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Matérias / Personagem

Conflito de identidade: Shirley Mason, a jovem com 16 personalidades

Em um dos casos psiquiátricos mais famosos dos Estados Unidos, a garota foi diagnosticada com Transtorno Dissociativo em uma época que ninguém conhecia o inusitado quadro clínico

Pamela Malva Publicado em 04/07/2020, às 16h00

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Fotografia de Shirley Ardell Mason - Divulgação/Youtube/The New York Times
Fotografia de Shirley Ardell Mason - Divulgação/Youtube/The New York Times

Durante uma conversa, pessoas com Transtorno Dissociativo da Identidade (TDI) podem escutar várias vozes em sua cabeça. Ao contrário da esquizofrenia, no entanto, esses indivíduos realmente acreditam que múltiplas personalidades, com passados e opiniões diferentes, convivem em sua consciência.

É comum, portanto, que os pacientes de TDI demonstrem diferentes atitudes e, assim, esqueçam de coisas básicas da sua vida. Eles, afinal, acreditam que, de tempos em tempos, outra pessoa — um dos Alters, como tais personalidades são chamadas — toma conta do corpo e das ações feitas por ele.

Esse, por muito tempo, foi o diagnóstico de Shirley Ardell Mason, a mulher que, supostamente, convivia com 16 personalidades em sua cabeça. Nascida e criada em Minnesota, nos Estados Unidos, a jovem teve uma infância complexa que, para muitos especialistas, pode ter levado ao Transtorno Dissociativo.

Shirley Ardell Mason ainda jovem / Crédito: Divulgação/Youtube/The New York Times

Arte no subúrbio

Como a única filha de Walter Wingfield Mason e Martha Alice Atkinson, a menina cresceu escutando histórias terríveis sobre sua mãe. Constantemente observada pelos membros da pequena sociedade, Martha era conhecida por seu diagnóstico.

Com um quadro de esquizofrenia confirmado, a mulher passava seus dias caminhando pelas ruas do bairro e era capaz de encarar a casa dos vizinhos por longos períodos. Seu comportamento, é claro, assustava a comunidade com frequência.

Apaixonada por arte, Shirley conseguiu fugir do subúrbio norte-americano quando mais velha e, aos 18 anos, entrou para a Mankato State College. Em meados da década de 1950, a jovem já dava aula como professora substituta na Universidade de Columbia. 

Saúde afetada

Desde muito jovem, Shirley já demonstrava ter uma saúde complicada. Ela desmaiava constantemente e tinha diversos transtornos emocionais. Em busca de ajuda, então, contratou os serviços da psiquiatra Cornelia B. Wilbur.

Com o passar dos anos, as coisas ficaram ainda mais difíceis quando Shirley foi acometida por um câncer de mama, em 1990. Graças ao rápido diagnóstico e ao tratamento intensivo, no entanto, a doença logo entrou em remissão.

Em fevereiro de 1998, Shirley imaginava estar livre do quadro clínico quando voltou a sentir dores incomuns. O câncer havia voltado e, sem mais perspectivas de melhora, a jovem deixou grande parte de suas obras para amigos e familiares. Bastante religiosa, ela morreu no dia 26 daquele mês, vítima da doença cruel.

Fotografia da doutura Cornelia B. Wilbur / Crédito: Divulgação/Youtube/The New York Times

Os diagnósticos

De forma póstuma, a trajetória de Shirley foi contada no livro Sybil: A Verdadeira História de uma Mulher Possuída por 16 Personalidades Separadas, de Flora Rheta Schreiber. Na obra, a autora discutia um dos diagnósticos feitos por Cornelia.

Segundo a psiquiatra, Shirley havia sofrido abusos durante a infância, muitos deles causados pelo quadro esquizofrênico da mãe. Assim, a jovem teria desenvolvido o Transtorno Dissociativo, gerando 16 personalidades diferentes em sua consciência.

Tudo isso foi supostamente confirmado por cerca de 100 pinturas encontradas na casa da mulher. Criadas entre 1943 e 1965, as obras traziam traços, personalidades e assinaturas diferentes das de Shirley, sugerindo os diferentes Alters em sua cabeça.

Shirley com alguma de suas pinturas / Crédito: Divulgação/Youtube/The New York Times

Contestações

O livro de Flora e o diagnóstico de Cornelia, é claro, foram contestados por diversos especialistas. O psiquiatra Herbert Spiegel, por exemplo, defendia que Shirley nunca realmente demonstrou outras personalidades, mas que ela foi influenciada pela psiquiatra, que desejava ganhar fama e reconhecimento pelo caso.

O próprio Herbert havia tratado de Shirley durante uma temporada, enquanto Cornelia estava de férias. Durante as sessões, ele afirma, a paciente negou ter sido diagnosticada com Transtorno Dissociativo. Ela era histérica, sim, mas não tinha outras identidades.

Nunca ficou clara, portanto, a verdade sobre os quadros clínicos de Shirley Mason. A dúvida, no entanto, fez com que a história da jovem se tornasse um dos casos psiquiátricos mais famosos e misteriosos dos Estados Unidos. 


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