Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / América

Doenças, sujeira e castigos físicos: a transtornada vida nas caravelas

O cotidiano difícil daqueles que viajaram em pequenos barcos do Atlântico até as Américas

Redação Publicado em 20/06/2020, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Exemplo de caravela portuguesa - Wikimedia Commons
Exemplo de caravela portuguesa - Wikimedia Commons

Apesar de ter sido embarcados nelas que os navegadores do século 16 fizeram a civilização ocidental crescer até o tamanho que tem hoje, pouco se sabe sobre como eram as caravelas que cruzaram o Atlântico até as Américas. O certo é que eram barcos bem menores do que costumamos imaginar e que a tripulação enfrentava um dia a dia de trabalho exaustivo, comia mal, dormia ao relento e convivia com ratos, baratas e um porão alagado e poluído com dejetos humanos.

Pau para toda obra

Os aprendizes ou grumetes tinham entre 17 e 20 anos. Faziam os trabalhos mais difíceis e perigosos. Subiam até o cesto de observação no mastro principal; estendiam e recolhiam as velas; e eram encarregados de acionar as bombas que retiravam a água fedida do porão.

Velas infladas

As caravelas que levaram Pedro Álvares Cabral, na Descoberta do Brasil, tinham três ou quatro mastros e até 25 m de comprimento por 7 m de largura.

Imagem meramente ilustrativa de uma caravela / Crédito: Divulgação / Pixabay

Vazamento constante

Como toda embarcação da época, as caravelas estavam sempre fazendo água. Para evitar o naufrágio, a água era constantemente retirada por bombas manuais, acionadas sem interrupção. Era o trabalho mais exaustivo a bordo.

Porão nojento

À água estagnada no porão se misturavam fezes, urina e vômito dos tripulantes, que sofriam com enjoos e, enfraquecidos, não tinham forças para subir até o convés. Piolhos, ratos e baratas completavam o cenário. O cheiro, contam as crônicas da época, era repugnante.

Jornada exaustiva

O trabalho da tripulação – levantar e baixar velas, vigiar o horizonte, bombear água do porão, pescar, vigiar o tempo, sol e estrelas – era dividido em turnos, em geral de quatro horas. Dormia-se pouco, portanto.

Item fundamental nas provisões, os biscoitos eram uma massa de farinha de trigo e água assada quatro vezes, o que os deixavam tão secos e duros a ponto de resistir por anos sem deteriorar. Para comê-los era preciso umedecê-los com água do mar. O prato do dia a dia era composto de charque, peixe e biscoitos do mar. Era comum racionar alimentos.

Dentro de uma caravela / Crédito: Divulgação / Pixabay

Trabalho infantil 

O cargo mais baixo era o dos auxiliares, ou pajens. Tinham entre 8 e 15 anos. Lavavam o convés, recolhiam restos das refeições e faziam trabalhos gerais. Os auxiliares de origem pobre faziam trabalhos mais duros e não tinham perspectiva de progredir; os de “boas famílias” eram protegidos do capitão e tinham a vida mais leve.

Escorbuto

A mais mortal doença a bordo. Os sintomas eram cansaço, manchas na pele e sangramento nas mucosas e gengivas, que inchavam e cheiravam mal. Os dentes caíam. O doente tornava-se cada vez mais fraco, não conseguia andar e morria com grande sofrimento.

Castigos cruéis

O capitão tinha poder de vida e morte sobre a tripulação. As punições eram duras. O mais comum eram chicotadas. Roubar comida rendia 99 golpes. Havia penas maiores: o “strappado”, em que a pessoa era dependurada no teto pelos pulsos, com os braços para trás; a “toca” consistia em cobrir a boca com um pano e jogar água sobre a cabeça da vítima, que se sentia afogar. Motins eram punidos com a morte.


+Saiba mais sobre o tema através das obras disponíveis na Amazon

Um Continente Longe Demais: Viajando numa Caravela pela Costa Africana (As Aventuras de um Lendario Cavaleiro da Ordem de Cristo, Americo Luis Martins da Silva  Americo da Silva (e-book) - https://amzn.to/30UC5sZ

Thordezilhas. Sabres & Caravelas, Luiz Claudio Gonçalves (2018) - https://amzn.to/2UXZJAW

Caravelas do Novo Mundo. O Cotidiano da História, Takeshy Tachizawa (2003) - https://amzn.to/3fGs3zW

Depois das Caravelas: as Relações Entre Portugal e Brasil, 1808-2000, Amado Cervo, José Calvet de Magalhães (2000) - https://amzn.to/2ASk183

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp 

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W