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Matérias / Personagem

Condição rara e dinheiro: 5 curiosidades sobre Ella Harper, a Menina Camelo

A garota que nasceu com uma condição ortopédica singular monetizou sua característica nos chamados freak shows para trilhar um caminho alternativo

Penélope Coelho Publicado em 26/08/2020, às 10h42

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Fotografia de Ella Harper - Wikimedia Commons
Fotografia de Ella Harper - Wikimedia Commons

Os shows de aberrações — também conhecidos como freak shows — geraram muitos problemas para pessoas que nasciam com alguma anomalia congênita, já que muitas vezes, essa condição fazia com que aquele cidadão se tornasse uma atração de circo.

Contudo, apesar de todas as infelicidades, uma menina chamada Ella Harper conseguiu tirar bons frutos daquilo que poderia ter sido uma experiência traumática, tornando-se uma exceção no mundo do freak show. E a garota virou ainda uma das poucas artistas que fez uma pequena fortuna com o dinheiro que recebeu.

Confira a seguir 5 fatos sobre Ella Harper:

1. Menina rara

Acredita-se que Ella Harper tenha nascido por volta de 5 de janeiro do ano de 1870, no estado norte-americano do Tennessee. Sabe-se que desde o momento em que a menina veio ao mundo, foi possível reparar que ela nasceu com os joelhos virados para trás. Trata-se de uma anomalia ortopédica considerada extremamente rara, chamada de Genu recurvatum, também conhecida como hiperextensão do joelho.

Em decorrência da incomum estrutura de suas pernas, andar com as mãos apoiadas no chão se tornou mais fácil para Harper, por isso, a garota passou a ser chamada de menina camelo.

2. Carreira no circo

Apesar do apelido infame, Ella tentou transformar isso em algo que fosse bom para sua vida e foi apresentada como a estrela do circo Nickel Plate de WH Harris. Na época, a jovem com 16 anos aparecia nos jornais de todas as cidades pelas quais o circo passava. Em suas apresentações, Harper costumava entrar no palco ao lado de um camelo.

Ao contrário do que acontecia com muitas vítimas do freak show, Ella era admirada e já chegou a ser descrita pelos periódicos como “a mais maravilhosa da natureza desde a criação do mundo, nunca tendo havido um defeito sequer”. Contudo, o que parecia ser bom, na verdade foi muitas vezes problemático, já que para acompanhar o circo, a menina largou a escola muito cedo.

Pôster do circo Nickel Plate de WH Harris / Crédito: Divulgação

3. Dinheiro

Contudo, Ella sabia o que queria e nem de longe seu objetivo era permanecer nos palcos a vida toda. Por ser uma atração que o público clamava para assistir, a norte-americana ganhou muito dinheiro na época.

Apesar da pouca idade, Ella tinha seus objetivos claros e mantinha o sonho de realizar projetos que fossem além do mundo circense. Na época, a jovem ganhava consideravelmente bem por suas aparições, cerca de 200 dólares por semana, o que na ocasião era um bom valor.

Ao longo dos anos no circo, a menina viajou muito e conheceu diversas culturas, absorvendo sempre tudo que podia para si. Após conseguir juntar uma boa quantidade de dinheiro para se manter longe dos holofotes, a garota decidiu que era hora de parar.

4. Sem despedidas

Harper era mesmo amada por seu público e a prova disso era a grande quantidade de pessoas que costumavam procurar a menina em seu camarim após os shows. Contudo, a menina decidiu fazer uma saída mais silenciosa, sem um burburinho em volta de sua aposentadoria.

Por isso, no dia em que decidiu que não queria mais seguir essa vida, a jovem apenas deixou um bilhete escrito no verso de seu cartão de visitas: “Sou chamada de garota camelo, porque meus joelhos ficam para trás. Eu posso andar melhor com minhas mãos e pés, como você vê na foto. Eu viajei consideravelmente no show business nos últimos quatro anos e agora, em 1886, pretendo sair do show business e ir à escola e me preparar para outra ocupação.”, escreveu Ella.

5. Depois dos palcos

Fotografia de Ella ao lado de sua certidão de casamento / Crédito: Divulgação

Os caminhos que a norte-americana seguiu depois que tomou a decisão de se abster dos holofotes são pouco conhecidos, porém, sabe-se que o salário que a mulher ganhava fez com que ela conseguisse se sustentar por um bom tempo.

As informações coletadas sobre sua trajetória pós os palcos foram feitas por um genealogista, que ficou curioso para entender como estaria Harper e sua família. Sabe-se que ela se casou com um homem chamado Robert L. Savely, por volta de 1905 e que o casal morava junto com a mãe de Ella, em Nashville, no Tennessee. Além disso, sabe-se que a mulher faleceu em 1921, em decorrência de um câncer de cólon.


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