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Matérias / Madre Teresa

Do reconhecimento de um tirano às 'conversões' : 5 polêmicas sobre Madre Teresa

Famosa pregadora da paz durante a vida, a freira teve uma série de relatos singulares divulgados após a morte, que completa 25 anos hoje, 5

Ingredi Brunato Publicado em 08/01/2021, às 10h00 - Atualizado em 05/09/2022, às 11h00

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Madre Teresa de Calcutá - Wikimedia Commons/Manfredo Ferrari
Madre Teresa de Calcutá - Wikimedia Commons/Manfredo Ferrari

Madre Teresa de Calcutá foi uma freira que ficou conhecida internacionalmente pelos seus projetos de caridade dedicados aos pobres e aos doentes, assim como sua pregação pela paz. No ano de 1979, inclusive, a religiosa ganhou o Nobel da Paz por seus trabalhos. 

Já em 2003, seis anos após a morte da missionária, o Papa da época, João Paulo II, aprovou a sua beatificação. O título de “beato” serve para apontar que a alma da pessoa se encontra no Paraíso, e pode ajudar os que ainda se encontram na Terra caso eles orem pedindo por intercessões. 

Três anos mais tarde, o Papa Francisco, que é o chefe de Estado atual do Vaticano, declarou a canonização da freira falecida, tornando-a oficialmente uma “santa” aos olhos da Igreja Católica

Contudo, nem todos acreditam que Madre Teresa tenha tido uma trajetória de vida totalmente alinhada com ações luminosas e pacíficas. 

1. Amizade insólita

Um dos argumentos que questiona a suposta bondade ininterrupta da missionária aponta que ela deu sua aprovação ao regime totalitário do Haiti. Isso porque a freira já visitou a família de Jean-Claude Duvalier, ditador do Haiti, e de acordo com o que foi repercutido pela Veja em 2016, disse que foi “lindo” ver a maneira como os pobres interagiam com o líder. 

Fotografia de Jean-Claude Duvalier / Marcello Casal Jr/ABr/Wikimedia Commons

2. As missionárias

A congregação Missionárias da Caridade foi criada pela freira em 1965, se dedicando desde então a atender pessoas em condição de miséria e doença. Entretanto, a despeito da proposta nobre, a organização religiosa já sofreu diversas críticas ao longo dos anos, incluindo acusações de corrupção e violação dos direitos humanos. 

Segundo denunciou o médico Aroup Chatterjee em seu livro “Madre Teresa, O Veredito Final”, dentro do local não existia o hábito de administrar “nenhum analgésico forte aos moribundos, mesmo nos casos mais extremos, e os cuidados não eram profissionais. Careciam da mais básica higiene, assim submetendo os pacientes a condições de tortura". 

Fotografia mostrando integrantes das Missionárias da Caridade reunidas / Divulgação/Facebook 


4. Sofrimento só para os outros 

De acordo com o doutor Debasis Bhattacharya, que é diretor "Science and Rationalists’ Association of India", a freira teria demonstrado ser hipócrita diante de suas crenças em relação ao sofrimento citado no tópico acima. Isso porque uma vez que ficou doente, buscou cuidados médicos profissionais em hospitais modernos e caros.


3. Batismo involuntário 

Através de uma gravação, Madre Teresa também já revelou ter convertido ao catolicismo, batizando-os, mais de 29 mil doentes que morreram na organização criada por ela, assim garantindo que São Pedro os “deixasse entrar no céu”. 

O detalhe, porém, é que nem todos teriam concordado com o ritual cristão. Isso fez com que muitos familiares de pacientes tratados na instituição manifestassem indignação, por pertencerem, por exemplo, a uma família de tradição muçulmana ou hindu.


5. Milagre falso? 

Outra controvérsia a respeito da religiosa diz respeito ao milagre que foi citado pela Igreja Católica ao realizar sua beatificação, que seria a cura do tumor no estômago de Mônica Besra, uma indiana que buscou a missionária para interceder por ela, posteriormente teve uma recuperação completa inexplicável. 

Também segundo Debasis Bhattacharya, o tumor citado não seria cancerígeno, e sim resultado da tuberculose. “Curou-se porque foi diagnosticado e tratado no hospital", concluiu ainda o médico.