Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Austrália

Dor como a picada de uma aranha: A planta australiana que injeta veneno

Apesar de não ser fatal, toxina encontrada na Gympie-Gympie pode causar desconforto por semanas

Fabio Previdelli Publicado em 19/05/2021, às 05h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Folha da Gympie-Gympie - Cgoodwin/Wikimedia Commons
Folha da Gympie-Gympie - Cgoodwin/Wikimedia Commons

Aranhas, escorpiões, cobras, tubarões, animais peçonhentos, aquáticos, voadores, não importa, a Austrália possui uma fauna muito rica que, além de diversa, também pode ser fatal. Por lá, não é exagero nenhum dizer que você pode ser atacado das mais diferentes formas. 

Dúvida? Para se ter uma ideia, no mês passado, a equipe do site do Aventuras na História publicou uma notícia sobre um polvo que viralizou nas redes sociais por atacar um geólogo. Antes disso, em fevereiro, o Aventuras mostrou que os restos de um pescador, que estava desaparecido, foram encontrados em um crocodilo de 4 metros.  

Agora que você já tem provas mais do que suficientes, saiba que nem só os insetos e animais podem causar sérios problemas. A flora australiana também possui uma planta que pode injetar um veneno nas pessoas que causa uma dor parecida com picadas de aranha. Conheça a Gympie-Gympie. 

A planta tóxica 

De acordo com estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, no ano passado, a Gympie-Gympie é uma das plantas mais venenosas do mundo. Com uma sensação semelhante a tomar uma picada de aranha ou caramujos-cones, suas toxinas podem causar dores extremas e duradouras.  

Imagem que mostra a reação após 30 segundo e 3 minutos da picada/ Crédito: Universidade de Queensland

Como descreve matéria da Superinteressante, elas são comumente encontradas na região leste do país da Oceania. Além disso, a Gympie-Gympie é envolta em tricomas, apêndices epidérmicos que podem ser formados por uma ou mais células, responsáveis por funções que vão desde proteção das plantas até conter a perda de água.  

“Como outras plantas picantes, como a urtiga, a Gympie-Gympie é coberta por apêndices semelhantes a agulhas, que são chamados tricomas, que têm cerca de cinco milímetros de comprimento. Os tricomas parecem cabelos finos, mas na verdade agem como agulhas hipodérmicas que injetam toxinas quando fazem contato com pele”, explica a professora associada Irina Vetter, da Universidade de Queensland. 

Apesar de causar uma enorme e intensa dor, vale ressaltar que a toxina da planta não é mortal, embora possa durar alguns dias — não de maneira permanente, é verdade, mas com alguns picos, principalmente quando, segundo a Super, a região sofre algum tipo de estimulo: como o contato com a água do chuveiro ou ao bater em algum objeto.  

Mas o que causa tudo isso? 

Para tentar descobrir como age o veneno das plantas, pequenas moléculas nos tricomas, como histamina, acetilcolina e ácido fórmico, que são encontrados em outras vegetações, foram testadas anteriormente, mas a injeção dessas toxinas não causou a dor forte e duradoura da Gympie-Gympie, sugerindo que havia uma neurotoxina não identificada a ser encontrada. 

“Estávamos interessados em descobrir se havia alguma neurotoxina que pudesse explicar esses sintomas e por que o Gympie-Gympie pode causar uma dor tão duradoura”, explicou Vetter.  

Analisando o veneno, os pesquisadores descobriram uma classe completamente nova de miniproteínas de neurotoxina que eles chamaram de “gimpietidas” — que é a combinação do nome da planta “gympie” + “peptides”, ou peptídeos, que são biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos. 

Detalhe da Gympie-Gympie/ Crédito: Universidade de Queensland

Irina também explicou que a dor prolongada pela ‘picada’ da árvore pode ser explicada pela mudança permanente dos canais de sódio nos neurônios sensoriais pelas gimpietidas, não por causa dos pelos finos ficarem presos na pele em si.  

“Ao compreender como essa toxina funciona, esperamos oferecer um tratamento melhor para aqueles que foram picados pela planta, para aliviar ou eliminar a dor”, disse a pesquisadora. “Também podemos, potencialmente, usá-las como plataformas para novas terapêuticas para o alívio da dor”. O estudo completo foi publicado na Science Advance.


++Saiba mais sobre ciências por meio das obras disponíveis na Amazon:

O Grande Livro de Ciências do Manual do Mundo, de Workman Publishing (2019) - https://amzn.to/37HLUvK

O livro da ciência, de Vários Autores (2016) - https://amzn.to/3eiQHpW

A História da Ciência Para Quem Tem Pressa, de Nicola Chalton e Meredith Mac Ardle (2017) - https://amzn.to/3ejGOrU

O que é Ciência afinal?, de Alan F. Chalmers (1993) - https://amzn.to/2zNHpTV

A gaia ciência, de Friedrich Nietzsche  (2012) - https://amzn.to/3eoM6Ti

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W