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Matérias / França

Da sujeira a falta de privacidade: a incomum vida no Palácio de Versalhes

Apesar do luxo do palácio, muitas práticas da época são impensáveis aos olhos modernos

Caio Tortamano Publicado em 25/06/2020, às 08h00

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Cena do filme Maria Antonieta (2006) - Divulgação/Columbia Pictures
Cena do filme Maria Antonieta (2006) - Divulgação/Columbia Pictures

Versalhes é uma referência histórica de como o luxo de alguns resultou em grandes transformações sociais, especialmente quando a maior parte de um reino vivia em extrema pobreza e fome. Esse era o cenário da França do final do século 18.

Porém, por mais exorbitante que era o estilo de vida do palácio, alguns fatos sobre a vida lá despertam até sentimentos de repulsa. Começando pelo grande número de criados e membros da realeza que eram abrigados no local, a família real dificilmente conseguia privacidade para qualquer que fosse a atividade.

Estipula-se que, durante o reinado de Luís XIV, tenham vivido entre 3 a 10 mil pessoas no palácio — claramente, não eram todos membros da família do monarca. O Rei Sol, como ficou conhecido nos livros de História, tinha uma notória fama de ter tido diversas amantes e ter, inclusive, engravidado muitas delas.

O Rei Sol, Luís XIV / Crédito: Wikimedia Commons

Porém, muitos desses descendentes eram legitimados pelo próprio monarca, que abrigava aos bastardos e suas famílias no palácio. As filhas eram "oferecidas" para casamentos com príncipes estrangeiros, fazendo com que fosse para outro país. Todavia, nem diante dessa particularidade o local esvaziava.

Ademais dos familiares, muitos membros aristocratas viviam nas dependências, muito por conta da vigilância que os monarcas poderiam ter sobre os seus aliados próximos. Todos os aristocratas também frequentavam o local com seus serventes e empregados, todos residentes do palácio.

A rotina dos monarcas já começava com a falta de privacidade. Enquanto os criados os ajudavam a se vestir, diversas pessoas das mais diferentes classes esperavam a oportunidade de trocar umas palavrinhas com a majestade. 

Todas as ações eram meticulosamente acompanhadas pelos súditos: desde ir ao banheiro e tomar banho (sim, todas elas com a observação de ajudantes e aristocratas). Nem mesmo os partos escapavam do público. Durante esses episódios, o quarto ficava especialmente lotado: as pessoas do círculo social tinham muito interesse em acompanhar o nascimento dos descendentes da coroa.

Saneamento

Válido para todos os moradores do palácio era o fato de que, na época, os cuidados com a higiene não eram nem próximos com os vistos hoje em dia. 

Para ter ideia, as pessoas realmente tinham muito interesse em habitar Versalhes, tanto que os cortesãos que não tinham relações diretas com o rei (familiares, amigos, amantes) ficavam em quartos pequenos e escuros sem nenhum cuidado sanitário. Esses ambientes eram ótimos para o cultivo de pulgas e piolhos, dos quais grande parte das pessoas sofria.

Por isso, um jeito de evitar esses desagradáveis insetos era cobrir o pescoço com pelos de animais. Assim, eles poderiam se alojar nos pobres bichos ao invés dos cabelos das pessoas — que compensavam seu fedor com muito perfume.

Banhos eram raros, primeiro porque o inverno na França é extremamente rigoroso, e o aquecimento do palácio não era lá essas coisas — o mesmo valia para o verão, os inúmeros vidros e espelhos faziam do local uma grande panela de pressão.

Além disso, muitas das fontes de águas disponíveis estavam contaminadas de bactérias, então era comum alguém adoecer logo depois de tomar banho. Por isso, banhar-se era considerado extremamente perigoso.

Banheiros então eram mais raros ainda. Como consequência, as pessoas muitas vezes tinham que se aliviar pelos cantos dos corredores, ou em penicos que depois eram despejados pelas janelas, sem o mínimo cuidado.


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