Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

Distúrbios, falência e alcoolismo: Veronica Lake, um dos símbolos sexuais de Hollywood

Além de exagerar no drama e nas bebidas, a loira chegou a pilotar sozinha um avião para fugir do marido

Wallacy Ferrari Publicado em 19/04/2020, às 09h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Veronica Lake com o braço sobre a cabeça, em ensaio fotográfico - Wikimedia Commons
Veronica Lake com o braço sobre a cabeça, em ensaio fotográfico - Wikimedia Commons

Nascida em Nova York, Constance Frances Marie Ockelman teve uma infância conturbada pelas constantes mudanças. Quando seu pai morreu em uma explosão industrial, teve de se mudar para Saranac Lake, aos 10 anos. Depois, foi enviada para um internato católico exclusivo para meninas, no Canadá. Não conseguiu se adaptar e foi expulsa em pouco tempo. Sua mãe, buscando saber o que havia de errado, buscou ajuda profissional.

Durante a adolescência, foi diagnosticada com esquizofrenia, passando a fazer tratamentos para controlar distúrbios de pânico e agressividade. Enquanto concluía os estudos, se mudou para a Flórida, quando ficou conhecida na Miami High School pela sua beleza. Contrastando com seus problemas psicológicos, a moça chamou atenção da MGM, que lhe ofereceu um contrato cinematográfico como figurante.

Aos 16 anos, ela se mudava em definitivo para Beverly Hills, na Califórnia, para estrelar diversas produções de cinema e teatro, sempre com papéis pequenos. Chamou atenção do diretor Fred Wilcox, que a filmou durante uma peça e mostrou para a Arthur Hornblow Jr.

O produtor buscava uma garota para estrelar um drama militar, mas antes, decidiu criar um nome artístico: Verônica Lake. De acordo com Hornblow, os olhos da garota eram claros e calmos como um lago, que em inglês, é traduzido como lake.

A partir da produção, os filmes estrelando Veronica se tornavam sucesso comercial pelo simples fato de ter a garota estampando o cartaz. Durante seu auge, chegava a ganha mais de 4 mil dólares por semana e estrelou campanhas para o governo americano durante a Segunda Guerra Mundial.

Seu famoso penteado peek-a-boo chegou até a sofrer uma intervenção estatal para incentivar as mulheres a adotar penteados mais práticos e seguros, evitando acidentes envolvendo enroscamento de cabelo e escalpelamento.

Veronica Lake atuando em produções cinematográficas / Créditos: Wikimedia Commons

A medida, no entanto, foi prejudicial em sua carreira, pois diminuiu os papéis que recebia com o penteado clássico. A gota d’água foi seu papel em The Hour Before the Dawn, em 1944, quando foi criticada por interpretar uma espiã nazista, com diversas críticas ao seu sotaque alemão não convincente.

Com as críticas, passou a beber de maneira frequente, além de sofrer um aborto espontâneo e se divorciar. Com o alcoolismo, as oscilações emocionais passaram a ser ainda mais intensas em decorrência da esquizofrenia.

A volta do distúrbio

Após fazer mais alguns filmes na Paramount, não conseguiu acertar uma renovação em seu contrato, passando a estrelar produções na 20th Century Fox com seu novo esposo, Andre DeToth, como diretor das produções.

Sem destaque, os fracassos comerciais de seus filmes levaram as próximas produções e seu contrato ao encerramento. O casal entrou com um pedido de falência em 1951 e tiveram a casa apreendida pelo governo. Lake preferiu fugir do companheiro e retomar a vida em Nova York, pilotando sozinha um avião.

Em um período de dez anos, casou e divorciou mais uma vez e foi presa diversas vezes por conduta desordeira e embriaguez em público. Em 1961, uma repórter do New York Post a encontrou trabalhando como garçonete no salão do hotel que morava, afirmando que aceitou o emprego para treinar o papel que faria numa futura produção e poder ficar próxima das pessoas de maneira anônima.

Seus fãs, ao saber de sua situação, mandavam cartas com ajudas financeiras para a loira, que apenas as respondia e devolvia a quantia, agradecendo o carinho. Sua história, amplamente propagada pela imprensa, foi utilizada por Donald Bain, que acompanhou a rotina anônima da famosa diva cinematográfica e relatou em uma biografia, lançada em 1969.

Com o sucesso do livro, passou a recuperar a fortuna que havia perdido, no entanto, faleceu no ano seguinte, em decorrência de uma hepatite aguda e uma lesão renal, causada por uma cirrose devido aos anos de bebedeira.


+Saiba mais sobre Hollywood por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Hollywood: 131, de Charles Bukowski (1998) - https://amzn.to/2UXDWKe

Cenas de uma revolução: o nascimento da nova Hollywood, de Mark Harris (2011) - https://amzn.to/3c6gqAr

O pacto entre Hollywood e o nazismo: Como o cinema americano colaborou com a Alemanha de Hitler, de Ben Urwand (2019) - https://amzn.to/2ViwOqO

Hollywood Babylon: The Legendary Underground Classic of Hollywood's Darkest and Best Kept Secrets (Edição Inglês), de Kenneth Anger (1981) - https://amzn.to/2RurMWU

O livro do cinema, de Vários autores (2017) - https://amzn.to/2VeOS52

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W