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Matérias / Personagem

A desgraça de Gladys Deacon, uma socialite insana que sonhava com a nobreza

Obcecada por sua beleza, a jovem teve uma vida repleta de episódios traumáticos, como assassinatos, sequestros, traições e acessos de loucura nunca antes vistos pela elite

Pamela Malva Publicado em 11/07/2020, às 08h00

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Pintura de Gladys Deacon feita por Giovanni Boldini, em 1901 - Wikimedia Commons
Pintura de Gladys Deacon feita por Giovanni Boldini, em 1901 - Wikimedia Commons

Dona de olhos azuis encantadores e uma beleza incomum, Gladys Deacon era uma jovem inteligente e gentil. Nascida em Paris no final do século 19, ela sonhava com o dia que se casaria com um príncipe ou um duque.

Ao lado de suas três irmãs, no entanto, ela teve uma infância complexa, lotada de episódios traumatizantes que marcaram sua idade adulta. Quando tinha 10 anos, por exemplo, teve seu nome envolvido em um homicídio.

Em meados de 1892, o pai de Gladys descobriu que estava sendo traído por sua esposa, Florence. Tomado pelo ódio, então, ele alvejou o amante da mulher e foi preso por assassinato. Na mesma época, as filhas do casal foram mandadas para um convento.

Depois de curtos 12 meses, o homem condenado foi solto e, temendo pela vida das filhas, Florence decidiu sequestrá-las da instituição. Os dois se divorciaram e, com isso, a custódia das meninas foi concedida ao pai, em uma reviravolta surpreendente.

Pintura de Gladys Deacon / Crédito: Wikimedia Commons

Corações despedaçados

Agora sob os cuidados de Edward, Gladys e suas irmãs mudaram-se para os Estados Unidos, em 1893. Longe de tudo aquilo que conheciam, elas tentaram se adaptar aos novos costumes pelos três anos seguintes.

Em pouco tempo, todavia, o homem tornou-se mentalmente instável e foi hospitalizado, em Boston. Com um mentor incapaz, portanto, as jovens retornaram para Paris, a fim de cresceu ao lado da mãe, e nunca mais viram seu pai, que morreu em 1901.

Durante sua juventude na noite parisiense, Gladys era considerada uma das damas mais lindas do mundo. Ela era a socialite que todos os rapazes desejavam conquistar. Seus olhos azuis pareciam cristais hipnotizantes e ela conseguia tudo aquilo que queria.

Fotografias de Gladys em dois momentos da vida / Crédito: Divulgação/Youtube/Wikimedia Commons

Castelo de mentiras

Com tamanha classe e beleza, Gladys chamou atenção de Charles Spencer-Churchill, o então Duque de Marlborough, que a convidou para passar um tempo no Palácio de Blenheim, em 1897. Aos 16 anos, ela conquistou o coração do Duque e, por duas décadas, manteve um relacionamento secreto com ele — que era casado.

Apesar de ser bastante amiga da Duquesa de Marlborough, Gladys não enxergava seu futuro sem o duque. Nesse sentido, ainda que outros pretendentes surgissem, como o Príncipe da Prússia, que era apaixonado pela garota, ela só tinha olhos para seu amado.

Em 1921, cansada do casamento falho e das claras traições, a duquesa Consuelo exigiu um divórcio. Assim, no final do mesmo ano, o sonho adolescente de Gladys tornou-se realidade e a jovem assinou o sagrado matrimônio com o Duque de Marlborough.

Macas e bisturis

Obcecada por sua beleza — ela chegou a pedir que seus olhos fossem pintados no teto do palácio —, Gladys decidiu que faria uma cirurgia plástica. Aos 22 anos, então, ela teve uma grande quantidade de parafina injetada em seu nariz.

O procedimento inovador, contudo, deu errado e a substância deslizou para o queixo, fazendo com que o rosto de Gladys ficasse desconfigurado para sempre. Aquele foi o começo de uma instabilidade mental sem precedentes. A nova duquesa mandou que os espelhos do castelo fossem jogados fora e evitava todos os eventos sociais da elite.

Em um casamento infeliz e sem filhos, então, Gladys direcionou todo o seu amor para dezenas de cachorros que o marido detestava. A gota d’água foi quando o duque descobriu que ela guardava uma arma em seu quarto. O nobre ficou irado, saiu do palácio e despejou a mulher desconfiada.

Gladys em propaganda de sabonete / Crédito: Divulgação/Youtube

Solidão que não acaba

Em 1934, após a morte do duque, Gladys viu-se sozinha mais uma vez. Isolada da sociedade nobre que ela tanto amava, a ex-duquesa decidiu mudar-se com seus cães para o norte de Oxfordshire e, depois, para Chacombe, na Inglaterra.

Comprou uma fazenda e tornou-se uma mulher reclusa. Gladys não saía de casa e contava apenas com companhia de seus animais e de um único criado. Antes uma socialite encantadora, agora ela mal trocava palavras com outras pessoas.

Com isso, a partir de 1962, a saúde mental de Gladys se deteriorou e ela perdeu todo o seu encanto para uma insanidade irreversível. Em busca de tratamento, internou-se no Hospital de St. Andrew, onde morreu naturalmente, em 1977, aos 96 anos.


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