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Matérias / Personagem

Edith Stein, a judia convertida ao catolicismo que foi morta pelos nazistas

Filósofa e teóloga alemã, Stein viu seu fim chegar em uma câmara de gás e foi beatificada por João Paulo II

Giovanna Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/04/2021, às 07h23 - Atualizado em 30/07/2021, às 09h00

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Edith Stein - Domínio Público via Wikimedia Commons
Edith Stein - Domínio Público via Wikimedia Commons

Há exatos 34 anos, o papa João Paulo II realizava a cerimônia de beatificação de EdithStein, freira alemã e de origem judaica, que se converteu ao Catolicismo anos antes de sua morte em uma câmara de gás. A canonização, sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz, viria a ocorrer 11 anos depois, em outubro de 1998.

Uma mulher na Filosofia

Nascida em 1891, Edith estudou alemão, história, psicologia e filosofia na Universidade de Breslávia. Mais tarde, entrou para a Universidade de Gotinga para estudar com sua maior influência acadêmica, o filósofo criador da fenomenologia Edmund Husserl.

Lá, ela obteve seu diploma de doutorado, tornando-se uma das dez primeiras mulheres a realizarem esse feito na Alemanha, segundo informações da FAPESP.

Sempre muito focada, ela trabalhou de maneira incessante em sua tese de doutorado após ter encerrado seus trabalhos como enfermeira da Cruz Vermelha durante a Primeira Guerra Mundial. Com tamanha dedicação, Stein recebeu a nota máxima, mas, pelo fato de ser mulher, nunca recebeu um cargo como professora universitária.

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Edith em 1920 / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Além disso, de acordo com a psicanalista Ilana Waingort Novinsky, autora do livro "Em busca da verdade em tempos sombrios: Edith Stein", o próprio Husserl a tratava de maneira diferente, o que contribuiu para uma mudança nos rumos da jovem filósofa.

De possível ateísmo a conversão

Quando tinha 15 anos, Edith morou, durante dez meses, na casa de sua irmã mais velha, Rosa, que já era casada. Nesse período, a adolescente vivenciou uma crise de fé. Segundo Novinsky, alguns estudiosos acreditam em um período de ateísmo, mas, para ela, não é possível realizar esta afirmação.

“Na verdade, eram as primeiras dúvidas e incertezas de uma adolescente que se encontra pela primeira vez longe da casa familiar", disse ela, segundo o portal da FAPESP. "A meu ver, Edith pode ter deixado de praticar os rituais judaicos, influenciada pela irmã e pelo cunhado, que eram agnósticos, mas certamente sua religiosidade continuava viva”, finalizou.

Contudo, muitos anos depois, após seu descontentamento com o machismo do mundo acadêmico e consequente afastamento do mesmo, Stein se converteria ao Cristianismo. Porém, não se tornara protestante como ocorrera à maioria dos judeus convertidos, mas sim católica.

Para a pesquisadora, o principal fator que teria levado Edith à conversão teria sido uma autobiografia de Teresa de Ávila. “Ao ler essa autobiografia, Edith experimentou uma identificação muito forte com Teresa e decidiu pelo catolicismo. Expressou inclusive o desejo de ingressar imediatamente na ordem das Carmelitas Descalças, mas adiou esse passo radical por recomendação de seus orientadores religiosos", disse Novinsky.

"Ela não sabia, pois na época isso ainda não era conhecido, que Teresa de Ávila era de família cristã nova, portanto também de origem judaica”, afirmou.

Perseguição nazista e ingresso no convento

A partir do ano de 1933, a recém-convertida, assim como todos os judeus, se viu proibida de dar aulas. Foi então que ela pediu para entrar para o convento. Novinsky, entretanto, considera importante ressaltar que a decisão não foi feita apenas como forma de escapar da perseguição nazista. A autora relata que ela tinha o objetivo de ficar próxima à sua mãe, além de ser 'carmelita' também englobava um de seus desejos.

Contudo, em 31 de dezembro de 1938, Edith e sua irmã, que também havia se tornado carmelita, tiveram de ser levadas durante a noite para a Holanda. 

Sepultura da santa / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Diante da câmara de gás

No entanto, a Holanda também foi ocupada pelos alemães, já em maio de 1940, de modo que a dupla não estaria mais segura naquele país.

Assim, em 2 de agosto de 1942, dois agentes da Gestapo entraram no convento holandês à procura das irmãs. Naquela época, Edith estava escrevendo sua última obra, uma biografia do carmelita Juan de la Cruz, cuja produção foi interrompida. Conforme Novinsky, naquela triste tarde, a freira teria olhado para Rosa, que chorava, e dito: "Vem, vamos com nosso povo".

Alguns dias antes das irmãs Stein morrerem na câmara de gás de Auschwitz, um homem que sobreviveria ao campo de concentração testemunhou as ações de Edith, que sempre com muita calma, consolava as outras prisioneiras.

Além disso, a freira cuidava das crianças pequenas que acabavam abandonadas, alimentando-as, penteando seus cabelos e cuidando de sua higiene. Com esses relatos, mais tarde, a brilhante e devota mulher se tornaria santa.


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