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Matérias / Personagem

Da tentativa de matar Mussolini a instituição psiquiátrica: a saga de Violet Gibson

A irlandesa de 50 anos atirou no ditador italiano à queima-roupa

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/02/2021, às 09h28

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Montagem com fotografias de Mussolini e de Violet Gibson - Divulgação / Domínio Público
Montagem com fotografias de Mussolini e de Violet Gibson - Divulgação / Domínio Público

Era o ano de 1926, e a Itália estava nas mãos do ditador Benito Mussolini. Uma mulher irlandesa, todavia, tentou colocar fim à tirania do primeiro-ministro italiano, ao realizar um atentado contra Benito. 

A história de seu ato individual de resistência ao fascismo foi divulgada pela BBC em uma matéria desse ano. Por muito tempo, a narrativa permaneceu como um episódio menos conhecido da luta antifascista, com Violet não recebendo muito reconhecimento nem durante sua vida e nem depois. Todavia, isso pode mudar. 

Violet Gibson foi a uma parada em Roma, e, empunhando uma arma de fogo, mirou a cabeça de Mussolini. O líder italiano foi atingido no nariz, sendo assim capaz de sobreviver ao ataque - vale dizer, ainda, que essa foi apenas uma dentre as quatro tentativas de assassinato sofridas pelo fascista. 

Após o tiro, instalou-se rapidamente uma confusão, com os apoiadores do ditador presentes na ocasião partindo para cima da irlandesa, que talvez tivesse sido morta, caso a polícia italiana não interviesse para prendê-la pelo crime. 

Fotografia de Mussolini / Crédito: Domínio Público

Não muito depois, ela foi deportada para a Inglaterra e passou o restante de seus dias em uma instituição psiquiátrica chamada Hospital St Andrew's. 

Reconhecimento tardio 

Em dezembro de 2020, a Câmara Municipal de Dublin, na Irlanda, aprovou uma proposta para elaborar uma placa em homenagem à Gibson, que tem entre seus objetivos  conceder “seu lugar de direito na história das mulheres irlandesas e na rica história da nação irlandesa e seu povo".

Em entrevista à BBC, o vereador Mannix Flynn, responsável por apresentar a proposta, afirmou que: "As mulheres que fizeram coisas extraordinárias são sempre colocadas em segundo plano. Se você olhar para a Primeira Guerra Mundial ou a Segunda Guerra Mundial, as mulheres estavam lá com os homens”. 

"Por alguma razão estranha, Violet Gibson tornou-se uma espécie de constrangimento, ela foi rejeitada, eles tentaram dizer que ela era louca para esconder a vergonha. Por sua bravura, ela sofreu atrozmente", completou ainda o político irlandês. 

Na proposta apresentada por ele, também é explicado que era do interesse das autoridades britânicas criar essa narrativa que a mulher irlandesa que protagonizou um atentado contra o ditador italiano era “insana” e não “política”. 

Ainda não foi determinada qual será a localização da placa contando a história da irlandesa, contudo, é possível que seja inserida em sua casa de infância. 

Fotografias de Violet Gibson quando ela foi presa / Crédito: Domínio Público 

Produções baseadas em fatos 

Siobhán Lynam e Barrie Dowdall, criadores de um documentário sobre Gibson, também falaram a respeito do assunto para a reportagem da BBC. 

“As pessoas iam em peregrinações para tomar chá com Mussolini, e uma mulher, e uma mulher de 50 anos, ela atirou nele à queima-roupa”, comentou Lynam, explicando sua fascinação pelo caso. 

Trecho de trailer de documentário sobre Violet Gibson, que é interpretada pela atriz  Olwen Fouéré

"Se isso tivesse sido feito por um homem, provavelmente haveria uma estátua ou algo assim. Como ela era uma mulher, ela foi trancada. Estamos muito felizes por sermos capazes de contar uma história e divulgá-la ", concluiu Dowdall, acrescentando ainda que: “Violet Gibson foi alguém que foi muito corajosa para fazer o que ela fez, e entre ela e Benito Mussolini, e todas as coisas que ele fez, quem estava realmente louco?".


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