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Matérias / Hollywood

Da infância melancólica a sexualidade: a intimidade de Rock Hudson, um dos maiores nomes de Hollywood

Pressionado, Hudson escondeu a verdadeira sexualidade durante toda sua carreira e teve um triste fim

Penélope Coelho Publicado em 03/06/2020, às 12h10

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Rock Hudson, na década de 1950 - Wikimedia Commons
Rock Hudson, na década de 1950 - Wikimedia Commons

Na década de 1950, um nome fazia com que as mulheres fossem ao delírio: Rock Hudson, um dos maiores galãs da Era de Ouro do cinema norte-americano. O homem teve um início de vida simples e complicada, mas, logo atingiu o estrelato devido ao seu talento na atuação.

Porém, a vida de glamour que Rock transparecia, na verdade, escondia um grande segredo sobre quem ele realmente era. O ator teve que esconder sua sexualidade de todos, chegando até a se casar com uma mulher para evitar que a homofobia destruísse seu sonho.

Nascido em 1925, no subúrbio de Winnetka, Chicago, seu nome de batismo era Roy Harold Scherer Jr. O menino cresceu em um lar conturbado e ainda criança teve que aprender a lidar com o abandono do pai — que deixou sua família no auge da Grande Depressão.

Anos depois, foi adotado pelo padrasto, o novo marido de sua mãe mudou o sobrenome do menino para Fitzgerald. No entanto, essa adoção não foi sinônimo de amor e tranquilidade para Rock. O padrasto era na verdade, um homem violento.

Rock Hudson e Julie Andrews no filme Lili, Minha Adorável Espiã, de 1970/ Crédito: Wikimedia Commons 

Início da carreira

Em 1946, após servir na Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem decidiu que era hora de investir no grande sonho de ser ator. Apesar de não ter sido encorajado por sua família, Rock se mudou para Los Angeles, onde reencontrou seu pai biológico e fez alguns bicos para conseguir dinheiro.

Em 1947, foi descoberto pelo famoso caça talentos Henry Willson, que decidiu mudar o nome do ator para algo mais artístico, Hudson — que fora inspirado pelas rochas de Gibraltar e pelo rio Hudson.

Wilson viu em Roy o potencial de um verdadeiro galã de Hollywood, e ele estava certo. No final dos anos 1940, o ator começou a despontar em alguns papeis no cinema, já no início dos anos 1950, sua importância nas telonas crescia gradativamente.

Em 1956, Rock estrelava um de seus papéis mais notáveis, como no filme Assim Caminha a Humanidade, ao lado de James Dean e Elizabeth Taylor. Sua atuação no longa rendeu uma indicação ao Oscar.

Enquanto tudo corria bem em sua carreira, a vida pessoal de Hudson não estava nesse mesmo patamar. Sabendo que Rock era homossexual, Henry Willson aconselhou seu pupilo a não revelar sua orientação sexual, temendo que essa declaração acabasse com a sua imagem de galã heterossexual.

Mesmo que muitas pessoas do meio soubessem a verdade sobre Rock, isso permaneceu escondido por muitos anos. O artista chegou a se casar para abafar rumores sobre sua sexualidade. Em 1955, ele oficializou sua união com Phyllis Gates, secretária de Willson. O casamento durou três anos.

Hudson atingiu o ápice de sua carreira estrelando o notável filme Confidências à Meia-Noite (1959), ao lado de Doris Day. Mas, diferente das telonas, Rock estava longe de viver um romance de verdade.

Últimos anos

Porém, já divorciado, Hudson conheceu aquele que seria o verdadeiro amor de sua vida. Em 1962, o caminho do ator se cruzou com o de Lee Garlinton, um homem que fazia figuração em um dos filmes em que Rock trabalhou.

Rock Hudson ao lado de Lee Garlinton / Crédito: Divulgação

Os dois viveram uma intensa história de amor escondida dos holofotes, a relação durou até o ano de 1965. Em biografia lançada após a morte de Hudson, foi revelado que as únicas duas pessoas que o ator amou de verdade foram Garlinton e sua mãe.

Na década de 1960, o artista estava começando a migrar o seu trabalho para a televisão, onde estrelou na série (1971 a 1977). Alguns rumores sobre a saúde do galã começaram a surgir no início da década de 1980, quando ele surgiu em uma entrevista coletiva, com a aparência deteriorada, estava magro e já não era mais o mesmo.

Isso aconteceu devido ao diagnóstico de HIV que Hudson recebeu em 1984, por isso, o artista acabou se afastando de vez do mundo da interpretação. Após sofrer muito com a doença, Hudson faleceu em 2 de outubro de 1985, aos 59 anos, em Beverly Hills. Por pedido do ator, seu corpo foi cremado.

Um pouco antes de sua morte, a agente de Hudson já havia informado o diagnóstico de seu assessorado. Além disso, um artigo publicado pela revista People, em agosto de 1985 tratou a fundo a doença, usando a história de Hudson como exemplo, revelando sua homossexualidade.

A revelação da condição soropositiva do ator causou reviravolta, mas, também teve um grande impacto na época, dando visibilidade para a doença. Por ser a primeira personalidade da mídia a morrer em decorrência das complicações do vírus da AIDS. A história de Hudson levou até um financiamento de pesquisa sobre o vírus.  

Até hoje, a memória de Rock Hudson vive nos filmes mais célebres de Hollywood, apesar de ter passado boa parte de seus anos em uma vida escondida e nas sombras, Hudson foi lendário até o seu fim.


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