Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Curiosidade

Há 5 mil anos: Confira a última refeição feita por Ötzi

Análises realizadas no corpo do homem revelaram, em 2018, os curiosos hábitos alimentares de nossos ancestrais

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 26/09/2021, às 10h00 - Atualizado em 15/11/2022, às 20h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fotografia de cientista analisando a múmia de Ötzi - Divulgação/ Museu de Arqueologia do Tirol do Sul
Fotografia de cientista analisando a múmia de Ötzi - Divulgação/ Museu de Arqueologia do Tirol do Sul

Com o passar dos séculos, conforme conquistavam novos territórios e encontravam novas fontes de vitaminas, os antigos humanos tiveram de modificar sua alimentação, para se adaptarem aos novos contextos com os quais se deparavam. 

Atualmente, a alimentação saudável é uma grande preocupação, facilitada pelos diversos estudos relacionados a essa área. Mas como será que nossos ancestrais realmente se alimentavam? Essa pergunta foi parcialmente respondida pelos estudos realizados no corpo de Ötzi, o homem de gelo.  

Considerado a múmia de gelo preservada naturalmente mais antiga que se tem notícia, Ötzi viveu há 5,3 mil anos, no período Neolítico. Seu corpo foi encontrado por acidente em 1991, por um casal de montanhistas que se aventurava pelos Alpes, perto da fronteira entre Áustria e Itália.

Imagens do trato digestivo de Otzi / Crédito: Divulgação/ South Tyrol Archeology Museum

No entanto, um estudo mais avançado sobre o interior de seu estômago só foi divulgado em julho de 2018. "Conseguimos comprovar que ele teve uma proporção notavelmente alta de gordura em sua dieta, suplementada com carnes selvagens de íbex (caprino que habita os Alpes) e de veado, trigo selvagem e vestígios de um tipo de samambaia", comentou Frank Maixner, pesquisador e coordenador do Instituto Eurac de Estudos da Múmia da Universidade de Bolzano, na Itália. 

"O material do estômago da múmia foi extraordinariamente bem preservado, em comparação com amostras do intestino delgado previamente analisadas", afirmou o cientista na época. "Também verificamos grandes quantidades de biomoléculas únicas, como lipídios, o que abre novas oportunidades metodológicas para abordarmos questões sobre a dieta de Ötzi." 

Para essas conclusões, os cientistas utilizaram dois métodos: a análise tradicional de microscopia e uma pesquisa moderna que utiliza corrente elétrica para identificar a composição residual de tecidos. Além disso, antigas sequências de DNA, proteínas, metabólitos e lipídios remanescentes também foram investigados.

Pesquisadores examinando o corpo de Ötzi / Crédito: Divulgação/ South Tyrol Archeology Museum

Maixner explica que esse processo nunca havia sido feito anteriormente, pois, existia uma grande dificuldade em 'encontrar' o estômago do Homem de Gelo, que acabou mudando de lugar no processo de mumificação — “subindo” em relação ao seu lugar natural. Com isso, uma tomografia computadorizada, foi realizada em 2009 — 18 anos depois de ele ser encontrado. 

O estudo apontou que o íbex foi uma das principais fontes de gordura da dieta de Ötzi, já que metade se seu estômago era de gordura adiposa. “O ambiente alto e frio é particularmente desafiador para a fisiologia humana. E requer o fornecimento ideal de nutrientes, para evitar a fome rápida e a perda de energia", explicou o biólogo Alberto Zink. "O Homem do Gelo, ao que parece, tinha plena consciência de que a gordura é uma excelente fonte de energia." 

Apesar desse entendimento, o estudo mostrou que o Homem de Gelo não teve muito zelo em preparar seu alimento, afinal, a carne foi consumida ainda fresca, ou, no máximo, seca. Já a samambaia que ingeriu tinha esporos tóxicos, diz o estudo, porém, não se sabe se as folhas foram consumidas intencionalmente ou não por Ötzi.  

Imagem da análise do tecido de Otzi / Crédito: Divulgação/ South Tyrol Archeology Museum

Existe a hipótese que ele as ingeriu como forma medicinal, já que foi constatado que no seu intestino abrigava parasitas. Outra possibilidade é que ele a tenha comido sem querer, já que o Homem de Gelo pode ter embrulhado sua carne com a planta e a ingerido acidentalmente.   

Além do intestino, seus tecidos também foram estudados durante anos. Com isso, foi possível concluir que Ötzi morreu entre 30 e 45 anos, medindo cerca de 1,65 m de altura.

Uma tomografia feita em 2001 mostrou que ele tinha uma ponta de flecha em seu ombro, além de um profundo ferimento na palma da mão. A explicação mais aceita é que ele tenha falecido por uma lesão no ombro que atingiu uma de suas artérias. 


+Saiba mais sobre a Evolução por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Evolução humana: A História dos Processos de Evolução e Seleção Natural que Deram Origem aos Humanos Modernos, de Charles River Editors (Ebook) - https://amzn.to/2YWXC2F

O livro dos humanos: A história de como nos tornamos quem somos, de Adam Rutherford (2020) - https://amzn.to/2NPDQQo

Uma incrível história do Homem, de Évelyne Heyer (Ebook) - https://amzn.to/2VJKlbJ

Sapiens - Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari (2015) - https://amzn.to/2O5pyLP

A Origem das Espécies, de Charles Darwin (2018) - https://amzn.to/2C3i3lL

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W