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Vitrine / Brasil Império

Do exílio a grave doença: a saga de Luís de Orléans e Bragança, filho da Princesa Isabel

O herdeiro tornou-se sucessor ao trono imperial após seu irmão mais velho renunciar a coroa

Victória Gearini Publicado em 13/05/2022, às 12h35

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Luís de Orléans e Bragança, o príncipe imperial do Brasil - Wikimedia Commons
Luís de Orléans e Bragança, o príncipe imperial do Brasil - Wikimedia Commons

Luís de Orléans e Bragança, o príncipe do Brasil até 1889, tornou-se o sucessor ao trono imperial, quando o seu irmão, Pedro de Alcântara, renunciou aos direitos da coroa, em 1908. Conhecido como Príncipe Perfeito, Luís foi o segundo filho da princesa Isabel com o príncipe consorte Gastão de Orléans, sendo assim, neto de Dom Pedro II, o último imperador do Brasil. 

Primeiros anos de vida e exílio

Batizado como Luís Maria Filipe Pedro de Alcântara Gastão Miguel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, o herdeiro nasceu em 26 de janeiro de 1878, em Petrópolis. Desde criança, demonstrou ter uma personalidade forte e determinada, sendo muito comunicativo e perspicaz — o oposto do irmão Pedro de Alcântara. 

Admirador da arte e da Literatura, Luís dedicou-se a escrita durante boa parte de sua vida, o que o levou a publicar, mais tarde, as obras Dans les Alpes, Tour d´Afrique, Onde quatro impérios se encontram e Sob o Cruzeiro do Sul, em que relatou suas experiências de viagens.

Luís de Orléans e Bragança, em 1893 / Crédito: Wikimedia Commons
Luís de Orléans e Bragança, em 1893 / Crédito: Wikimedia Commons

Durante a forte campanha abolicionista, Luís e seus irmãos publicaram artigos em um jornal do palácio de Petrópolis. Mas por conta do golpe que instaurou a República, o príncipe e seus irmãos foram enviados para o exílio. Mais tarde, diante da queda da monarquia, a família imperial passou por dificuldades financeiras, o que os levou a receberem ajuda de amigos e do pai de Gaston de Orléans.


Engajamento político e sucessão ao trono

Tanto dona Isabel quanto o marido, enxergavam em Luís um grande potencial para restaurar e assumir a monarquia no Brasil. Em 1907, após retornar de suas viagens, o rapaz planejou desafiar o banimento da família imperial, viajando para a cidade do Rio de Janeiro. A repentina chegada do herdeiro causou indignação na República Velha, e foi amplamente noticiada pelos jornais. 

Ao chegar no solo brasileiro, Luís foi impedido de desembarcar, sendo exilado novamente, como contou no livro Sob o Cruzeiro do Sul, publicado originalmente em 1913. "Impedido de desembarcar pelo governo, saúdo da baía da Guanabara, na véspera do 13 de Maio, a redentora dos cativos", escreveu Luís à sua mãe.  

Em 1908, Pedro foi obrigado a renunciar o trono, após se casar com a nobre Elizabeth de Dobrzenicz, pois sua mãe não aprovava a relação. Luís, por sua vez, tornou-se o herdeiro na linha de sucessão do império extinto, e posteriormente se casou com sua prima, Maria Pia de Bourbon, em 4 de novembro do mesmo ano.

O casal teve, ainda, três filhos: dom Pedro Henrique (1909-1981), que se tornou o sucessor direto da princesa Isabel e Chefe da Casa Imperial; Luís Gastão (1911-1931) e Pia Maria (1913-2000). 

Luís ao lado de sua esposa, Maria Pia / Crédito: Wikimedia Commons
Luís ao lado de sua esposa, Maria Pia / Crédito: Wikimedia Commons

Com a renúncia do irmão mais velho, Luís tentou colocar em prática a restauração do Império, até que em 1909 apresentou um manifesto político com o intuito de retomar a campanha da monarquia. 

"Quanto me custa ficar aqui, de braços cruzados, quando penso que um punhado de homens decididos bastaria para arrancar a Pátria das garras dos aventureiros que a exploram. Ainda não sei qual será a sua atitude na questão das candidaturas. Quanto a mim, julgo ambos os candidatos 'indesejados'; mas a ter de optar, optaria pelo Rui [Barbosa], cujos partidários representam o elemento mais são e de maior prestígio no país. Parece-me mesmo que poderíamos aproveitar o momento para um acordo com os próceres desse grupo, a fim de conseguirmos um esforço comum pela restauração, logo após as eleições presidenciais. Que lhe parece?", disse Luís em uma das cartas enviadas à Martim Francisco de Andrada III. 

O príncipe atuou na política desde 1907 até 1920, sendo um grande defensor do federalismo, do militarismo e do direito dos operários. Considerado a frente do seu tempo, era a favor das condições dignas de trabalhador.

Por conta de seus ideais progressistas, Luís foi acusado, ainda, de ser radical e socialista, quando na verdade lutava para combater os avanços dos discursos comunistas e anarquitas entre a classe operária. 

Funeral de Luís de Orléans e Bragança, em 1920 / Crédito: Wikimedia Commons
Funeral de Luís de Orléans e Bragança, em 1920 / Crédito: Wikimedia Commons

Primeira Guerra Mundial e os últimos anos de vida 

Durante a Primeira Guerra Mundial, Luís e seu irmão Pedro se alistaram como oficiais do exército inglês, após a França ser invadida pela Alemanha. Em 1915, quando combatia nas trincheiras de Flandres, Luís contraiu reumatismo ósseo, impossibilitando-o de andar. Após a fatídica doença, o herdeiro foi afastado das trincheiras, mas devido a sua bravura na guerra, foi condecorado com inúmeras medalhas de honra. 

Em 1918, o governo publicou o Arquivo Nobiliárquico Brasileiro, em que retratou a nobiliarquia brasileira. A obra foi dedicada a alteza imperial, o Senhor Dom Luíz de Orléans Bragança. No entanto, conforme os anos se passaram, a grave doença de Luís se alastrou de forma alarmante, até que, em 26 março de 1920 o príncipe veio a óbito. 


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