Pauline esteve ao lado de Napoleão Bonaparte durante o exílio em Elba e ele fez de tudo para casá-la com um bom pretendente, mas seu fim foi trágico
Vanessa Centamori Publicado em 30/07/2020, às 10h00
Pauline Bonaparte era filha de Letizia Ramolino e Carlo Buonaparte, o que a fez irmã do icônico general francês Napoleão Bonaparte. A família vivia na ilha de Córsega, na França, e viveu por um tempo nos luxos da corte do rei Luís XVI. Entretanto, um tempo sombrio começou a afetar os Bonaparte.
No ano de 1793, desentendimentos entre seu irmão, Lucien Bonaparte, e os jacobinos fizeram que eles fugissem para o continente, onde houve muitas dificuldades financeiras. Os Bonaparte já não tinham as múltiplas propriedades que possuíam em Córsega, sobretudo devido à ocupação inglesa. Foram tempos difíceis.
Sob as ordens do irmão
Quando a família se mudou para Marselha, o general com fama controversa de baixinho quis unir Pauline a um pretendente que ele acreditava ser à sua altura. Apresentou-lhe então Louis-Marie Stanislas Fréron, o procônsul de Marselha. Ela se apaixonou pelo homem.
No entanto, Napoleão acabou casando a irmã com um amigo dele, o general Charles Leclerc, sendo a união concretizada em 14 de junho de 1797. Como resultado, Pauline deu à luz um menino, Dermide Louis Napoleon, em 1798.
Expedição desafiadora
No ano de 1799, o irmão mais velho da moça dava o Golpe de 18 de Brumário, depondo o diretório e iniciando seu governo na França. Depois disso, o governante organizou uma expedição até Saint-Domingue, onde hoje fica o Haiti. Na época, o território era uma colônia francesa, porém, estava em rebelião há cerca de oito anos.
O general francês queria se impor novamente nessa região, então convocou o marido de Pauline, que foi com ela e o filho até o local, embarcando em 14 de dezembro de 1801. Uma grande frota de 74 navios seguiu em uma viagem de 45 dias até o porto de Le Cap.
Quando Leclerc estava lutando contra os rebeldes em Saint-Domingue, Pauline ficou no navio com o filho Dermide. O trauma de ter presenciado violência, mais tarde, foi relatado por ela em uma carta, na qual ela dizia que isso teria agravado o seu estado de saúde.
Apesar do sofrimento, Leclerc teve sucesso em sua missão. Só que o alívio durou pouco: um grave surto de febre amarela afetou os generais e uma insurreição estava por vir. O marido pensou até em mandar Pauline de volta para um local seguro, mas os insurgentes foram combatidos.
No entanto, os sintomas de febre amarela atingiram a mulher e o filho. Ela mal conseguia andar ereta. Em agosto de 1801, Pauline foi obrigada por Leclerc a voltar para Paris. Depois de muita resistência e um pagamento em dinheiro, ela retornou. Em 22 de outubro de 1802, o marido também adoeceu e faleceu no dia 1 de novembro em decorrência da febre.
De volta da expedição
O retorno de Pauline ocorreu no dia 1 de janeiro de 1803, mesma data em que ela escreveu a Napoleão que tinha trazido os restos mortais do marido com ela. Depois de um tempo, o irmão mais velho voltou a tentar casá-la novamente, tentando entregar a mão da irmã para o duque de Lodi e ao vice-presidente da República Napoleônica da Itália, Francesco Melzi d'Eril .
Porém, ambas as tentativas falharam. Pauline acabou se casando com o nobre Camillo Borghese, que era um príncipe romano, em 28 de agosto de 1803. Tornou-se princesa borghese, o que agradaria Napoleão, que tinha planos de que a união estreitasse laços com a Itália ocupada pelos franceses.
Porém, Bonaparte não ficou sabendo do casamento da irmã, recusando a reconhecer o novo título de Pauline. Ele também a acusou de manter casos extraconjugais como o violinista Niccolò Paganini.
Não por acaso, a união de Pauline com o príncipe romano acabou mal, já que o relacionamento foi bem indiferente. O filho dela, Dermide, faleceu por conta de um estado de saúde frágil em 14 de agosto de 1804.
Fidelidade ao irmão
Napoleão e Pauline ficaram um tempo brigados, sobretudo porque ela não tinha uma relação boa com a segunda esposa dele, Maria Luísa da Áustria. Entretanto, a irmã acabou sendo a única que apoiou Napoleão quando a queda dele aconteceu.
Liquidou todos os seus bens e mudou-se para Elba, onde ele estava em exílio após sua derrota. A mudança ocorreu em 1815. Camillo, seu marido, foi para Florença, onde teve um relacionamento de dez anos com uma amante.
Naquele ano, Napoleão fugiu de Elba e retornou o poder, porém foi derrotado na Batlha de Waterloo em junho de 1815. Passou seus últimos dias confinado na Iha de Santa Helena, onde morreu em 5 de maio de 1821, aos 51 anos. A irmã do governante derrotado faleceu com saúde fragilizada em 9 de junho de 1825, aos 44 anos, no Palazzo Borghese, em Roma.
++Saiba mais sobre a trajetória do imperador e general francês Napoleão Bonaparte através de grandes obras disponíveis na Amazon Brasil
Napoleão: uma Vida, de Vincent Cronin (2014) - https://amzn.to/33GYNT9
Napoleão Bonaparte (Biografias), de Pascale Fautrier (2016) - https://amzn.to/2Y7LBpa
Sobre a guerra: A arte da batalha e da estratégia, de Napoleão Bonaparte (2015) - https://amzn.to/33FleIj
Napoleão: a fuga de Elba – A queda, o primeiro exílio e a fuga (1814-1815), de Norman Mackenzie (2018) - https://amzn.to/2DEh2xY
1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, de Laurentino Gomes (2014) - https://amzn.to/2qXduUX
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
