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Matérias / Anglo-Zanzibari

Há 126 anos, acontecia a Guerra Anglo-Zanzibari, o conflito mais curto da História

O confronto militar entre o Reino Unido e o Sultanato de Zanzibar foi tão curto que entrou para o Guinness World Records

Ingredi Brunato Publicado em 25/11/2020, às 07h00 - Atualizado em 27/08/2022, às 10h00

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Marinheiros britânicos ao lado de um canhão capturado - Richard Dorsey Mohun (1865-1915) / Domínio Público, via Wikimedia Commons
Marinheiros britânicos ao lado de um canhão capturado - Richard Dorsey Mohun (1865-1915) / Domínio Público, via Wikimedia Commons

No dia 27 de agosto de 1896, o Reino Unido e o Sultanato de Zanzibar travaram um confronto militar que ficou conhecido como a Guerra Anglo-Zanzibari. Contudo, diferente de outros conflitos históricos, este teve uma duração muito curta.

Estima-se que o confronto tenha durado apenas 38 minutos. No entanto, foi o suficiente para tal episódio ficar marcado na história da humanidade, entrando para o Guinness World Records. 

Embora a pouca duração, a Guerra Anglo-Zanzibari deixou, ainda, resultados desastrosos como a morte de 500 soldados do auto-proclamado sultão.

A sucessão 

Tudo começou com um dos maiores causadores de conflitos internacionais: uma sucessão no poder. Quando o sultão Sayyid Ali morreu, seu único filho Khālid ibn Barghash reivindicou o trono, mas as lideranças da Grã-Bretanha tinham uma ideia diferente sobre quem eles queriam no poder da ilha, apoiando em vez disso, um outro pretendente, Ḥamad ibn Thuwayn

Harém do sultão após o bombardeio da Coroa Britânica / Crédito: Richard Dorsey Mohun (1865-1915) / Domínio Público, via Wikimedia Commons

O motivo pelo qual o Império Britânico queria Ḥamad no poder era porque pensaram que ele seria mais colaborativo que o filho do último sultão, que passara a vida toda oferecendo resistência às políticas que a Grã-Bretanha queria implantar no território — eram essas a abolição da escravidão e a restauração da economia mercantil. O motivo da relutância era porque ambas essas medidas interferiam diretamente nos lucros da elite local.  

As leis de Zanzibar da época, entretanto, não determinavam que o poder devia ser passado de maneira necessariamente hereditária, de forma que Ḥamad ser o novo sultão não feria exatamente as tradições do território. 

Assim, quando o príncipe Khālid ocupou o palácio, não havia muitos argumentos que podia usar para defender sua tomada do título. Assim, as autoridades britânicas não demoraram muito para convencê-lo a renunciar, tornando seu pretendente favorito o novo sultão. 

A segunda tentativa 

Entretanto, de forma inesperada, o governante escolhido pelos ingleses morreu apenas três anos depois. Dessa vez, Khālid não aceitou ser novamente recusado para o cargo. Tendo aprendido com sua última experiência, o príncipe não trouxe mais apenas argumentos para a mesa, e sim um exército de 3.000 soldados e apoiadores — lembrando aqui, afinal, que as elites de Zanzibar preferiam alguém que não fosse abolir a escravidão. 

Porto da cidade de Zanzibar, em 1902 / Crédito: AC Gomes / Domínio Público, via Wikimedia Commons

Em resposta, o Império Britânico também trouxe sua infantaria, contando com cinco navios da Marinha Real e um contingente de fuzileiros navais. Foi dado o alarme final: ou o príncipe desistia de assumir o poder, ou eles abririam fogo. 

Os resultados desastrosos 

Pois Khālid, seja por pensar que os ingleses estavam blefando, seja por acreditar no seu exército, não cedeu às exigências estrangeiras, e foi assim que se deu início a Guerra Anglo-Zanzibari. Ela durou 38 minutos. Durante esse período, 500 soldados do auto-proclamado sultão morreram e seu palácio foi engolido por chamas. 

Já no lado britânico, apenas um marinheiro tinha sofrido ferimentos graves. Foi uma derrota humilhante para a ilha africana. Eventualmente, o príncipe de Zanzibar se rendeu, mas não antes de se abrigar no consulado alemão, onde recebeu proteção.

Ele acabou fugindo do país com a ajuda da Alemanha, e permaneceu exilado até a Primeira Guerra Mundial, quando os ingleses tiveram a chance de capturá-lo novamente, o que levou à sua morte. 

A ilha teve um destino quase tão dramático quanto: o próximo pretendente escolhido como sultão, após ter essa prova clara da desigualdade de poderio militar entre as duas nações, acatou todas as ordens vindas do Império Britânico, assim como os sultões seguintes, até a emancipação finalmente vir, por iniciativa da Grã-Bretanha, em 1963. 


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