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Matérias / Guerras

Guerra Hispano-Americana: Conflito pelo controle de Cuba completa 121 anos

Em 25 de abril de 1898, frotas espanholas iniciavam a campanha naval contra os EUA

Joseane Pereira Publicado em 25/04/2019, às 09h38

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Reprodução
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O dia 25 de abril de 1898 marca o início da primeira ação naval espanhola contra os Estados Unidos, no contexto da Guerra Hispano-Americana pelo controle de Cuba. Vinte anos antes, em 1868, era redigida a declaração de independência cubana pelo advogado e proprietário rural Carlos Manuel de Céspedes, que libertou seus escravos e incentivou-os a se unir à luta anticolonialista, iniciando a primeira tentativa séria de emancipação.

Esses conflitos são um pequeno exemplo das tensões que permearam a América Espanhola durante o século 19, culminando no surgimento de pequenas repúblicas por toda parte. No caso de Cuba, que, junto a ilhas próximas como a Jamaica, Haiti e Porto Rico formava a Capitania Geral de Cuba, sua independência tardia teve uma intervenção que transformou os rumos do país: a entrada dos norte-americanos nos conflitos.

Com forte poderio naval, os EUA viam no auxílio à independência de Cuba uma forma de dominar a ilha, ampliando sua atuação nos mares do Caribe ao exigir a saída do Império Espanhol. Tais atos ecoavam os fundamentos da Doutrina Monroe de 1823 - aquela que exigia a descolonização dos territórios americanos dominados pelos governos europeus, sob o slogan América para os Americanos. No caso, para os norte-americanos.

Dentro dos EUA

Na década de 1890, desenrolava-se uma guerra civil entre espanhóis e cubanos na Ilha. A população norte-americana recebia diariamente em seus jornais informações sobre o conservador Império Espanhol, que se utilizava cruelmente da mão de obra indígena em trabalhos forçados e cometia atrocidades contra prisioneiros cubanos.

Embora fossem baseadas em verdades, essas declarações da imprensa mobilizavam a opinião popular, que pressionava o governo para intervir nos conflitos. "Você fornece as imagens e eu vou fornecer a guerra", afirmava o empresário e jornalista norte-americano William Randolph Hearst ao seu ilustrador. Hearst, junto ao editor húngaro Joseph Pulitzer, foram os principais mobilizadores da opinião pública contra o Império Espanhol, no que ficou conhecido como "jornalismo amarelo".

Junto a isso, forças republicanas proferiam no Congresso discursos afirmando que uma guerra dos EUA contra Espanha seria a única solução, baseados nos fundamentos da doutrina Monroe. Diante desse quadro, o presidente William McKinley, que até então era resistente a uma declaração de guerra, autorizou o envio de tropas americanas a Cuba para intervir na guerra civil e apoiar a independência cubana.

Guerra nos Mares

A Guerra Hispano-Americana se desenrolou de maneira fácil para os norte-americanos. Em Cuba, as tropas eram auxiliadas pelos rebeldes liberais pró-independência, lideradas pelo general nacionalista Calixto García, e nos mares o poderio naval dos EUA se mostrava muito mais forte.

O porto de Santiago de Cuba foi o principal alvo das operações navais, que em julho de 1898 destruiu a Flota de Ultramar espanhola, afundando cruzadores e capturando mais de 1600 marinheiros espanhóis, que foram levados como prisioneiros de guerra. Com uma perda incontestável pela frente, oficiais espanhóis e norte-americanos decidiram assinar o tratado de Paris em dezembro de 1898, onde o território cubano finalmente saía das mãos dos reis da Espanha para cair direto no colo do Tio Sam.

Emenda Platt e o domínio norte-americano

Inserido na Carta Constitucional de Cuba, o dispositivo legal denominado Emenda Platt autorizava que os Estados Unidos interviessem a qualquer momento na ilha, restringindo o exercício soberano de Cuba sobre sua própria política externa e comercial. O país assim passava a ser um protetorado estadunidense, protegido diplomática e militarmente. O envolvimento na guerra havia rendido belos frutos, e a ilha se tornava uma carta na manga do Tio Sam.

Representação de Tio Sam dominando Cuba / Crédito: Reprodução

Nos anos seguintes, os EUA investiram fortemente na produção açucareira e setores de turismo da ilha. Apenas em 1933, quando movimentos populares levaram o ditador Fulgêncio Batista ao poder, a Emenda Platt deixou de funcionar e foi substituída por um acordo comercial entre os dois países.

Na realidade, a intervenção continuou durante o governo de Batista, que se colocava prontamente à disposição dos interesses dos EUA e transformava Cuba em um refúgio de cassinos e prostituição para a máfia norte-americana. Ele exerceu um governo autoritário e ditatorial até o ano de 1959, quando foi derrubado pela guerrilha de Fidel Castro - que tinha como principal bandeira a luta contra o imperialismo norte-americano.