Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

Conheça Paulo Lauro, o primeiro prefeito negro de São Paulo

Advogado, professor e ainda diretor de jornal, Paulo não se restringiu a apenas uma área em sua vida, embora em todas, brilhasse por uma característica em especial: sua oratória

Ingredi Brunato Publicado em 01/12/2020, às 09h15

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fotografia de Paulo Lauro - Wikimedia Commons
Fotografia de Paulo Lauro - Wikimedia Commons

Paulo Lauro teve uma vida pública de sucesso. Não apenas foi o primeiro prefeito negro da cidade de São Paulo, como também um advogado criminalista habilidoso antes disso. Um ponto comum entre esses sucessos foi sua vocação para falar com as pessoas. Inclusive, foi o orador da turma quando se formou em direito. 

Durante seu período atuando no campo da advocacia, Lauro também deu aulas para o Ensino Médio, e posteriormente se tornou diretor de dois jornais diferentes: O Diário de São Paulo e a Revista Eleitoral, ambos ofícios ligados pela necessidade de comunicar com clareza. 

Fotografia maior de Paulo Lauro / Crédito: Wikimedia Commons

Em 1938, Paulo Lauro foi responsável pela defesa de um homem acusado por matar quatro pessoas. O caso ganhou atenção pública, ficando conhecido como “O crime do restaurante Chinês”. 

A despeito da crença de muitos que os promotores possuíam evidência o bastante para mandar o réu, Arias de Oliveira, para a prisão, este acabou sendo absolvido por “insuficiência de provas”. 

Esse episódio chamou atenção para o advogado, por ter sido capaz de fazer uma defesa tão consistente que reverteu o consenso que se tinha até então em relação ao julgamento. 

Auge da carreira na política 

A vida política de Lauro começou quando ele ajudou a fundar o Partido Republicano Progressista (PRP), em 1945, ao lado de Ademar de Barros, na época governador nomeado pelo Presidente da República.

O partido, todavia, não foi uma iniciativa muito bem-sucedida, uma vez que conseguiu eleger apenas um único deputado no estado de São Paulo. Devido a esse acontecimento, o PRP decidiu se fundir a outra agremiação, com o resultado sendo o Partido Social Progressista (PSP), que era onde o político estava afiliado quando foi prefeito, nomeado pelo colega com quem tinha criado o extinto PRP. 

Paulo passou apenas um ano na prefeitura de São Paulo, de 1947 a 1948. Durante esse período, ele se dedicou a melhorar a estrutura da cidade através de projetos em que prolongou avenidas, pavimentou ruas, construiu pontes e viadutos (incluindo o viaduto da famosa Nove de Julho). 

São Paulo em 1947 / Crédito: Divulgação/ Acervo do Google 

Ao mesmo tempo, também buscou melhorar a qualidade de vida da população através da instalação de mercados, parques infantis e cinco restaurantes populares diferentes, que tinham como objetivo atender o operariado. 

Após a prefeitura 

São Paulo em 1967 / Crédito: Divulgação/ Acervo do Google 

O cargo de prefeito, todavia, terminaria sendo o mais alto que Paulo alcançou. Depois foi deputado federal duas vezes e também líder do PSP na Câmara. Graças ao crescimento de sua influência dentro do partido, chegou a ser o vice-líder. 

Durante esse período criando leis, Lauro defendeu a reforma agrária, ao mesmo tempo que foi contra o monopólio estatal de serviços nacionais como a energia elétrica, o transporte ferroviário e as telecomunicações, preferindo a ideia de manter tais órgãos privados, com o Estado interferindo o mínimo possível. 

Com o regime militar, ocorreu o desaparecimento da maioria dos partidos, à exceção de dois, o primeiro sendo a Arena, que era o dos militares, e o segundo sendo o MDB, que desempenhava o papel de “partido de oposição” (apesar de não poder realmente desafiar o outro). O político acabou se afiliando ao primeiro. 

Além de ter feito história como primeiro prefeito negro de uma das maiores cidades do mundo, já então passando de 2 milhões de habitantes, Paulo teve contribuições importantes para o campo da advocacia, escrevendo diversos livros a respeito do tema. Ele morreu em 1983, aos 76 anos de idade. 


+Saiba mais sobre a ditadura militar no Brasil por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

A Ditadura Envergonhada, de Elio Gaspari (2015) - https://amzn.to/3b1gql8

Liberdade vigiada: As relações entre a ditadura militar brasileira e o governo francês, de Paulo César Gomes (2019) - https://amzn.to/2Rta71U

Cativeiro sem fim: as Histórias dos Bebês, Crianças e Adolescentes Sequestrados Pela Ditadura Militar no Brasil, de Eduardo Reina (2019) - https://amzn.to/2JUI6vZ

1964: O Elo Perdido. O Brasil nos Arquivos do Serviço Secreto Comunista, de Mauro Kraenski e Vladimir Petrilak (2017) - https://amzn.to/2V0wCh2

Ditadura à brasileira: 1964-1985 a democracia golpeada à esquerda e à direita, de Marco Antonio Villa (2014) - https://amzn.to/2V0Apuy

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp 

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W