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Matérias / Arqueologia

A curiosa reconstrução facial de Ava, que morreu há mais de 3 mil anos

Trabalho divulgado em 2016 mostra a mulher com rosto que poderia facilmente ser visto nos dias de hoje, no entanto, ela viveu durante a Idade do Bronze e teve um enterro peculiar

Isabela Barreiros Publicado em 14/01/2021, às 07h00 - Atualizado às 16h07

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Reconstrução facial de Ava - Divulgação - Hew Morrison
Reconstrução facial de Ava - Divulgação - Hew Morrison

Em 1987, arqueólogos escoceses foram responsáveis por uma descoberta impressionante. No condado de Caithness, na Escócia, eles encontraram uma cova feita em uma rocha dura. Isso por si só já intrigou os pesquisadores, afinal, a cultura da região geralmente enterrava seus mortos na terra.

Dentro da tumba, que provavelmente levou um bom tempo para ser construída de fato, estava o esqueleto de uma mulher que morreu há 3.700 anos. Apelidada de Ava, uma abreviação do nome do sítio arqueológico em que ela foi encontrada, Achavanich, ela foi objeto de estudo por muitos anos.

Algumas décadas depois da descoberta dos ossos, Hew Morrison, artista forense da Universidade de Dundee, desenvolveu uma reconstrução facial que mostra como a moça provavelmente era, quando viveu durante a Idade do Bronze, entre 2.900 a.C. e 1.900 a.C. Com seu rosto comum, ela poderia facilmente se passar por uma pessoa dos dias de hoje. O impressionante trabalho foi divulgado no ano de 2016.

Ava, a mulher da Idade do Bronze

Crânio de Ava / Crédito: Divulgação - Michael Sharpe 

Antes da criação da reconstrução facial, pesquisadores já tinham identificado características importantes sobre a misteriosa mulher. Por meio de análises do tamanho e idade da ossada, eles chegaram à conclusão de que Ava morreu entre os seus 18 e 22 anos, tendo 1,67 m de altura. Mas ainda não é possível afirmar o que, de fato, levou a mulher à óbito. 

Descobriu-se também que a moça fazia parte da civilização Beaker, uma cultura que viveu na região no passado. Eles eram um grupo europeu amplo, que é conhecido na comunidade científica pela característica de confecção de vasos decorados. O mais importante, porém, eram as particularidades físicas desse povo.

De acordo com a arqueóloga Maya Hoole, principal responsável pelo projeto de escavação, os crânios das pessoas Beakers eram redondos e curtos, o que bate com a descrição de Ava. No entanto, a cabeça da mulher apresentava uma forma ainda mais peculiar: ele era irregular, achatado no topo e na parte de trás. 

A aparência do crânio dá a ideia de que ele foi achatado antes de ser enterrado. A própria forma como ela foi enterrada também sugere que os indivíduos tomaram um enorme cuidado em seu enterro, o que indica que a mulher pode ter sido uma pessoa importante para aquela comunidade. Além disso, eles provavelmente sabiam que ela ia morrer, por terem tido tempo para construir o túmulo em pedra. 

A reconstrução de Ava

Crânio de Ava / Crédito: Divulgação - Michael Sharpe 

Hew Morrison foi o responsável pela reconstrução facial da misteriosa mulher. Ele explica que o processo é extremamente complexo: “Normalmente, ao trabalhar no caso de uma pessoa viva, não identificada, nem tantos detalhes seriam dados ao tom da pele, cor dos olhos ou do cabelo e estilo do cabelo, já que nenhum desses elementos pode ser determinado pela anatomia do crânio”

"Portanto, criar uma reconstrução facial com base em vestígios arqueológicos é um pouco diferente, pois uma quantidade maior de licença artística pode ser permitida”, contou. 

Para o desenvolvimento do projeto, o pesquisador reconstruiu camadas de músculos e tecidos do rosto de Ava, tudo isso a partir do crânio descoberto pelos arqueólogos. "O tamanho dos lábios pode ser determinado medindo o esmalte dos dentes e a largura da boca a partir da posição dos dentes”, explicou.

Como não é possível dizer como a pessoa era exatamente no passado, ele usou um banco de dados de rostos para poder recriar a face da mulher da Idade do Bronze. A partir de ajustes das características do rosto aos músculos, estava pronta a reconstrução facial. Com olhos azuis e cabelos loiros, estava ali Ava

"Eu realmente apreciei a chance de recriar o rosto de alguém da antiga Grã-Bretanha. Ser capaz de olhar para o rosto de pessoas do passado pode nos dar uma grande oportunidade de nos identificarmos com nossos próprios ancestrais”, disse Morrison.


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