatch - Getty Images
Imagem ilustrativa de relógio smartwatch - Getty Images

No dia 11 de maio deste ano, uma jovem britânica, identificada como Caroline Crouch, de apenas 20 anos, foi encontrada morta em uma cidade próxima de Atenas, na Grécia. Ela vivia no local durante seu relacionamento com Babis Anagnostopoulos, piloto de helicóptero, com quem teve uma filha no ano passado.

Pouco depois da morte da jovem, o marido entrou em contato com a polícia e relatou que um grupo de homens havia invadido sua casa. Como consequência, ele foi amarrado, sua esposa morta e um alvo de um roubo de cerca de 15 mil euros (equivalente a R$90 mil). Em seguida, retiraram os cartões de memórias das câmeras de segurança e os levaram.

Porém, as investigações não tardaram em buscar uma linha de investigação alternativa ao depoimento do companheiro, baseando em um dos itens encontrados na casa. Antes de morrer, a jovem deixou um diário onde relatava acontecimentos de sua vida, dentre eles, o fato de seu relacionamento com o piloto não estar caminhando muito bem.

Trechos do diário

"Lutei novamente com Babi [Anagnostopoulos]. Desta vez foi sério. Eu xinguei ele e ele arrombou a minha porta. Tudo o que eu queria era que ele me perguntasse como eu estava quando acordei, pois estava fraca e cansada", escreveu a jovem, dias antes do chamado policial.

Crouch relatava com frequência em sua constante vontade de se distanciar do piloto em decorrência da péssima relação: "Estou pensando em ir embora, acho que vou para a casa da minha irmã. Não sei se posso continuar com Babi. Eu o amo muito, mas não posso deixa-lo, embora esse relacionamento me machuque".

No início de 2020, quando estava grávida do grego, demonstrou em suas escrituras tinha vontade de ter o bebê, mas sentia muito medo do futuro da criança e de como seu casamento ficaria depois daquilo.

Após o nascimento da filha do casal, Crouch chegou a escrever que se sentia mal por conta dos efeitos hormonais e mudanças físicas que a gestação causou em seu corpo e demonstrava medo em se separar do piloto naquele momento por conta do recém-
nascido.

"Minha filha Lydia está com um mês de vida, também é o dia que disse ao Babi que quero ir embora. Me sinto péssima. Mas também não quero que minha filha cresça sem os pais". 

Os depoimentos encontrados postumamente chamaram a atenção das autoridades, que decidiram averiguar, mesmo após os depoimentos do grego, onde ele possivelmente teria atuado no crime. Para isso, os aparelhos tecnológicos da casa foram recolhidos, incluindo duas peças chaves: os smartwatch do marido e do corpo da vítima.

Resolução do caso

Os aparelhos, conhecidos popularmente como "relógios inteligentes", costumam servir como periféricos para a operação dos celulares. Dessa maneira, conseguem registrar o número de passos do usuário por dia, a frequência cardíaca e a localização, gravando os horários de cada registro — e a polícia fez questão de registrar tudo isso.

No dia do crime, o relógio do piloto registrou passos que mostram ele perambulando por toda a residência no mesmo horário em que disse estar amarrado pelos assaltantes. A chave da constatação do crime surgiu no relógio da vítima, que registrou o momento exato em que seus batimentos cardíacos pararam  — horário divergente do relato de Anagnostopoulos.

Com todas as pistas e os relatos de violência da própria vítima gravados no diário, não havia mais dúvidas de que o companheiro tinha envolvimento naquele episódio, sendo rendido pela polícia durante a cerimônia em homenagem à falecida, que ocorreu no último dia 17 de junho.

A história, relatada pelo portal Universa, do UOL, contou com o depoimento de Vassilis Pilots, procurador da Suprema Corte, que explicou que os trechos do diário de Caroline não haviam sido divulgados a público por se tratarem de relatos possivelmente ofensivos a memória da vítima e também servirem como um empecilho na apuração do caso.


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