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Matérias / Personagem

De empregada doméstica a astrônoma: Williamina Fleming, a mulher que descobriu mais de 10 mil estrelas

Uma vez contratada pelo diretor do Observatório da Universidade de Harvard, a jovem viu sua carreira como cientista decolar a cada nova pesquisa

Pamela Malva Publicado em 19/04/2020, às 12h00

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A astrônoma escocesa Williamina Fleming - Wikimedia Commons
A astrônoma escocesa Williamina Fleming - Wikimedia Commons

Quando se casou com Williamina Fleming, o contador James Orr não esperava ter conhecido uma das mulheres mais determinantes da astronomia. Muito pelo contrário, ele pensava ter assinado o sagrado matrimônio com uma ingênua professora.

É claro que, aos 20 anos, Williamina ainda não mostrava sua enorme aptidão para com as estrelas. Ela nem sequer sonhava em entrar em um observatório. Mas, quando James foi embora, deixando-a sozinha com um filho, ela teve de encontrar um trabalho.

O primeiro emprego que a escocesa conseguiu foi como empregada doméstica na casa do professor Edward Charles Pickering. Curiosamente, o homem também era diretor do Observatório da Universidade de Harvard.

O Observatório da Universidade de Harvard / Crédito: Wikimedia Commons

Um céu estrelado

Durante suas horas de trabalho, Williamina demonstrava o tamanho de sua inteligência sempre que conversava com a esposa de Edward. Impressionada com a capacidade da jovem, Elizabeth Pickering insistiu que o marido admitisse a empregada.

Assim, em 1879, Edward contratou a jovem professora para realizar alguns trabalhos administrativos no observatório. O emprego que deveria ser apenas meio período, tomou proporções ainda maiores quando o astrônomo viu o potencial de Williamina.

Em 1881, Edward decidiu dar mais uma chance à sua nova pupila e convidou a aspirante a astrônoma para se juntar a ele formalmente no observatório. No novo cargo, Williamina aprendeu a analisar espectros estelares.

Ao lado de outras cientistas do observatório, a jovem ajudou a fundar o Harvard Computers, um grupo de mulheres contratadas por Edward. Entre suas atividades, as damas tinham de calcular classificações matemáticas e editar as publicações do chefe.

Harvard Computers, o grupo de mulheres que trabalhavam para o observatório / Crédito: Wikimedia Commons

Uma estrela brilhante

Quando Williamina já estava mais do que familiarizada com as estrelas no céu, a viúva Mary Anna Draper decidiu criar uma homenagem ao falecido marido, Henry Draper, em 1886. Além do belo papel, o Henry Draper Memorial ainda financiaria as pesquisas do observatório de Harvard.

Dessa forma, a equipe de Edward foi encarregada de trabalhar no primeiro catálogo de Henry Draper. Durante os nove anos de pesquisa, Williamina classificou e catalogou mais de 10 mil estrelas para o projeto.

Entre elas, a jovem astrônoma encontrou 59 nebulosas, cerca de 310 estrelas variáveis, e 10 novas. Em meados de 1888, ela ainda descobriu a Nebulosa Cabeça de Cavalo, conquista pela qual ficou mais conhecida.

A Nebulosa Cabeça de Cavalo descoberta por Williamina / Crédito: Wikimedia Commons

Foguetes lançados

A carreira de Williamina como uma brilhante astrônoma apenas se consolidava, ano após ano. Em 1907, por exemplo, ela publicou mais uma lista com o nome de 222 estrelas variáveis que descobriu.

Militante em prol das mulheres na ciência, a astrônoma chegou a discursar na Feira Mundial de 1893, defendendo suas companheiras cientistas. Durante a apresentação, falou sobre o “campo para o trabalho da mulher em astronomia”.

Entretanto, bem como diversas outras cientistas, Williamina teve seu nome apagado de algumas descobertas. Devido a um erro no primeiro Index Catalogue, muitas de suas conquistas foram creditadas a Edward Pickering.

Ela não se deixou abalar e, na segunda edição da publicação, finalmente teve suas pesquisas reconhecidas. Compilado por Dreyer, em 1908, todavia, o catálogo ainda não creditava Williamina como a descobridora da Nebulosa Cabeça de Cavalo.

Com suas conquistas, prêmios, honrarias e publicações, a estrela de Williamina apenas se apagou em maio de 1911, quando a astrônoma tinha 54 anos. Ela ainda morava em Boston e foi vítima de uma consequência da pneumonia.


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