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Matérias / Arqueologia

Conheça Beelzebufo, o 'sapo do capeta' gigante e capaz devorar dinossauros bebês

Ele impressionava não apenas pelo seu tamanho, mas também pela força destruidora de suas mandíbulas

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/09/2021, às 08h00

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Desenho que compara sapo pré-histórico com seu parente mais próximo de atualmente - Divulgação / David Krause/ Stony Brook University
Desenho que compara sapo pré-histórico com seu parente mais próximo de atualmente - Divulgação / David Krause/ Stony Brook University

Há 68 milhões de anos, viveu um anfíbio gigante para os padrões atuais, que tinha uma boca de aproximadamente 15 centímetros de largura.

Era o Beelzebufo, chamado por vezes de "sapo do capeta". Ele, que é a maior espécie de sapo a já ter existido, tinha o porte de um cachorro pequeno, com 40 centímetros de altura e por volta de 4,5 kg. 

O anfíbio viveu na Ilha de Madagascar durante a Era Mesozóica, e os estudos sobre ele são relativamente recentes.

Isso pois, apesar de sua existência já ser especulada por especialistas da área, apenas foi possível encontrar um fóssil no ano de 2008, o que foi divulgado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Segundo descrito já na época, o Beelzebufo seria um "sapo com atitude", sem medo de atacar seres menores que passassem por ele. Seu método de caça consistiria em fazer "emboscadas". 

Desenho representando Beelzebufo / Crédito: Wikimedia Commons

Conforme divulgado pelo periódico científico Scientific Reports em 2017, o animal não também não era só tamanho: a potência de sua mordida era surreal, alcançando 2200 N (que é a unidade de medida de força), de forma que esse ser era capaz de causar mais estrago do que um pitbull atualmente.

A pesquisa

“Por conta de toda essa potência na mandíbula, Beelzebufo era capaz de predar dinossauros jovens com quem dividia seu ambiente”, afirmou Marc Jones, um dos especialistas envolvidos na pesquisa em 2017. 

Para descobrirem qual exatamente era a força da boca do anfíbio extinto, os cientistas examinaram a potência das espécies atuais mais próximas ao sapo do demônio. 

O animal mais próximo que temos do anfíbio gigante nos dias atuais é o Ceratophrys ornata, um anfíbio que vive na região da Argentina e do Brasil, e é apelidado de "sapo pacman" por conta do tamanho de sua boca.

Eles mediram as dimensões desses animais, e estabeleceram uma relação com a força de sua mordida, que pode chegar a 500 N (o que já não é pouca coisa, aliás). 

Sapo pacman / Crédito: Wikimedia Commons/ Flickr

"É como a pressão de ter 50 litros de água equilibrados na ponta de seu dedo”, comparou Kristopher Lappin no artigo, “Muitas pessoas acham os sapos pacman hilários por causa de suas cabeças grandes e corpos gordos e redondos. No entanto, esses predadores nos deram uma rara oportunidade de aprender algo mais sobre a biologia de uma enorme rã extinta". 

Essas proporções foram posteriormente aplicadas para o tamanho único do Beelzebufo, gerando os números que citamos mais acima, de 2200 N de potência na mandíbula.  

“Esta é a primeira vez que a força de mordida foi medida em um sapo. E, falando por experiência própria, os sapos pacman têm uma mordida impressionante e tendem a não se soltar. A mordida de um grande Beelzebufo teria sido notável, definitivamente não é algo que eu gostaria de experimentar em primeira mão", concluiu Lappin, segundo repercutido pelo site da Universidade de Adelaide.