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Matérias / Personagem

De amante real a conspiradora: a intensa saga de Jane Shore

Com uma beleza inigualável, a dama conquistava todos ao seu redor, inclusive o Rei Eduardo IV, da Inglaterra. Ela mal sabia, no entanto, que sua amada corte também seria seu fim

Pamela Malva Publicado em 05/08/2020, às 20h30

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Ilustração da jovem Elizabeth 'Jane' Shore - Wikimedia Commons
Ilustração da jovem Elizabeth 'Jane' Shore - Wikimedia Commons

Em meados do século 15, grande parte da aristocracia da Inglaterra poderia ser comprada por dinheiro ou por propriedades. Elizabeth Shore, no entanto, conseguiu tudo de graça, apenas com seu belo rosto e um carisma invejável.

Nascida na Londres de 1445, a dama britânica era filha do comerciante John Lambert e de sua esposa, Amy. Astuta e observadora, Elizabeth amava passar horas de seus dias na loja do pai, acompanhando os clientes com seus olhos atentos.

Foi assim, inclusive, que ela conheceu muitos dos membros da alta sociedade de Londres quando ainda era pequena. Embora estivesse distante do ouro e das regalias, a jovem Elizabeth teve uma educação privilegiada, bem diferente da destinada para a sua classe.

Bastante inteligente, Elizabeth era alegre e brincalhona, e conquistava diversos corações com sua beleza e personalidade cristalinas. Munida de suas melhores características, então, ela conseguiu atrair o melhor dos pretendentes: o rei Eduardo IV, da Inglaterra.

Retrato do rei Edward IV, da Inglaterra / Crédito: Wikimedia Commons

Aveludada como uma pétala

Segundo CJS Thompson, autor da biografia A Bruxaria de Jane Shore, Elizabeth era reconhecida pela comunidade da época como ‘a Rosa de Londres’. Mais tarde, ela recebeu o nome de Jane, após muitos de seus registros serem perdidos com o tempo.

Tão bela quanto a flor de pétalas vermelhas, Jane era uma das damas mais almejadas de toda a Londres. Com isso, seu pai viu uma bela oportunidade de subir de vida, encontrando o marido perfeito para a filha.

Foi assim que a jovem conheceu William Shore, um dos melhores pretendentes da região. Integrante da alta sociedade, o homem galanteador que era 15 anos mais velho que Jane, todavia, nunca conquistou o carinho da jovem, muito menos seu amor.

Pôster de peça que representava a vida de Jane Shore / Crédito: Wikimedia Commons

Coroa de flores

Em meados de 1476, cansada do casamento frustrado, Jane pediu pela anulação do matrimônio. Na época, entretanto, um divórcio não era tão simples como é hoje e, com certeza, não era bem visto pela sociedade conservadora.

Sempre muito inteligente, Jane alegou que nunca poderia realizar seu desejo de ter filhos, já que William era infértil. Assim, ela conseguiu convencer os três bispos que julgaram a anulação e, orgulhosa, conquistou sua liberdade novamente.

De acordo com diversos registros da chancelaria inglesa de dezembro de 1476, foi logo depois do divórcio que Jane conheceu e passou a se relacionar com Eduardo IV. O rei, por sua vez, fez da dama uma de suas muitas amantes.

Retrato de Elizabeth Woodville, a Rainha Consorte da Inglaterra, esposa de Eduardo IV / Crédito: Wikimedia Commons

Espinhos cortantes

Após algum tempo como amante real, Jane logo percebeu que tinha uma grande influência na corte de Eduardo IV. Leal às suas raízes simples, contudo, ela nunca usou isso ao seu favor — ela sequer ganhava presentes do monarca como as outras amantes — e o relacionamento dos dois durou até a morte do governante, em 1483.

Caminhando com leveza pelos corredores do palácio, Jane continuava uma mulher encantadora e fazia os olhos brilharem. Dessa forma, ela conquistou uma longa lista de amantes, como o marquês Thomas Gray e o barão William Hastings. 

Ao mesmo tempo em que foram seu lar, as finas paredes do palácio, no entanto, também foram sua ruína. Julgada como traidora, Jane foi considerada uma das peças chave na aliança entre os Hastings e os Woodvilles.

A punição pública de Jane Shore / Crédito: Wikimedia Commons

Cortes profundos

Segundo os documentos da época, Jane servia de mensageira para que a família Hastings pudesse se comunicar com Elizabeth Woodville, a viúva de Eduardo IV, antiga Rainha Consorte da Inglaterra. Por isso, ela foi acusada de conspiração contra o recém-empossado rei Richard III e sua corte. 

Sentenciada às piores das punições, Elizabeth Shore foi obrigada a pagar penitências públicas na Catedral de São Paulo, em Londres. Ainda mais, ela era arrastada pelas ruas da cidade aos domingos, enquanto sofria todo tipo de represália da sociedade.

Acabado o vexame, Jane foi enviada para a prisão de Ludgate, onde começou a se relacionar com Thomas Lynom, o procurador-geral do rei. Apaixonados, os dois decidiram se casar, apesar da então condição criminosa da mulher. 

O rei Richard III — que logo foi destituído por Henrique VII — tentou fazer com que seu companheiro desistisse do matrimônio, mas Thomas não voltou atrás. O homem tirou sua amada da prisão, os dois se casaram e, juntos, tiveram uma filha. Acredita-se que Jane Shore tenha vivido o resto da sua vida na burguesia, desfrutando de sua liberdade.


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