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Matérias / Personagem

Congelado por uma noite inteira: a impressionante história de Justin Smith

Após um fim de semana de bebedeira, o estudante decidiu realizar o trajeto de volta para a casa a pé — resultando em uma quase tragédia

Wallacy Ferrari Publicado em 11/10/2020, às 09h00

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Justin se recuperando no hospital - Divulgação
Justin se recuperando no hospital - Divulgação

Durante um fim de semana descontraído, o jovem Justin Smith decidiu festejar com outros amigos de sua universidade em um bar na Pensilvânia, Estados Unidos. Em uma noite de inverno, o estudante fez questão de aquecer o corpo com jogatinas e muito álcool num estabelecimento próximo de sua residência.

Evitando dirigir após a embriaguez, o americano preferiu seguir o caminho a pé para a casa, mesmo não sendo aconselhado por amigos diante da baixa temperatura. O choque foi instantâneo ao sair do estabelecimento, com a temperatura em 4° Fahrenheit (equivalente a -15° Celsius).

Justin ignorou o risco mais uma vez, acreditando que, pela curta distância, chegaria com facilidade usando grossos agasalhos.

No meio do caminho, em uma estrada, o rapaz de 26 anos caminhava contra a rajada de vento quando começou a ficar cada vez mais fraco, diminuindo o compasso da caminhada e tendo a visão dificultada, ficando gradativamente inconsciente até o desmaio. Caído no chão repleto de neve, Justin estava exposto a situação mais arriscada de sua vida.

Fotografia médica de Justin entubado no hospital / Crédito: Divulgação

Frio mortal

Segundo a ABC News, com a circulação diminuída em decorrência da embriaguez, seu corpo foi tomado pelo frio do gelo ao seu redor. Por lá, ficou ao longo de horas, sem conseguir se mexer, até ter o corpo congelado. Mesmo com chamadas no telefone, o rapaz não conseguia atender, chamando a atenção de parentes.

Na manhã seguinte, o pai do rapaz, Don Smith, decidiu ir até o estabelecimento para descobrir alguma pista, encontrando o filho caído, paralisado e com o corpo extremamente frio na beira da rodovia: "Seu rosto estava azulado, sem vida. Eu verifiquei o pulso, eu verifiquei os batimentos cardíacos, não havia nada", disse à ABC.

Naquele momento, o pai tinha certeza que o filho havia falecido de hipotermia, mas não sabia a quanto tempo que ele havia caído. Por isso, solicitou o serviço de emergência, que deslocou paramédicos ao local para realizar os primeiros-socorros, com massagem cardíaca e respiração induzida, sem sucesso. Com isso, Justin foi transportado em uma ambulância ao Hospital Lehigh Valley.

Justin concede entrevista após se recuperar de congelamento e parada cardíaca / Crédito: Divulgação / ABC

Levado ao pronto-socorro, o dr. Gerald Coleman não acreditou no pai, afirmando que o rapaz só entraria nesse estágio quando estivesse “quente e morto”, como explicou ao portal Lehigh Valley Health Network.

Apesar dos casos raros, ele decidiu tentar a reanimação mesmo com a falta de sinais vitais, ficando impossibilitado de fazer uma leitura precisa sobre a situação do corpo pela temperatura baixíssima e pela rigidez.

Mesmo assim, decidiu acionar um helicóptero para transferir o estudante a outro hospital, que contava com uma máquina de oxigenação por membrana extracorpórea -que aquece o sangue, o oxigena e o bombeia de volta para o corpo - para prosseguir o tratamento.

Com apenas 90 minutos de procedimento, o coração de Justin voltou a bater sozinho. Para melhorar, os danos cerebrais foram mínimos, com a baixa temperatura preservando o órgão.

Em 30 dias, o jovem já conseguia falar com perfeição e estava perfeitamente consciente, recebendo tratamento para recuperar os movimentos físicos sem lesões durante todo o ano seguinte. Caminhando, Smith apareceu sorrindo e esbanjando saúde na entrevista coletiva sobre sua sobrevivência: “É algo de que nunca ouvi falar e não posso agradecer a todos o suficiente”.


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