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Matérias / Rússia

De Chernobyl à Arkhangelsk: Acidentes nucleares ainda fazem parte do histórico russo

Episódio recente no norte da Rússia aumenta lista de incidentes nucleares que começou na antiga União Soviética

Fabio Previdelli Publicado em 12/08/2019, às 17h00

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Crédito: Reprodução
Crédito: Reprodução

Nos últimos dias, os moradores das cidades russas de Arkhangelsk e Severodvinsk passaram por momentos de desespero. Durantes testes, a explosão de um motor de foguete de propulsor líquido causou picos de radiação nas proximidades.

A Rosatom, empresa responsável pela fabricação do equipamento e pelo fornecimento de combustível nuclear, confirmou que cinco funcionários vieram a óbito no acidente.

De acordo com o Ministério da Defesa, dois de seus representantes morreram durante a tragédia. As autoridades locais também disseram desconhecer alterações radioativas no local. Os acidentes radioativos fazem parte do histórico russo e da antiga União Soviética, alguns casos são bem conhecidos, outros tentaram ser escondidos por autoridades da época. 

Chernobyl (1986)

O mais conhecido acidente nuclear da União Soviética também foi o mais letal entre eles. O desastre foi o único a receber a classificação 7 – nível máximo – na escala da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A fatalidade aconteceu durante testes no sistema do reator 4 da central nuclear, perto da cidade de Pripyat, atualmente localizada na Ucrânia.

Imagem da usina de Chernobyl / Crédito: Reprodução

O relatório da ONU em 2005, estimou em 4 mil o número de vítimas na Bielo-Rússia, Ucrânia e Rússia. Estudos recentes multiplicam por 10 esses números e mostram centenas de anomalias relacionadas ao episódio.

Kyshtym (1957)

Após o fim da Segunda Guerra Mundial,  Joseph Stalin determinou a construçãoda Usina de Mayak, para produção e enriquecimento de plutônio para a produção de bombas atômicas. Porém, a urgência para construção da estação, acarretou em negligencias às normas de segurança. 

Usina de Kyshtym / Crédito: Reprodução

Uma falha não reparada em um dos sistemas de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos nucleares ocasionou uma explosão  com força de 100 toneladas de TNT. O governo russo forçou a evacuação de cerca de 10 mil pessoas da região, sem ao menos dar informações. Estima-se que pelo menos 200 pessoas morreram de câncer pela exposição à radiação.

Tomsk-7 (1993)

A cerca de 3 mil quilômetros de Moscou, a cidade de Seversk era casa de reatores nucleares e de um programa de enriquecimento de urânio e plutônio. O centro, até então desconhecido do mundo, ganhou os noticiários após um tanque com substâncias radioativas explodir. A contaminação ocorreu por uma área de 120 quilômetros quadrados ao redor do epicentro.

Usina de Tomsk-7 / Crédito: Reprodução

Alguns dias depois da explosão, foi possível ver uma queda de neve radioativa. O evento elevou os níveis de radiação de algumas regiões em 100 vezes do valor considerado ideal. Atualmente a cidade é fechada para visitações, o acesso ao local só pode ser feito com visita prévia. O número de mortos não foi informado.

Submarino K-19 (1961)

A navegação foi o primeiro submarino soviete a transportar mísseis balísticos. Apelidado de Fazedor de Viúvas, a embarcação estava em exercício no Atlântico Norte. Uma falha no sistema de refrigeração do submarino aumentou a temperatura do reator, o que quase acarretou no derretimento do núcleo.

Submarino K-19 / Crédito: Reprodução

Todos os 139 tripulantes se mantiveram a bordo, e expostos à radiação, para reparação do problema. O ato dos marinheiros impediu uma explosão que seria semelhante à de Chernobyl.

Bohunice (1997)

Com a classificação de grau 4, o acidente na usina de Bohunice, na Tchecoslováquia – atualmente dividida entre a República Tcheca e a Eslováquia – ocorreu devido a mudanças no combustível nuclear. Os absorventes de umidade não foram removidos da forma correta e o combustível sofreu um superaquecimento, que corroeu o reator.

Usina de Bohunice / Crédito: Reprodução

Gases radiativos se espalharam por toda a área da usina. A AIEA não estimou feridos ou mortos em decorrência do acidente, já que na época o governo soviete encobertou o caso.