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Matérias / Estados Unidos

Das festas a vida transtornada: a extravagante saga da socialite Rebekah Harkness

Ao longo de sua jornada, Betty marcou a sociedade americana com seus eventos luxuosos, mas sua intimidade era repleta de tragédias — e chamou atenção nas redes sociais

Alana Sousa Publicado em 29/07/2020, às 16h30

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Rebekah Harkness, socialite americana - Wikimedia Commons
Rebekah Harkness, socialite americana - Wikimedia Commons

Nas décadas de 1950 e 1960, a vida extravagante e repleta de luxo da socialite Rebekah Harkness impressionava a sociedade americana. Terríveis rumores sobre a rotina da mulher, que se permitia gastar o dinheiro do marido, ostentando em sua mansão em Rhode Island circulavam sem parar.

Mesmo que tenha sido quase que esquecida com o tempo, um evento recente trouxe novamente a intensa saga de Betty Harkness à tona. Isso, pois, a cantora Taylor Swift lançou seu oitavo álbum de estúdio, intitulado Folklore e, uma das canções do projeto conta a trajetória da mulher da alta classe dos Estados Unidos. A música foi chamada de The Last Great American Dinasty (A Última Grande Dinastia Americana, em tradução para o português).

Quem era Rebekah Harkness

Rebekah nasceu em 1915, em St. Louis, no estado do Missouri. Após o primeiro casamento terminar em divórcio, ela selou matrimônio com o herdeiro da Standard Oil, William Hale Harkness, em 1947. O casal comprou uma luxuosa mansão em Watch Hill, Rhode Island, e apelidaram de Holiday House.

A composição narra de maneira bem próxima os fatos reais. Os primeiros versos da música falam: “Rebekah subiu no trem da tarde, estava ensolarado. Sua casa inglesa tradicional a fez esquecer de St. Louis. Bill era o herdeiro do nome e dinheiro da Standard Oil. E a cidade disse: Como uma divorciada de classe média conseguiu isso?”.

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Rebekah Harkness / Crédito: Wikimedia Commons

Rapidamente, os Harkness ficaram famosos na vizinhança por suas festas barulhentas e episódios peculiares. Em um dos eventos na Holiday House, Betty teria enchido a piscina com o caro champagne Dom Pérignon. Algumas versões se dividem entre duas possíveis verdades: a de que ela teria feito isso para se divertir; ou ainda, apenas para limpar os equipamentos.

O casamento com William Harkness durou pouco, mas foi intenso. Entrado de vez para a alta sociedade dos EUA, a socialite apareceu até mesmo nas páginas da revista Vogue, por seus vestidos valiosos. Sete anos após a cerimônia, em 1954, Bill morreu de ataque cardíaco. Este foi um ponto crucial na história de Rebekah que, com a perda, passou a gastar ainda mais sua fortuna.

A reputação de louca só aumentava. Com a quantia que herdara, a mulher fez uma grande reforma na mansão. Amante das artes, ela construiu um espaço para o grupo de balé, Robert Joffrey Company — hoje conhecido apenas por Robert Joffrey. Entretanto, isso era pouco, em 1964 fundou sua própria companhia: Harkness Ballet.

Na época, declarou: “Espero que a beleza da Harkness House consiga persuadir algumas dessas pessoas de que o balé não precisa ser sombrio e que, com seu patrocínio, estejam contribuindo para o esplêndido e glamouroso”. O grupo não durou muito, em 1970 foi dissolvido, milhões de dólares foram usados em vão.

Em outra ocasião curiosa, Betty pintou o gato de sua vizinha de verde, após ela reclamar de todas as festas que aconteciam na região. A verdade era que a vida já não era mais a mesma sem o amado, histórias de moradores do bairro afirmam que ela podia ser vista a noite falando sozinha, olhando para o céu.

“Rebekah desistiu da vida em Rhode Island para sempre. Convidou todo o seu grupo de amigas da cidade. Encheu a piscina de champanhe e nadou com os grandes nomes. E gastou todo o dinheiro com garotos e balé. E em perder apostas de jogo de cartas com Dalí”, canta Swift em outra parte da canção.

O gripo de balé Robert Joffrey Company da época / Crédito: Wikimedia Commons

De fato, Rebekah se cansou de Rhode Island e mudou para Nova York. Ficou casada por três anos com um médico mais novo, chamado Niels H. Lauersen. Passou o resto de sua vida na metrópole americana, morreu de câncer aos 67 anos.

Apesar de não ter nenhuma confirmação que ela fazia jogos de aposta com o pintor surrealista Salvador Dalí, como Swift relata em The Last Great American Dinasty. As cinzas de Rebekah Harkness foram colocadas em um recipiente de joias criado para ela pelo artista espanhol.

Festas e tragédia

Mesmo que sua vida seja lembrada apenas pelos momentos exuberantes e cerimônias deslumbrantes. Betty sofreu muitas perdas, seu lado privado foi marcado por inúmeras tragédias.

De seu primeiro casamento, com Dickson W. Pierce, teve dois filhos, dos quais ambos acabaram se envolvendo em casos melancólicos e polêmicos. Allen Pierce, seu primogênito, assassinou um homem em uma briga e foi acusado de homicídio. Sentenciado à prisão, ele cumpriu penas por dez anos e não compareceu ao funeral da mãe. A segunda filha, Anne Terry Pierce, deu à luz um bebê com graves problemas de saúde, que faleceu aos 10 anos de idade.

A mansão de Rhode Island atualmente / Crédito: Divulgação/Zillow

O matrimônio com Bill Harkness gerou uma menina, que foi nomeada Edith Hale Harkness. Sofrendo de depressão, ela fez várias tentativas de suicídio ao longo da curta vida. Acabou tendo sucesso em uma delas, morreu no mesmo ano que a mãe, aos 34 anos.

O que restou após a morte de Rebekah foram memórias. Suas cinzas estão localizadas no Mausoléu de Harkness no cemitério Woodlawn, em Nova York. Quanto à famosa mansão de Rhode Island, a cantora e compositora Taylor Swift é a atual proprietária.

A artista ainda traça um paralelo entre sua vida com a da antiga dona da casa, fazendo referência às diversas polêmicas que se envolveram, dizendo que ambas tiveram “uma experiência maravilhosa estragando tudo”.


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